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PRAGAS de "A a Z"
P R A G A S U R B A N A S de "A a Z"
TEXTOS EXTRAIDOS DE: ENCICLOPÉDIA DE PRAGAS URBANAS
Escrito por:
Bill Andersen: Escritor, Poeta, Compositor Versionista (530 letras registradas), Func. Publ.
OBRAS DE Bill Andersen:
Enciclopédia de Pragas Urbanas;
Dicionário de Pragas Urbanas;
PRAGAS URBANAS: Como Se Livrar Delas Com Custo Quase Zero"
Bill Andersen: "Especialista em Pragas Urbanas"
ABELHAS
As abelhas são insetos que pertencem a Ordem Himenóptera mesmo grupo das formigas e vespas. Elas são um dos insetos mais importantes para o homem, pois seus produtos são de grande utilidade como o mel, a própolis, a geléia real e a cera.
As abelhas pertencem à superfamília Apoidea que inclui mais de 20.000 espécies, divididas em 10 famílias. Existe uma variedade de cores e formas com tamanhos que variam de 2 a 39 mm de comprimento.
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ARANHAS
Ordem Scorpiones (escorpiões), Pseudoescorpiones (pseudo-escorpiões), Solifugae (solífugos), Palpigradi (palpígrados), Uropygi (escorpião vinagre), Shizomida (esquizomídeos), Amblypygi (amblipígios), Araneae (aranhas), Ricinulei (ricinuleídeos), Opiliones (opilião) e Acarina (ácaros e carrapatos). As ordens de maior interesse para o ser humano são: ordem Scorpiones, Araneae e Acarina. Entre as aranhas destacamos quatro gêneros que consideramos como perigosas no Brasil. São elas, a aranha marrom (Loxosceles), aranha armadeira (Phoneutria), viúva negra (Latrodectus) e a tarântula (Lycosa),
As aranhas tem o corpo dividido em cefalotórax, onde estão localizados quatro pares de pernas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras (conjunto de um segmento basal largo e um terminal em forma de garra ou ferrão) e geralmente possuem oito olhos, existindo exceções a algumas espécies que possuem seis e até nenhum olho, e abdômen onde encontra-se as fiandeiras, as aberturas genitais, dos pulmões e o ânus. As aranhas são ovíparas, constroem uma ooteca (saco de ovos), a quantidade de ovos pode variar de algumas centenas até mil ovos.
Existem aproximadamente cerca de 35.000 espécies, habitam praticamente todas as regiões, sendo somente uma aquática (Argyroneta). Todas são predadoras, alimentando-se de insetos, mas algumas podem alimentar-se de animais maiores como lagartixas, rãs, peixes e até filhotes de aves.
Possuem a seda, a qual é uma proteína composta de glicina, alanina, serina e tirosina, similar a seda das lagartas e é um instrumento com várias utilidades como abrigo, captura de presas, reprodução, segurança. O endurecimento da teia não é provocado pelo contato com o ar, mas provavelmente pelo processo real de estiramento Os pedipalpos dos machos diferenciam-se dos das fêmeas por possuírem um bulbo na extremidade, que tem a função de coletar sêmen para acasalar. As trocas gasosas das aranhas são feitas de duas formas, através de pulmõesfoliáceos e traquéias Os pedipalpos dos machos diferenciam-se dos das fêmeas por possuírem um bulbo na extremidade, que tem a função de coletar o sêmen para o acasalamento. Os olhos na maioria das aranhas, são incapazes de formar uma imagem devido ao número insuficiente de receptores. nas espécies caçadoras, o número de receptores é maior do que nas construtoras de teias, as quais são sedentárias. As aranhas papa-moscas, que são aranhas que freqüentemente encontramos em nossas residências, podem perceber uma imagem nítida de tamanho considerável.
As Lycosidae e as Agelenidae, tem a capacidade de se autotomizar (auto amputar) suas pernas, usam esse mecanismo quando são atacadas, existe um ponto de ruptura pré formado entre a coxa e o trocânter permitindo a ruptura e um rápido fechamento da ferida.
Dividimos as aranhas em dois grupos em relação a posição das quelíceras e ferrões de veneno que são:
- Labidognatha (subordem Araneomorphae, que chamamos popularmente de aranhas verdadeiras): possuem os ferrões inoculadores de eneno perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo, picam movimentando os ferrões de fora para dentro.
- Orthognatha (subordem Mygalomorphae, que chamamos popularmente de aranhas caranguejeiras): possuem os ferrões inoculadores de veneno paralelos entre si e ao eixo longitudinal do corpo, picam movimentando os ferrões de cima para baixo.
No Brasil temos quatro aranhas que consideramos como perigosas, que são a Viúva negra (Latrodectus sp) Família Theridiidae, a Aranha armadeira (Phoneutria sp) Família Ctenidae, a Aranha marrom (Loxosceles sp) Família Scytodiidae e a Tarântula (Lycosa erythrognatha ou Scaptocosa raptoria) Família Lycosidae.
VIÚVA NEGRA:
São aranhas pequenas, de aproximadamente 2 cm, os machos são bem menores que a fêmea, possuem o abdômen globoso, apresentam no ventre uma mancha vermelha em forma de ampulheta que caracteriza essa espécie.
Não são agressivas, picam somente quando comprimidas ao corpo, como por exemplo quando calçamos um sapato, ou colocamos um boné.
Ocorrem em vegetação arbustiva, e podem aparecer perto de residências também.
Existem nove espécies importantes, Latrodectus geometricus (Rio Grande do Sul, São Paulo, Guanabara, Rio de janeiro),L.bishopi (Sul da Flórida), L.curacaviensis (Canadá até a Patagônia), L.mactans (Patagônia até EUA), L.tredecimguttatus (Itália, França, Espanha, Romênia, URSS, Israel, Arábia, etc), L.cinctus ( África), L.concinnus ( África do sul), L. menavodi ( Madagascar) e L.hasselti ( Austrália, Polinésia, Nova Zelândia).
Três espécies serão descritas aqui, a Latrodectus geometricus, seu abdômen não apresenta a coloração negra, cefalotórax amarelo castanho, palpos e pernas amarelos, com anéis escuros em todos os segmentos, abdômen esbranquiçado no dorso e dos lados contendo manchas geometricamente distribuídas. É uma viúva negra que não oferece tanto perigo pela picada, ocorrendo acidentes sem gravidade. Habitam muitos lugares, inclusive nos arredores das residências, onde podemos encontrar várias aranhas com seus ninhos perto uma das outras. Sua ooteca (saco de ovos), tem o formato de uma esfera com espinhos, de cor amarelo claro, em sua teia podemos encontrar mais uma ooteca, contendo cada uma de 100 a 400 ovos. Onde seus filhotes depois de nascerem podem viajar para longe, pois podem dispersar pelo vento. Vivem aproximadamente dois anos.
A Latrodectus curacaviensis, possuem o corpo negro com manchas vermelhas, inclusive a mancha vermelha em forma de ampulheta no ventre do abdômen, são chamadas de flamenguinhas justamente por causa da coloração do seu corpo, são mais perigosas que as geometricus.
A Latrodectus mactans, podemos dizer que é a viúva negra mais popular e a mais perigosa, possui o corpo inteiro negro, apresentando somente a mancha vermelha em forma de ampulheta no ventre do abdômen.
A sua ooteca e da curacaviensis são esféricas Logo após a picada, aproximadamente depois de 35 minutos, inicia-se uma dor local, do tipo mialgia, de intensidade e extensão variáveis, sudorese, agitação psicomotora, podem ocorrer também a taquicardia, hipertensão arterial e arritimias cardíacas, dores abdominais, cãibras.
O veneno da viúva negra tem ação neurotóxica. Vítimas como crianças, pessoas com cardiopatias, gestantes e idosos, são considerados como do grupo de risco, devendo ser o tratamento, mais intensificado devido a probabilidade de posteriores complicações.
Entre 1980 e 1990, foram registrados 64 casos na Bahia e acidentes isolados no Rio de Janeiro, Niterói, e Agudos. Alguns casos fatais foram descritos no Chile, EUA, África, Austrália, Europa, etc.
ARANHA ARMADEIRA
As espécies principais são, Phoneutria fera (Amazonas), Phoneutria rufibarbis ( Amapá, Guianas, Amazonas, Pará), Phoneutria keiserlingi ( Espírito Santo até Buenos Aires, nas baixadas fluminense e santista) e Phoneutria boliviensis ( Bolívia). Possuem um tamanho aproximado de 6 cm, corpo e pernas castanhos, possuem fileiras de manchas claras no dorso do abdômen, são agressivas, podendo pular para picar. Os acidentes ocorrem quando colocamos a mão em ambientes escuros, ou dentro de caixas, calçamos os sapatos, etc., a aranha pica ao sentir o movimento a sua frente, o que para ela é uma ameaça.
Muito encontrada em plantações de bananas, onde é chamada de banana spiders. São transportadas junto com as bananas para o exterior também, onde causam acidentes. Podem esconder-se dentro das residências onde ficam em cantos escuros, ou dentro de sapatos, caixas, papéis, etc., podendo picar uma pessoa quando esta coloca a mão.
Seu tempo de vida atinge aproximadamente dois anos,costumam acasalar no inverno, sua ooteca é reconhecida por ter um formato de um prato, é branca, onde a mãe fica em cima cuidando. O desenvolvimento se dá entre 20 e 25 dias, a postura possui em torno de 700 ovos.
Os filhotes após o nascimento, tecem seu próprio fio, o que vai formar um lençol horizontal, e toda noite tecem um novo lençol, subindo cinco centímetros até alcançarem aproximadamente meio metro do solo, é um mecanismo onde eles podem ter sua primeira refeição praticando o canibalismo e ficam longe de predadores até que consigam partir para sua vida errante.
Possuem hábitos crepusculares e noturnos, alimentando-se de insetos em geral, como são errantes, não constroem teias, caminham em vários locais a fim de buscar alimento, ocorrendo a entrada nas residências para se abrigar também. Possuem uma média de vida em torno de 4 a 5 anos, geralmente morrendo após a última postura por estarem bem debilitadas.
A picada provoca dor intensa que persiste durantes algumas horas e irradia-se por toda a região, ocasionando queda de pressão, prostração, tontura, vômitos, dispnéia, sudorese, aumento das secreções glandulares e espasmos.
Aplicando-se 0,2mg da sua toxina (veneno) via subcutânea, pode matar um cão de 1Kg e 0,015mg pode matar um camundongo de 20g. Em experimentos feitos em cães, ocorreu como efeitos do veneno, dor intensa, espasmos musculares, lacrimejamento, sialorréia,vômitos, priapismo e morte em alguns casos.
A composição antigênica do veneno foi determinada, demonstrando que possa existir cerca de 14 antígenos (Schenberg & Pereira Lima 1966). Em acidentes mais graves e em crianças com manifestações sistêmicas, as vítimas devem ser internadas e ser administrado os soros antiaracnídicos, em doses que variam de 2 a 4 ampolas para casos de gravidade moderada e 5 a 10 ampolas para os casos mais graves.
ARANHA MARROM
São as aranhas do gênero loxosceles, foram descritas no final do século XIX. E até a década de 30 eram consideradas de interesse médico, apenas a aranha armadeira (Phoneutria) e a tarântula (Lycosa).
Uma de suas características morfológicas descritivas são os olhos que encontramos em número de 6 em três pares, sendo que a característica comum das aranhas é possuir 8 olhos. São aranhas pequenas, de aproximadamente 1,5cm de tamanho, seu abdômen aparenta ser glabro, mas ao ser vista em um microscópio estereoscópio (lupa), podemos ver a presença de pêlos, possuem ainda as pernas finas. Não são agressivas, picando somente quando são comprimidas ao corpo, como por exemplo vestimos uma calça, um sapato, um boné, etc.
É considerada uma aranha doméstica, ou seja vivem entre os seres humanos, não são exclusivamente silvestres. Por isso os acidentes são de certa forma mais fáceis de ocorrer, na região sul, ocorrem cidades onde uma espécie de aranha marrom está infestando e é feito um trabalho de controle da aranha.
Fazem uma teia que parece fios de algodão que formam um tipo de lençol, sem uma forma definida, onde afunila para um buraco no barranco, raízes, folhas caídas, montes de telhas, tijolos, etc., vivem em ambientes escuros e úmidos.
Alimentam-se de pequenos insetos alados, baratas, grilos, que entram na região de seu refúgio, costumam envolver sua presa em teia para depois comer. Produzem uma ooteca arredondada, de cor branca que contêm de 60 a 200 ovos, com gestação de aproximadamente 23 dias.
Vivem cerca de um ano e meio. Seu veneno não provoca muito efeito quando aplicados em camundongos, ratos, coelhos, ou outros animais de laboratório. Mas para o ser humano, seu efeito é muito intenso podendo levar a morte uma criança ou um adulto debilitado. Sua toxina tem ação necrosante, provocando ações lesivas como proteolítica, hemolítica e coagulante.
ARANHA TARÂNTULA
As tarântulas ou aranha de jardim, cujo nome científico é Lycosa erythrognatha ou Scaptocosa raptoria são aranhas comuns no nosso dia a dia, quem tem um jardim com gramado ou perto de piscinas, já deve ter visto uma aranha que corre rápido quando descoberta.
Não é agressiva, mas pica se molestada ou quando colocamos a mão ou os pés acidentalmente. É encontrada praticamente pelo mundo todo, até em regiões frias cobertas de gelo. Adaptam-se facilmente a vários ambientes.
Possuem o corpo com coloração marrom, corpo com 5 cm de envergadura das pernas, suas quelíceras tem pêlos vermelhos. o cefalotórax possuem faixas claras e no dorso do abdômen existe um desenho preto em forma de seta que é a característica principal para sua identificação. o macho geralmente menos robusto que a fêmea, tem a coloração do corpo acinzentada e o abdômen sempre menos volumoso.
A fêmea produz uma ooteca de cor cinza, que possui em média 800 ovos ou mais, é normal produzir três ootecas depois da cópula, sendo que pode morrer após a última postura. A ooteca é presa por teia sob as fiandeiras onde ela carrega para todo o lugar, quando os filhotes nascem, estes sobem no dorso da mãe até completar as trocas de pele necessárias para que consiga caçar sozinho.
Vivem cerca de dois anos e meio, costumam cavar galerias onde se refugiam, os machos são errantes. A sua picada produz uma ardência no local, sem maiores conseqüências, a dor pode ser acalmada através de analgésicos orais.
ARANHA CARANGUEJEIRA
São as aranhas mais temidas pelo ser humano, devido ao seu grande porte, seu corpo recoberto de pêlos, sua aparência agressiva, mas é errôneo considera-la esse monstro todo. A verdade é que o seu veneno não chega a ter grandes efeitos em um humano, uma espécie é perigosa, a Trechona venosa, cujo veneno é comparado ao da Phoneutria.
A defesa de algumas caranguejeiras são seus pêlos existentes no dorso do abdômen, os quais ela libera esfregando suas pernas traseira, que vão provocar irritações na pele e mucosas do seu possível predador. Não são agressivas, só picam se forem molestadas ou manuseadas de forma errada.
As caranguejeiras são muito interessantes, possuem hábitos diferentes, como por exemplo, quando vão sofrer a troca de pele (ecdise). Primeiro elas tecem um lençol de teia e deitam-se de costas, e esperam até que comece a troca, primeiro sai o cefalotórax depois as pernas e a pele do abdômen (a pele do abdômen sempre sai como se estivesse vazio pois contêm os intestinos, etc). Essa troca de pele dura em torno de 4 horas, nos espécimes que registrei.
As caranguejeiras fazem faxina também no seu viveiro, limpam os resíduos, colocando-os nos cantos e às vezes tecem uma camada de teia em cima da superfície suja.
Algumas caranguejeiras podem viver por 25 anos, o macho de caranguejeira tece uma outra teia que chamamos de teia espermática, onde ele vai depositar seu sêmen e coletar com os bulbos copuladores para o acasalamento.
É normal a fêmea matar o macho, principalmente se ele for descuidado, a fêmea põe de 200 a 800 ovos, faz um casulo contendo os ovos e protege-os durante um tempo onde ajuda os filhotes, fazendo um orifício para que possam sair.
Existem as caranguejeiras de alçapão, que cavam um buraco, revestem-o de teia e constroem uma tampa para seu abrigo, ficam dentro do abrigo até que uma presa passe por perto. Existe teia nos arredores do alçapão e ela percebe as vibrações da vítima. No Brasil existem cerca de 300 espécies diferentes, com formas e tamanhos variados.
Existem pelo menos 40000 espécies de aranhas já descritas no planeta, e cerca de 1/3 destas podem ser encontradas no Brasil. Mas aqui somente 3 aranhas são de interesse Médico, possuindo veneno ativo no homem:
Armadeira;- Aranha - Marrom; - Viúva Negra;
Outras duas aranhas brasileiras podem causar acidentes doloridos, mas sem sérios riscos à saúde...
Conhecendo A teia e as perigosas
Loxosceles sp (aranha marrom) uma das aranhas mais perigosas que encontramos no Brasil.
Viúva negra (Latrodectus geometricus) com ooteca (saco de ovos) com a forma arredondada característica e com "espinhos", os quais são moles
Viúva Negra, mostrando o detalhe da mancha vermelha em forma de ampulheta no ventre da aranha.
Aranha armadeira (Phoneutria nigriventer) aranha muito agressiva, sua picada é muito dolorida.
Tarântula (Lycosa erythrognatha) exemplar macho.
Tarântula (Lycosa erythrognatha)exemplar fêmea, carregando seus filhotes no dorso, onde eles ficarão até acabar a reserva nutritiva, descendo depois do dorso da mãe para alimentarem-se sozinhos.
Uma aranha caranguejeira de aproximadamente 13 cm de comprimento, não é peçonhenta e nem agressiva.
Teia de aranha marrom (Loxosceles sp) é comum encontra-la em barrancos, perto de raízes onde elas podem se esconder quando molestadas.
Tarântula (Lycosa erythrognatha)fêmea, carregando sua ooteca (saco de ovos).
Esta é uma técnica para coleta de aranhas, a fim de evitar acidentes. Coloque um frasco de boca larga sobre o animal, bem devagar, e em seguida introduza um papel (cartolina, papel cartão,etc) por baixo e vire a boca para cima novamente e tampe. É importante sempre que fizer uma coleta de aranhas, colocar um bolinha de algodão embebido em água para que ela não desidrate e morra, usar frascos escuros de preferência. As coletas devem ser feitas por pessoas especializadas.
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ÁCAROS DA POEIRA
Introdução
NOME CIENTÍFICO: Vários.
Muito tem se falado hoje em dia sobre pessoas alérgicas a poeira, mofo e ácaros. Mas, o que são ácaros? São artrópodes, pertencentes à Classe Arachnida, mesmo grupo das aranhas, carrapatos e escorpiões. São seres de tamanho muito pequeno, invisíveis, na maioria das vezes, a olho nu. Estes microácaros são responsáveis por respostas alérgicas, tais como: rinites alérgicas, asma e eczemas, que podem variar de indivíduo para indivíduo, dependendo da sua sensibilidade. Eles estão associados a ambientes quentes e úmidos, ideais para sua proliferação. Mas os ácaros não atacam somente o homem. Produtos armazenados também são atacados por estes seres, sendo a maioria das espécies as mesmas do pó domiciliar. Quando presentes nos alimentos eles podem deteriorar cereais e outros produtos naturais consumidos tanto pelo homem quanto por animais, causando-lhes doenças de pele e até diarreia.
CONTROLE OS ÁCAROS CAUSADORES DE ALERGIA NESTE INVERNO
Você sabia que...
No Brasil, por ocasião do outono e inverno, estima-se que as ocorrências relacionadas à asma tenham um aumento de incidência da ordem de 45%. Este índice foi obtido a partir de um levantamento feito junto às farmácias no período do outono / inverno por três anos consecutivos, para identificar o volume de receitas solicitando medicamentos para combater a doença.
Como os ácaros tem estreita relação com este aumento nos casos de asma no inverno, apresentamos uma breve descrição deste pequeno animal, seus hábitos e das principais maneiras de evitar que ele se prolifere no lar.
Os ácaros são seres minúsculos, semitransparentes, com cerca de 0,3 mm invisíveis a olho nu que pertencem ao Phillum Artropoda, o mesmo grupo das aranhas. Eles alimentam-se de restos de comida, da descamação da pele humana e animal e de fungos e mofos que proliferam em ambientes propícios, causando uma série de problemas ao homem.
Os problemas respiratórios estão entre os mais comuns causados pelos ácaros. Sabe-se que hoje 70% dos asmáticos e 80% das pessoas com rinite são sensíveis a eles. Tosse, espirros e falta de ar, também podem ser provocados por ácaros e seus dejetos: estima-se que os ácaros chegam a colocar 30 bolotas fecais todo o dia e estas sensibilizam o alérgico também.
No inverno, além da queda de temperatura em si, a inversão térmica e o aumento de poluição, são fatores que, principalmente nos grandes centros urbanos, favorecem um aumento das doenças respiratórias e alérgicas, entre elas a asma - uma doença inflamatória crônica do pulmão, caracterizada pela dificuldade em respirar, chiado, tosse seca seguida por secreção. Como existe uma relação de sensibilidade pela presença de ácaros, conforme evidenciado acima, o seu controle no ambiente domiciliar pode amenizar o sofrimento causado às pessoas que sofrem de alguma doença respiratória.
Diferente de outros tipos de pragas mais comuns, como a barata, são poucas as informações disponíveis a respeito desta importante praga e de como controlá-la, havendo no mercado uma carência por empresas que possam ajudar seus clientes a diminuírem a sua incidência em ambientes domiciliares.
Desta maneira, o conhecimento de medidas simples, que podem ser adotadas por qualquer um de nós, no controle deste artrópodo é de extrema importância na manutenção do conforto ambiental neste período de frio. A seguir apresentamos quatro medidas básicas para qualquer família:
Como os ácaros se alimentam de restos de comida, da descamação da pele humana e animal e dos fungos e mofo e reproduzem-se com facilidade, precisando somente de um pouco de calor e umidade, uma das regras básicas para o controle destes artrópodes é o controle da umidade. Assim, problemas de umidade em paredes ou pisos, causados por má impermeabilização ou vazamento na rede hidráulica devem ser necessariamente reparados. Sem o controle da umidade, os ácaros poderão se desenvolver no ambiente domiciliar. Medidas complementares para diminuir a umidade em um ambiente, tais como promover a circulação de ar ou a insolação periódica do local, ajudam a manter os níveis de
CONTROLE DE UMIDADE
Como rodapés, frestas de assoalho, aberturas, carpetes, tapetes, colchões, roupas, cobertores, lençóis, sofás, almofadas, bonecos e brinquedos de pelúcia, tatames, artefatos de palha e outros ambientes em que o acúmulo de poeira aconteça também podem favorecer o desenvolvimento de ácaros, a limpeza do domicílio é outro fator fundamental para o controle de infestações. Lembre-se que em 1 g de poeira podem ser encontrados até 3.000 ácaros.
LIMPEZA
CAPAS EM COLCHÕES E TRAVESSEIROS
Os colchões e travesseiros, por sua vez, constituem ambientes ideais para reprodução e sobrevivência desses parasitas, pois reúnem quase sempre condições favoráveis e mais constantes ao longo do dia, graças à transpiração e descamações naturais do corpo dos usuários. Colchões podem ser comparados a cemitérios de gerações e gerações de ácaros. Desta maneira, a adoção de capas sobre o colchão ou travesseiros, que podem ser retiradas periodicamente para serem lavadas, é uma outra medida que com certeza, limitará o desenvolvimento desta praga em ambiente domiciliar
ELIMINE O EXCESSO DE OBJETOS - No quarto de dormir, retirar o excesso de objetos, como livros, bichos de pelúcia, brinquedos, etc., que podem acumular poeira e, por consequência, alimento para os ácaros.
Usar acaricidas, purificadores de ar com filtro e desumidificadores (quando a umidade estiver acima de 60%) são medidas complementares para o controle de infestações de ácaros em sua casa e devem ser adotadas com orientação de especialistas, analisando-se a sua situação. No entanto, a adoção das medidas acima melhorará, com certeza, a sua qualidade de vida neste inverno e protejerá a sua família de crises alérgicas causadas por estes pequenos animais.
Fonte: Centro Rhodia de Estudos Médico-Sociai
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B A R A T A S
As baratas são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das cerca de 4.000 espécies existentes, a sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1% busca o convívio com o homem, devido às condições propícias relacionadas à disponibilidade de alimento, abrigo e água. Estas espécies são chamadas de baratas domésticas.
Assim, baratas domésticas são aquelas que vivem dentro de residências (domicílios ou outras estruturas construídas pelo homem), no peridomicílio (ao redor de estruturas) e seus anexos, tais como caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e escuros.
A presença de baratas em nossos lares causa, sem dúvida, mais distúrbios para seus moradores (aflição, angústia, "stress") do que qualquer outro inseto próximo ao homem. Parte desse incômodo se deve ao fato das pessoas não gostarem de nenhum tipo de inseto. Além do mais, existe uma crença de que a presença de baratas demonstra que o local não possui higiene e conservação adequadas.
No entanto, as baratas vivem em qualquer ambiente independente do grupo étnico ou classe social. Embora muitas residências estejam muito bem conservadas, isto não impede que as mesmas venham a sofrer uma infestação a qual será limitada pela falta de alimento e abrigo para estes insetos, taxados como os mais repugnantes dentre os que convivem com o homem.
As baratas são cosmopolitas, encontrando-se nos mais diversos ambientes ao redor do mundo (menos nas calotas polares). A maior parte das espécies é de origem tropical ou subtropical, havendo referências de serem procedentes do continente africano.
Os estudos de fósseis de baratas demonstram que estes animais mudaram muito pouco nos aproximadamente 300 a 400 milhões de anos que existem na face da terra. Por isso, a barata é considerada uma das espécies de maior capacidade de adaptação e resistência do reino animal, podendo adaptar-se às mais variadas condições do meio ambiente.
Baratas são insetos de pequena importância médica, quando comparados a outros insetos transmissores de doenças, tais como a dengue, malária, etc. Não há evidência de que as baratas causem doenças ou zoonoses por transmissão direta (não são vetores).
Popularmente, as baratas são consideradas veiculadoras de doenças causadas por disseminação mecânica de patógenos diversos tais como esporos de fungos, bactérias, vírus, etc., nas pernas e corpo, adquiridas quando percorrem esgotos e lixeiras ou outros lugares contaminados.
Assim, por exemplo, é que certas bactérias podem causar gastroenterites e surtos diarréicos, quando do contato destes animais (sua saliva ou excrementos) com alimentos ou utensílios de uso humano, como copos, talheres, bandejas, panelas, etc.
Além disso, podem conter patógenos dentro de seu corpo (como protozoários) que podem, eventualmente, causar doença. São assim, por exemplo, hospedeiros intermediários de vários helmintos que infestam mamíferos e aves. Galinhas, patos, marrecos e outras aves se alimentam de baratas, podendo infestar-se destes parasitos enquanto as devoram.
Os excrementos e pele resultantes de suas mudas podem provocar reações alérgicas tais como o lacrimejamento, erupções cutâneas e coriza, em pessoas mais sensíveis.
Os patógenos mais comuns associados às baratas incluem bactérias dos gêneros Salmonella (veneno alimentar), Staphylococcus, Streptococcus, Coliform, Bacillus e Clostridium, a bactéria Escherichia coli (diarréia) e Shigella dysenteriae (disenteria), protozoários causadores de toxoplasmose e antígeno de hepatite B.
Baratas: Métodos de Prevenção
As seguintes recomendações propiciam um controle preventivo das baratas ou a diminuição da infestação, no caso de já se encontrarem no ambiente:
Recomendações de saneamento
O quadro a seguir ilustra as principais recomendações para o controle preventivo do ataque de baratas:
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Inspeção
Uma outra maneira de evitar o aparecimento de baratas é adotar uma inspeção periódica do ambiente, a ser efetuada seguindo-se as recomendações a seguir:
Baratas: Curiosidades
Um casal de B. germanica pode produzir em condições ideais no período de um ano, cerca de 10.000 indivíduos considerando-se a primeira e segunda gerações.
Das cerca de 4.000 espécies da Ordem Blatodea encontradas no mundo, apenas cerca de 70 ocorrem nos Estados Unidos.
Pessoas, especialmente crianças, que não lavam bem os lábios após a última refeição, podem sofrer com as baratas que vem se alimentar de resquícios de alimento em seus lábios, podendo causar um tipo de erupção dérmica, denominada Herpes blattae. Da mesma maneira os cílios, unhas e ferimentos expostos também estão sujeitos à ação roedora das mandíbulas das baratas.
As baratas produzem secreções odorosas de vários pontos de seu corpo, a fim de demarcarem o ambiente. Este cheiro pode alterar o sabor dos alimentos tocados por ela. Quando a infestação é alta, seu cheiro pode ficar impregnado no ambiente e pessoas podem detectar sua presença pelo odor.
As baratas se acasalam mantendo o corpo em oposição, ou seja, uma extremidade caudal junta da outra.
Se não houver o macho, algumas espécies de barata podem ser reproduzir partogeneticamente, ou seja, sem a intervenção do macho. Neste caso, a maioria dos os ovos postos por fêmeas que não se acasalaram não chegarão a eclodir e aqueles que formarem ninfas irão produzir novas gerações unicamente de fêmeas.
As baratas não são bons insetos voadores, sendo o meio de disseminação mais comum é propiciado pelo próprio homem. As baratas escondem-se em engradados, caixas e sacos, atingindo o mundo todo.
As baratas despendem cerca de 75% de seu tempo no interior de fendas e rachaduras. Os locais preferidos estão próximos de uma fonte de alimento e água, com calor e alta umidade relativa.
As baratas devido ao seu corpo chato podem se esconder em frestas bem pequenas.
Estágio de Desenvolvimento |
Medida da abertura (fresta) |
ninfa de 1º e 2º estádios |
0,5 mm |
Ninfa de 4º estádio |
1,0 mm |
macho adulto |
1,6 mm |
fêmea adulta com ooteca |
4,5 mm |
São onívoras, ou seja, comem de tudo que tenha algum valor nutritivo para elas. São particularmente atraídas por alimentos doces, gordurosos e de origem animal. No entanto, podem se alimentar de queijos, cerveja, cremes, produtos de panificação, colas, cabelos, células descamadas da pele, cadáveres, matérias vegetais.
Quem se lembra do filme "A Mosca", se lembra do ator principal regurgitando um líquido para poder comer alimentos sólidos. As baratas precisam fazem o mesmo: regurgitam líquido de sua boca ao comer, para digerirem o alimento e poderem ingeri-lo.
BARATA DE ESGOTO (Periplaneta americana)
A Periplaneta americana , também denominada de barata grande, barata voadora, barata-de-esgoto, é uma das espécies domésticas mais comuns no Brasil.
Ela pode ser classificada conforme mostramos no quadro a seguir:
CLASSIFICAÇÃO |
BARATA AMERICANA |
Reino |
Animalia |
Filo |
Arthropoda |
Classe |
Insecta |
Ordem |
Blattodea |
Família |
Blattidae |
Gênero |
Periplaneta |
Espécie |
Periplaneta americana (Linnaeus) |
As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas, desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou outros riscos (limpeza, etc.). No entanto, normalmente apresentam um comportamento mais tímido, vivendo em ambientes mais reclusos e maiores, uma vez que se tratam de insetos grandes, que não podem se esconder em qualquer lugar.
Normalmente, a barata americana deposita a ooteca em um lugar seguro (abrigo) próximo de uma fonte de alimento e numa inspeção, lugares como rodapés, rachaduras, cantos e frestas, ralos, caixas de gordura, etc, devem ser inspecionados para avaliar o grau de infestação desta praga.
Os locais preferidos para os adultos se estabelecerem são os esgotos, as canaletas de cabos, as caixas de inspeção, as galerias de águas pluviais, as tubulações elétricas. Aparecem também em áreas pouco freqüentadas por pessoas como os arquivos e depósitos em geral, principalmente onde haja abundância de papelão corrugado, seu esconderijo preferido.
BARATA ALEMÃ (Blatella germanica)
A Blatella germanica é denominada de barata pequena, barata alemãzinha, barata alemã, francesinha, paulistinha. Trata-se de baratas de pequeno tamanho, altamente prolíficas. Como ninfa chegam a medir um milímetro. Ela pode ser classificada conforme mostramos no quadro a seguir:
CLASSIFICAÇÃO |
|
Reino |
Animalia |
Filo |
Arthropoda |
Classe |
Insecta |
Ordem |
Blattodea |
Família |
Blattellidae |
Gênero |
Blattella |
Espécie |
Blattella germanica (Linnaeus) |
Os lugares preferidos para se abrigarem são acanhados e geralmente passam despercebidos aos nossos olhos, como por exemplo, azulejos quebrados, batentes de portas, armários e prateleiras de madeira, vãos e cavidades em geral (conduítes elétricos), motores de equipamentos de cozinha, atrás e debaixo de pias e balcões, etc.
Diferentemente da P.amerciana, a B.germanica carrega a ooteca até que esteja madura, depositando-a em um lugar abrigado próximo de uma fonte de alimento.
Áreas onde ocorrem a manipulação e armazenagem de alimentos estão sujeitas a infestação pela B. germanica. Assim, embalagens de produtos são um eficiente mecanismo de dispersão da praga, uma vez que elas se alojam facilmente em pequenos espaços em caixas de papelão, sacos plásticos e outros materiais. É desta maneira que a barata alemã, assim como outras, pode se dispersar com facilidade para qualquer lugar do mundo, seja sua vizinhança, seja um outro país.
Ocorre a concentração de baratas alemãs na cozinha, sanitários e outras áreas onde haja alimento e umidade disponível.
Em nossas residências podemos facilmente criar "habitats" para as baratas, através do acúmulo de jornais e livros, acúmulo de lixo, furos e rachaduras em paredes, azulejos soltos, forros de gesso e madeira, vãos entre a instalação elétrica / hidráulica e as paredes, espaço entre o fundo de armários embutidos e gabinetes em relação à parede. Também em armários e ambientes fechados pouco ventilados, com acúmulo de materiais como em maleiros de guarda-roupas, cabine de quadros de energia e relógio de água, porões, sótãos.
Texto publicado com autorização do Eng. Agr. Marcos Potenza, Pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.
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BORBOLETAS
Estes insetos alados fascinam as pessoas pela beleza de suas formas e cores. As borboletas são eternos visitantes de nossos jardins em qualquer época do ano. No inverno com menor abundância e o auge na Primavera-Verão. Por que as borboletas visitam o seu jardim?
Algumas espécies possuem hábito gregário, ou seja, ficam agrupadas durante o dia e no final da tarde se separam em busca de alimento, voltando a se agrupar novamente. O agrupamento serve para se protegerem de predadores. Quando uma postura possui dezenas de ovos pode ocorrer uma alta população de lagartas, causando completa desfolha da planta; porém, nem todas as espécies de borboletas colocam centenas de ovos numa única postura.
As lagartas e as borboletas (fase adulta) servem também de alimento para pássaros, sapos, formigas e outros predadores. Uma revoada de borboletas se torna um banquete para algumas espécies de aves.
Algumas plantas visitadas pelas borboletas: Ageratum spp - Ajuga sp. - Asclepias sp. - Chrysanthemum spp (margaridas, crisântemos)
Hibiscus spp. (hibiscus rosa) - Eupatorium sp. - Lantana camara (lantana) - Passiflora spp. (maracujá) - Salvia spp. (salvia)
Verbena spp. (verbena) - Impatiens walleriana (maria-sem-vergonha) - Helianthus spp. (girassol) -
Daucus carota (cenoura) - Tagetes patula (cravo-de-defunto.
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BICHO-DE-PÉ
O bicho-do-pé (Tunga penetrans) é uma pulga que se aloja dentro da pele do hospedeiro ocasionando a tungíase, isto é, uma infecção que é caracterizada por inchaços dolorosos localizados principalmente ao redor de onde o inseto penetrou, sob as unhas do pé nas partes mais moles ou entre os dedos do pé. No entanto, pode-se pegar o bicho-do-pé em qualquer local do corpo. Adquire-se o bicho-do-pé andando descalço em áreas infestadas, tais como currais, chiqueiros e praias.
Bicho-do-pé: Biologia e Comportamento: As larvas são de vida livre, sendo encontradas em habitações de chão de terra, em solos arenosos e praias, mas sempre em locais sombreados. O adulto (pulga) possui coloração marrom avermelhada e mede aproximadamente 1 mm de comprimento, porém, uma fêmea grávida pode chegar a medir o tamanho de uma ervilha. É a fêmea adulta e fertilizada quem possui a capacidade de perfurar a pele do homem, porco e outros mamíferos, com suas partes bucais. Ela aloja-se dentro do corpo do hospedeiro até que o último segmento abdominal esteja paralelo com a superfície da pele. Alimenta-se de seu sangue e expele os ovos maduros pelo ovipositor, ficando estes na ponta de seu abdômen. Uma fêmea pode produzir de 150 a 200 ovos durante um período de 7 a 10 dias. A fêmea então fica murcha, morre e cai do hospedeiro sobre o solo. Três ou quatro dias depois eclodem as larvas que se alimentam de matéria orgânica até puparem. O adulto emerge em um período de 3 semanas.
Bicho-do-pé: Métodos de Controle: Trate as áreas infestadas com inseticidas recomendados. Uma boa solução para diminuir a infestação é revolver aproximadamente 3 a 4 cm de terra dos locais infestados para possibilitar que o sol mate as larvas.
Bicho-do-pé: TratamentoProcure um médico. O procedimento padrão para o tratamento do bicho-do-pé é removê-lo com uma agulha ou alfinete previamente esterilizado. É importante que o bicho-do-pé seja totalmente retirado de dentro da pele. Recomenda-se também que trate as infecções secundárias e vacine-se contra o tétano.
Bicho-do-pé: Métodos de Prevenção: Evitar andar descalço ou ter contato direto com locais comumente infestados por Tunga penetrans, tais como chiqueiros e currais.
Bicho-do-pé: Curiosidades
Coçeirinha gostosa? - O ataque pelo bicho-do-pé inicia com uma leve coçeira, mas se não retirado pode ocasionar inflamação e úlceras localizadas. Tétano e gangrena podem resultar de infecções secundárias e existem registros de autoamputação dos dedos dos pés.
Dois é bom, três é melhor ainda - Os bichos-de-pé só copulam no solo quando existe um animal hospedeiro.
Pula-pula - O bicho-do-pé é uma pulga que pula em direção ao hospedeiro para penetrar em sua pele.
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BORRACHUDOS
Os borrachudos ou pium são dípteros pertencentes à família Simuliidae. Em muitos lugares eles impressionam pela grande quantidade e pela picada, que pode causar alergia. São pequenos, semelhantes a pequenas moscas, ocorrendo no Brasil cerca de 40 a 50 espécies.
As fêmeas depositam seus ovos, preferencialmente, em pequenos córregos, com bastante queda, e procuram lugares onde estes formam cachoeiras, nas quais encontram-se plantas herbáceas, folhas secas, raízes e galhos. Os ovos são depositados bem acima do nível da água, de modo que, na primeira enchente, fiquem submersos, permitindo a larva cair na água.
Uma vez eclodidas, as larvas fixam-se às plantas por meio de uma ventosa. Estas fabricam fios de seda, o que permite que atinjam qualquer lugar, mesmo quando na presença de forte correnteza.
O repasto (picada) parece acontecer somente depois da cópula, sendo somente a fêmea hematófaga. O momento da picada geralmente passa despercebido, pois a picada não é muito dolorosa, porém fica sempre marcada por um ponto vermelho característico, diferente da picada de pernilongos. Rapidamente, após a picada, segue-se uma forte irritação com coceira, dor e inchaço. A reação pode variar de indivíduo para indivíduo, dependendo do grau de alergia.
O borrachudo transmite a oncocercose.
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BROCA DE MADEIRA
As brocas de madeira são besouros cujos ovos são depositados em peças e estrutura de madeira, bambu, cana da índia. Ao eclodirem as larvas, estas iniciam sua alimentação realizando galerias na peça de madeira infestada, e expelindo um pó fino oriundo desta atividade. Quando cessa o aparecimento do pó, a larva completou seu desenvolvimento e se prepara para empupar. Após algumas semanas ou meses (conforme a espécie), emerge o adulto e o ciclo da vida continua.
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BROCA DO OLHO DO COQUEIRO
A broca-do-olho-do-coqueiro e também denominada bicudo das palmáceas (palmeiras), é um besouro cujas larvas se alimentam do tecido interno da coroa das palmeiras causando a morte da planta.
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CARRAPATOS
Parasitismo é uma relação direta e estreita entre dois organismos geralmente bem determinados. o hospedeiro é essencial para a continuidade da existência do parasita, que necessita do hospedeiro para se nutrir. Uma característica muito importante do Parasitismo é a adaptação do parasita que se organiza ao modo de vida do hospedeiro.
Os carrapatos são parasitas externos. Eles sobem no animal, fixam-se na pele para sugar o sangue e podem transmitir agentes causadores de doenças. Quando essa situação ocorrer é preciso buscar um tratamento adequado, o mais rápido possível, conforme orientação do Médico Veterinário. Veja acima a proporção do tamanho de cada fase do ciclo do Carrapato Vermelho do Cão.
CICLO
O Carrapato Vermelho do Cão, ou Rhipicephalus sanguineus, é a espécie mais comum de carrapato que infesta o animal. Está perfeitamente adaptado às áreas urbanas, podendo ser encontrado no interior das residências em lugares altos, sem umidade e com baixa luminosidade, como em frestas, rodapés, batentes de porta, atrás de quadros e embaixo de estrados de camas.
Eles se escondem em "ninhos" no ambiente para mudar de fase ou para a fêmea iniciar a postura dos ovos. Depois de sair desse esconderijo, procuram o nosso amigo para se fixar e se alimentar.
Ovos
Cada fêmea do Carrapato Vermelho do Cão coloca de 3 mil até 4 mil ovos, que vão se desenvolver entre 20 e 60 dias e se transformar em pequenas larvas com 6 pernas.
Larvas
Ao sair dos ovos, as larvas levam de 5 a 7 dias para começar a procurar o hospedeiro. Os carrapatos têm o Órgão de Haller, um órgão sensorial que fica na ponta dos primeiros pares de patas. Através dele os carrapatos localizam o cão e andam até encontrá-lo. Estando no hospedeiro, procuram os lugares com a pele mais macia, fixam-se e sugam o sangue. Então desprendem-se, caem no chão, sobem e abrigam-se nos lugares altos para se transformar em ninfa. Essa mudança ocorre do 5º ao 49º dia.
Ninfas
Já transformadas (com 8 pernas), procuram um hospedeiro e o parasitam principalmente na região da cabeça, orelhas, pescoço e nos espaços entre os dedos. Ficam no hospedeiro por volta de 3 dias, desprendem-se novamente, procuram um local para se esconder (lugares altos) e passar para o estágio adulto.
ADULTOS
No esconderijo, as ninfas se transformam em carrapatos machos ou fêmeas. Essa mudança ocorre do 10º ao 16º dia. Como adultos podem passar meses sem o hospedeiro, portanto sem se alimentar. Ficam aguardando uma condição de clima adequada para saírem de seus abrigos. Ao subir no hospedeiro, os machos e fêmeas perambulam pelo corpo do cão até encontrar um lugar ideal para se fixar. A fêmea, após ser fecundada, alimenta-se do sangue do hospedeiro, se desprende do animal, cai no chão e busca um lugar propício para iniciar a postura dos ovos.
RISCOS
Doenças que os carrapatos podem transmitir aos cães:
Em altas infestações de carrapatos, nosso amigo pode ficar anêmico. Isso porque, além de se alimentar do sangue, o parasita traz doenças que atacam os glóbulos vermelhos e brancos.
ATITUDES
Para os animais:
A Bayer possui uma linha de produtos carrapaticidas para tratar os nossos amigos, como o Advantage® Max3, carrapaticida com tripla proteção, de uso mensal, e a Kiltix®, coleira carrapaticida de longa duração, com ação por até 7 meses. Para banhos no animal, que podem ser feitos semanalmente, a Bayer tem o Asuntol®, sabonete parasiticida.
Para o ambiente:
Em um local infestado por carrapatos, apenas 5% dos parasitas estão sobre os animais e o restante encontra-se no ambiente. No caso do carrapato dos cães, é importante alertar que os principais locais a serem tratados são os lugares altos, como batentes de porta e janela, rodapés, embaixo de móveis e estrados de cama, frestas, muros e paredes.
Recomenda-se utilizar produtos adequados e seguros, sempre ler as instruções que constam nas embalagens, preparar a diluição adequada, respeitar o tempo de isolamento do local tratado. É importante também dar continuidade ao tratamento, principalmente nos períodos de maior infestação. Procure um Médico Veterinário para orientá-lo adequadamente.
MITOS
Muitas vezes acreditamos que nosso amigo não vai ser vítima de parasitas. Naturalmente, as chances são menores quando cuidamos dele com carinho e responsabilidade. Porém, os parasitas têm uma grande capacidade de sobrevivência, por isso é importante conhecê-los bem para poder lidar melhor com o problema.
Veja alguns mitos abaixo: "Os pássaros e o vento estão trazendo carrapatos."Os carrapatos não são trazidos pelo vento e a espécie Rhipicephalus sanguineus tem preferência pelos cães. Dificilmente subiriam em aves. "O carrapato brota do sangue do meu animal."Os carrapatos são parasitas externos que procuram o animal para se alimentar. Não saem do seu sangue, e sim se alimentam dele.
"Na minha casa não tem grama, por isso não pode ter carrapatos."Existem os carrapatos que vivem na vegetação, como o Carrapato-estrela, por exemplo. Já o Carrapato Vermelho do Cão prefere lugares altos e sem umidade, por isso o fato do nosso quintal ser cimentado não descarta a possibilidade da existência desse parasita.
"Passei veneno no chão, por isso não tem carrapatos na minha casa."Como o Carrapato Vermelho do Cão se esconde em lugares altos, sempre devemos focar o tratamento ambiental nas paredes, batentes de portas e janelas, atrás dos quadros, embaixo de estrado de cama e nos muros do quintal. Se tratarmos somente o chão, não atingiremos seus esconderijos.
"Eu moro em apartamento, portanto não tem como ter carrapatos."
Como o Carrapato Vermelho do Cão sobe paredes, nada impede sua sobrevivência num prédio, até porque as áreas internas das residências oferecem condições propícias e esconderijos para essa espécie de carrapato.
"A minha casa é limpa, não tem carrapatos."Infelizmente produtos de limpeza não exterminam o carrapato. O ideal é usarmos produtos específicos para o Carrapato Vermelho do Cão.
"Usei produto contra carrapatos, mas eles estão reaparecendo após 15 dias."Os carrapatos que estão aparecendo não são os mesmos que estavam no animal antes do tratamento. Todos os dias, tendo condições climáticas favoráveis, novos parasitas sairão dos esconderijos e procurarão o hospedeiro. Portanto, para um controle efetivo dos carrapatos, é importante tratar tanto o animal quanto o ambiente.
"O meu animal de estimação não pode ter carrapatos porque se tivesse estariam subindo nas pessoas que vivem na residência."O Carrapato Vermelho do Cão raramente sobe em gatos e em seres humanos, tendo preferência pelos cães. Já o Carrapato-estrela pode parasitar qualquer espécie animal, incluindo o homem.
CURIOSIDADES - Carrapato Vermelho do Cão" ou " - Carrapato Marrom do Cão" - Rhipicephalus sanguineus.
Outras espécies e suas origens
CARRAPATOS CONSERVAÇÃO:
2º Dra. Leila Barsi do Instit. Biolog. De SP – os carrapatos do cavalo (estrela) podem ficar (num estagio) até 24 meses sem se alimentar.
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CARUNCHOS
Também denominados de gorgulhos, os carunchos são pequenos besouros pertencentes à ordem Coleóptera. Como todo inseto, seu esqueleto é externo e revestido por uma camada de quitina, que é lisa, brilhante e rígida. E como todo besouro, possuem dois pares de asas, sendo que o primeiro par, chamado élitro, é rígido e confere proteção ao outro par de asas e ao abdômen do inseto.
Os carunchos são considerados pragas agrícolas principalmente de grãos armazenados, embora possam também infestar os grãos ainda no campo, durante o desenvolvimento e maturação destes. Embora a infestação de grãos no campo não comprometa muito a produtividade da safra, se tona prejudicial na medida em que, quando colhida, pode infestar os depósitos, comprometendo grande parte do estoque armazenado, caracterizando a chamada “infestação cruzada”. As infestações são prejudiciais aos grãos e à agricultura, pois afetam o valor nutricional do grão e diminuem seu poder germinativo, levando à desvalorização do produto. Além disso, podem provocar aumento da umidade dos grãos, propiciando condições para o desenvolvimento de patógenos, como fungos.
MÉTODO DE CONTROLE:
Em geral esses métodos envolvem o tratamento por substâncias tóxicas que precisam entrar pelas fibras da madeira ou do bambu, em processos industriais. Caso o material não seja tratado, um bom acabamento de verniz e tinta também podem ser eficientes.
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CENTOPÉIA
Encontrada nova espécie de Centopéia no Central Park de New York
Nova York - Os cientistas encontraram uma nova espécie animal, um tipo de centopéia, no Central Park de Nova York.
O exemplar de aproximadamente 1,25 centímetro, é a primeira nova espécie animal encontrada no enorme parque em mais de um século, informou nesta quarta-feira o jornal New York Times.
O artrópode recebeu o nome de Nannarrup Hoffmani em homenagem a Richard Hoffman, curador do Museu de História Natural do estado de Virginia, que participou da descoberta.
A nova espécie foi encontrada depois que o grupo privado sem fins lucrativos, que administra o parque solicitou a cientistas do Museu Americano de História Natural que catalogassem as espécies existentes nos bosques do parque nova-iorquino
Os pesquisadores recolheram amostras de material vegetal em decomposição durante 1998, disse o Times. Dessa forma, encontraram vários exemplares do animal e os enviaram a Hoffman.
Hoffman, por sua vez, enviou alguns exemplares que não pôde identificar a cientistas italianos e eles determinaram que o exemplar em questão não é apenas uma nova espécie, como também um novo gênero.
É de uma categoria superior de animais similares que pode incluir cem ou mais espécies. A nova centopéia se assemelha a algumas espécies asiáticas.
Agencia estado - AE-AP - 05/05/2003.
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CIGARRAS
Estes insetos estão presentes a séculos em nossas lavouras. Com o desenvolvimento da cultura do café no início do século, passaram a ter importância econômica, chegando a prejudicar dezenas de milhares de cafeeiros. Foi no Estado de São Paulo que constatou-se as primeiras infestações severas, nos municípios de Caconde, Campinas, Barra Bonita, São João de Ibitinga e São José do Rio Preto.
As formas jovens destes insetos (ninfas) vivem no solo, sugando a seiva pelas raízes das plantas. As cigarras são muito conhecidas pelo ruído estridulante (canto), um som emitido por um órgão localizado no abdomem dos machos para atraírem as fêmeas para o acasalamento. A fêmea coloca seus ovos em ramos e nas cascas dos galhos da planta hospedeira, as ninfas ao nasceram são denominadas de ninfas móveis, penetrando no solo até um metro de profundidade à procura das raízes da planta. Com o aparelho bucal sugador alimentam-se da seiva das raízes continuamente. Esta fase pode durar cerca de um ano.
As ninfas móveis cavam galerias até a superfície, saindo por estes orifícios.
A ninfa móvel é o última fase de seu desenvolvimento quando abandona o solo e se fixa no tronco da planta hospedeira, ocorrendo a última muda e emergindo o adulto. O cafeeiro é uma das plantas hospedeiras mais conhecidas.
O adulto usa suas garras para se fixar no tronco do cafeeiro.
Adultos da cigarra do cafeeiro
Existem espécies de cigarras em outros países, com aspectos bioecológicos diferentes. Visite o site www.dancentury.com/cicad
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CIGARRINHAS
As cigarrinhas são insetos que sugam a seiva das plantas. Pertencem a Ordem Homoptera e as famílias Membracidae, Aethalionidae, Cercopidae e Cicadellidae. As formas jovens das cigarrinhas, chamadas de ninfas, ficam protegidas por uma espuma branca característica, semelhante a cuspe. Tanto as ninfas quanto os adultos apresentam coloração diversa, variando do verde claro ao preto com manchas vermelhas, pretas e amarelas. O tamanho dos adultos varia de espécie para espécie.
Os membracídeos alimentam-se principalmente da seiva de árvores e arbustos, sendo a maioria das espécies específica quanto às plantas hospedeiras. Algumas espécies, na fase de ninfa, alimentam-se de gramíneas e outras ervas.
Os aetalionídeos são conhecidos por "cigarrinha dos pomares". As espécies são encontradas em um número grande de plantas cultivadas. Formam colônias numerosas com muitos indivíduos.
Os cercopídeos são cigarrinhas de tamanho pequeno ou médio. São saltadoras e algumas espécies assemelham-se a pequenas rãs. Muitas espécies têm cores vivas e as espécies alimentam-se de diversos tipos de plantas.
Os cicadelídeos assemelham-se muito aos cercopídeos quanto a diversidade de tamanhos e cores. Ocorrem em quase todos os tipos de plantas.
Os danos ocasionados pelo ataque das cigarrinhas às plantas são: retirada excessiva de seiva levando à morte da planta, as folhas ficam cobertas de diminutas manchas esbranquiçadas ou amareladas, algumas espécies de cigarrinhas prejudicam a planta ao inserir os ovos em ramos verdes, muitas espécies são vetoras de organismos, como os vírus, que causam doenças nos vegetais e algumas causam definhamento e encrespamento das folhas.
As cigarrinhas eliminam pelo ânus um líquido açucarado denominado "honeydew", que atrai uma grande quantidade de formigas. Este líquido corresponde a uma parte de seiva sugada e não utilizada pelo inseto. Uma vez em contato com as folhas, um fungo negro, denominado fumagina, cresce sobre o líquido açucarado, debilitando a planta.
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COLCHONILHA
As cochonilhas pertencm a Ordem Homoptera e à superfamília Coccoidea. Este é um grupo bastante grande de insetos que possuem a forma pequena e bastante diferente. As fêmeas não possuem asas e não se locomovem; os machos têm apenas um par de asas ou, em alguns casos raros, também não as possuem. Estes se parecem com pequenos mosquitos e podem ser reconhecidos por não apresentarem peças bucais e pela presença de um prolongamento do abdômen.
O desenvolvimento das cochonilhas é bastante complexo. As fêmeas depositam ovos dos quais eclodem ninfas. Estas, quando no primeiro estágio, possuem pernas que propiciam a capacidade de locomoção e antenas. Depois da primeira muda (troca de pele) as pernas e antenas se atrofiam e o inseto torna-se séssil, isto é, fixa-se em um determinado local sem sair mais. Ali a ninfa secreta uma capa de cera ou semelhante a uma escama, que é denominada de carapaça. Nas cochonilhas pertencentes à família Diaspididae a carapaça é separada do corpo do inseto. As fêmeas ficam sob essa carapaça onde depositam seus ovos, ou mesmo os jovens diretamente. Os machos desenvolvem-se da mesma maneira que as fêmeas, porém, no último estágio de ninfa, antes de tornarem-se adultos, as asas se desenvolvem.
São várias as famílias de cochonilhas. Dentre elas citam-se as seguintes: Ortheziidae, Margarodidae, Diaspididae, Aclerdidae, Coccidae, Lacciféridae, Asterolecaniidae, Pseudococcidae, Eriococcidae, Dactylopiidae e Kermidae.
As cochonilhas são de grande importância econômica em várias culturas e plantas ornamentais, pois podem causar prejuízos consideráveis. Pela variedade de famílias acima citadas, pode-se imaginar que estes insetos também apresentam várias formas e cores. Normalmente as cochonilhas são gregárias, isto é, onde existe uma cochonilha existem outras. Elas são encontradas, preferencialmente, nas axilas das folhas, sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo nos frutos e raízes. A coloração pode ser branca, marrom, avermelhada, verde ou enegrecida. Algumas possuem o corpo mole coberto por cera ou secreção parecida com o algodão. Outras apresentam carapaça dura e arredondada, enquanto algumas possuem o corpo com formato de vírgula.
As cochonilhas secretam uma substância adocicada pelo ânus denominada "honeydew". Esta secreção é derivada do excesso de seiva da planta sugada pelo inseto, pois é este o alimento das cochonilhas. Esta substância adocicada atrai formigas o que passa, muitas vezes a ser um segundo problema para a planta. No local onde fica aderido o "honeydew" cresce um fungo negro, denominado fumagina que prejudica o desenvolvimento normal da planta. As formigas ao passearem sobre esta substância açucarada acabam por espalhá-la ainda mais, possibilitando o aparecimento do fungo em diversos locais na planta.
Mas as cochonilhas não são sempre nocivas. Algumas são utilizadas para a fabricação de verniz, como uma espécie de cochonilha mexicana (Llaveia axin), os machos de Ericerus pela, uma espécie oriental, segregam uma grande quantidade de cera que é utilizada para a fabricação de velas e a cera das cochonilhas Ceroplastes ceriferus é utilizada na Índia para fins medicinais. Ainda na Índia ocorrem as espécies de cochonilhas da laca, insetos de grande valor comercial. A espécie Laccifer lacca produz uma secreção cerosa tão abundante que os ramos onde esses insetos se fixam podem ficar com uma camada de laca de até 12mm de espessura. Os ramos são cortados, a laca é dissolvida e refinada e depois usada na fabricação de vernizes, que muitas vezes são pigmentados. Algumas espécies, ainda, são fonte de corantes como o carmezin.
ALGUNS TIPOS: Coccus hesperidum - Planococcus citri - Icerya purchasi
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C U P I N S
Cupins Arbóreos e Cupins de Montículo:
Introdução
Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).
Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados destes insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânico ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.
No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil.
De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira |
É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem.
O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.
Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. Dependendo da localização e do formato do ninho, podemos citar, por exemplo, os cupins de montículo, responsáveis por prejuízos na lavoura.
Descrição: Os cupins são insetos sociais pertencentes à Ordem Isoptera, palavra que deriva do grego "isos", que significa igual e "ptera", que significa asas, ou seja, os cupins pertencem à classe de insetos de "asas semelhantes".
Assim, a classificação dos cupins começa pela seguinte tabela:
Reino: Animal - Filo: Artropoda - Classe: Insecta - Ordem: Isoptera
Estes insetos tem distribuição mundial, ocorrendo em áreas tropicais e temperadas na terra. Cerca de 2.200 espécies de cupins já foram descritas, sendo que no continente americano encontramos aproximadamente 540 espécies distribuídas em 84 gêneros e 5 famílias. Nos Estados Unidos foram relatadas cerca de 40 espécies e, no Brasil, cerca de 200 espécies, a maioria benéfica.
O quadro abaixo representa esta distribuição.
Família |
Gêneros |
Espécies |
Kalotermitidae |
15 |
112 |
Rhinotermitidae |
8 |
34 |
Serritermitidae |
1 |
1 |
Termitidae |
58 |
363 |
Termopsidae |
2 |
4 |
Além destes cupins, podemos citar o Reticulitermes lucifugus (Rossi, 1792), o Heterotermes spp, Nasutitermes spp, etc. que também invadem estruturas e serão tratados em capítulos à parte.
Vida Social
Cupins são insetos sociais, ou seja, como as abelhas, formigas e vespas, formam uma colônia. Esta colônia de indivíduos é caracterizada pela especialização de funções, existindo indivíduos responsáveis por tarefas específicas tais como: buscar alimento, reprodução, botar ovos, defender o ninho, dentre outras. A especialização faz os indivíduos de uma colônia possuírem diferentes formas (morfologia diferenciada, polimorfismo), devidamente adaptadas à função que irão desempenhar. Desta maneira, um indivíduo especializado desempenha apenas um tipo de tarefa, fazendo com que exista uma completa interdependência entre os indivíduos de diferentes funções para a sobrevivência da colônia.
Existem basicamente três tipos de funções ou castas de indivíduos em uma colônia:
Operários - Soldados - Reprodutores alados
A casta dos operários é caracterizada por indivíduos responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, tais como obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas, inclusive o rei e a rainha, construção e conservação do ninho (reparação por danos e limpeza), eliminação de indivíduos adoecidos ou mortos, cuidados com os ovos. Morfologicamente falando, os operários apresentam uma cor branca leitosa com a cabeça relativamente mais escura, não apresentando nenhum olho (tanto olhos compostos quanto olhos simples ou ocelos). Algumas espécies podem apresentar uma área pigmentada onde os olhos seriam tipicamente encontrados; no entanto todos os operários são cegos. As asas são ausentes, pois não necessitam das mesmas para o desempenho das funções a eles atribuídas.
A casta dos soldados, por sua vez, tem a função de guarda do ninho e proteção dos operários durante a busca de alimentos. Morfologicamente apresentam corpo de cor branco leitoso, e são caracterizados pelas cabeças escuras desenvolvidas com um par de mandíbulas também desenvolvidas (a única exceção são os soldados da espécie Nasutitermes spp, que apresentam mandíbulas na forma de um prolongamento espinhoso da cabeça). Semelhantemente aos operários, os soldados também não apresentam asas ou olhos (áreas pigmentadas na cabeça podem estar presentes na região onde os olhos estariam localizados). Como estruturas de defesa, além da potente mandíbula que pode esmagar, cortar ou golpear com enorme força e da cabeça dura e volumosa que pode obstruir passagens estreitas do ninho contra a penetração de inimigos naturais, os soldados de algumas espécies podem apresentar secreções de natureza tóxica ou viscosa e muito grudenta, através de uma estrutura na cabeça denominada fontanela (um tipo de poro que se interliga com a glândula frontal, responsável pela produção das secreções). É interessante mencionar que o formato da cabeça e das mandíbulas pode ajudar na identificação da espécie infestante.
A casta dos reprodutores alados é representativa dos indivíduos responsáveis pela reprodução. Assim, esta casta é formada por indivíduos sexualmente definidos (machos e fêmeas), com o aparelho reprodutor desenvolvido. São os famosos siriris, siri-siris ou aleluias, que saem do ninho em um vôo de dispersão com o objetivo único de encontrar um local onde possam se reproduzir, formando outro ninho de cupins. Este fênomeno de dispersão é conhecido como revoada ou enxamagem e ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas, normalmente no período da tarde, próximo ao anoitecer. Morfologicamente falando, para desempenharem a função de dispersão, apresentam dois pares de asas membranosas, úteis apenas durante o fênomeno de dispersão, caracterizadas por terem dimensões semelhantes (o que os classifica na Ordem Isoptera, como mencionamos anteriormente). Quando não estão em uso, as asas repousam sobre o abdome do inseto.
A cor das asas pode variar de claras e transparentes a escuras, sendo que é através das nervuras presentes nas asas que se identificam muitas espécies de cupins. A coloração do corpo dos alados varia de um marrom claro ao preto, dependendo da espécie. Apresentam olhos compostos e algumas espécies também apresentam olhos simples ou ocelos. Da mesma forma que os soldados, apresentam fontanela na cabeça.
Após a revoada, quando pousam no solo para procurar um abrigo e formar novo ninho, os reprodutores alados forçam as asas contra a superfície e a quebram, pois já desempenharam o seu papel no vôo de dispersão. A parte basal da asa, que permanece junto ao corpo após a quebra das asas, é denominada escama alar. Se o casal não tiver se encontrado durante o vôo de dispersão, a fêmea, já no solo, libera um feromonio sexual que irá atrair o macho. Após ambos se encontrarem, partem para procurar um local seguro para o acasalamento. Após a identificação do abrigo (madeira seca ou solo, dependendo da espécie ser um cupim de madeira seca ou cupim subterrâneo) macho e fêmea se acasalam e iniciam a nova colônia dando início à postura de ovos. A partir daí são chamados de rei e rainha, ou casal real, da nova colônia.
Quando inicia a postura, o abdome da rainha sofre uma hipertrofia, pois todos os ovos em desenvolvimento ficam em seu interior, aumentando de tamanho à medida que a fêmea aumenta sua capacidade de oviposição com o passar dos meses. O abdome da fêmea pode, assim, alcançar vários centímetros de comprimento, apresentando uma coloração branco leitosa. O macho permanece junto à fêmea, que necessita ser fecundada periodicamente e, por sua vez, apresenta uma leve hipertrofia em seu abdome. Dependendo da espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente no ninho ou permanece confinado em uma câmara real, de onde jamais sairá.
O ninho pode ser formado ainda por outros indivíduos ou elementos, tais como ovos e indivíduos imaturos, brancos, moles e dependentes dos operários que cuidam de sua limpeza e alimentação. Também podem apresentar reprodutores secundários ou reprodutores de substituição, indivíduos com a função de substituir o casal real no caso de algum deles adoecer ou morrer, ou até mesmo ter a função de complementar a postura de ovos na colônia. Reprodutores secundários são produzidos em colônias mais maduras e, como não têm a necessidade de sair da colônia, eles nunca desenvolveram asas podendo apresentar, no entanto, gemas alares quando são originados de ninfas. Sua coloração pode variar de leve a fortemente pigmentada.
Outras espécies de artrópodes também podem conviver com os cupins, tais como alguns pequenos besouros, miriápodes e moscas e são denominados simbiontes.
Para manter todos os indivíduos desta sociedade, o ninho desempenha um papel importante, oferecendo condições microclimáticas (temperatura, umidade, intempéries climáticas) adequadas e seguras a todos os indivíduos desta comunidade, protegendo-a contra inimigos naturais (predadores e parasitas). Ao conjunto formado pela comunidade (indivíduos) e pelo ninho (parte física), denominamos colônia. Assim, uma colônia pode ser formada de vários ninhos (ou sub-ninhos) no caso de compartilhar os mesmos indivíduos.
Ciclo de Vida
Os cupins são insetos que apresentam metamorfose incompleta. Embora cada espécie possua características de desenvolvimento diferentes, basicamente podemos resumir o ciclo de vida destes insetos em: ovos, formas jovens (ou ninfas) e adultos. A rainha coloca ovos que se transformam nas formas jovens. As formas jovens, por sua vez, podem se diferenciar em operários, soldados e reprodutores alados que, como vimos, após se abrigarem em outro local, formam o casal real da nova colônia.
Entre a forma jovem e a forma adulta, os cupins sofrem mudas para que possam se desenvolver, a este processo chamamos de ecdise ou muda.
Os operários podem ser divididos em dois tipos: operários verdadeiros, que são estéreis e operários funcionais, que são machos e fêmeas. Operários funcionais tem a habilidade de mudar de volta a ninfa, que pode então se transformar em soldados, reprodutores alados ou reprodutores de substituição, dependendo das necessidades da colônia. O último estágio ninfal pode desempenhar funções do operário no busca de alimentos e ajudam a cuidar de outras ninfas nos estágios iniciais.
Os cupins de madeira seca não tem operários verdadeiros. Sua função é desempenhada pelas ninfas que podem se desenvolver em soldados ou reprodutores. Os cupins subterrâneos apresentam, em geral, as três fases do ciclo de vida descrito acima.
Em relação à longevidade dos cupins, o rei e a rainha podem viver até 30 anos. Durante todo o período de vida, a rainha irá colocar ovos e, para isso, necessita de acasalamento freqüente do rei. A colônia como um todo, no entanto, pode viver para sempre uma vez que se o rei ou a rainha morrerem ou adoecerem, são prontamente substituídas pelos reprodutores de substituição que se encarregarão das funções de fecundação, do rei, ou de oviposição, da rainha.
Formação de uma nova colônia
Novas colônias podem ser formadas a partir dos reprodutores alados (siriris ou aleluias) ou pelo isolamento de indivíduos de uma colônia grande. Na colônia formada através dos alados, é interessante notar que a maior parte das formas aladas irá morrer por serem atacadas por inimigos naturais (formigas), consumidas por predadores (pássaros, morcegos, etc), por sofrerem com mudanças climáticas ou simplesmente por não encontrarem o par ou um local seguro para fazer o ninho. Além disso, o desenvolvimento inicial da colônia é lento. A rainha coloca poucos ovos inicialmente e, ao final do primeiro ano, uma colônia de cupins subterrâneos, por exemplo, pode conter cerca de 75 indivíduos apenas, apresentando-se assim, extremamente frágil.
A formação de uma nova colônia, através do isolamento, acontece quando uma colônia identifica uma nova fonte de alimento e uma sub-colônia é formada para explorar esta nova fonte alimentar. Se o caminho entre a colônia principal e a colônia secundária for quebrado, a população isolada pode então dar origem às formas reprodutoras, geradas através dos operários funcionais e ninfas, como discutimos anteriormente.
Desta maneira, outra principal fonte de formação de novas colônias, é através do acúmulo de madeira infestada em determinados locais (que contribuem para a formação de uma sub-colônia) e pelo uso de madeiras já infestadas por cupins.
Conhecendo o Comportamento dos Cupins
CUPINS ARBÓREOS
Os cupins genericamente chamados de arbóreos mais comumente encontrados no Brasil são da espécie Nasutitermes e tem distribuição mundial, sendo um dos mais ricos em espécies. Normalmente ocorrem em áreas próximas a matas, cerrados e caatingas e dependendo da espécie constroem também ninhos epígeos (no nível do solo).
Dentro de estruturas, estes cupins atingem vigas internas dos telhados e sótãos. Seus caminhos podem ser vistos pelas paredes e são semelhantes àqueles feitos pelos cupins subterrâneos.
O controle destes cupins compreende a identificação do local onde os ninhos se encontram e a sua retirada. Muitas vezes os ninhos não estão na residência, podendo se encontrar em alguma árvore na região adjacente à estrutura. Uma barreira química, à semelhança do tratamento dos cupins subterrâneos também pode ser feita, principalmente nos casos em que o comportamento destes cupins é semelhante ao do cupim subterrâneo.
CUPINS DE MONTÍCULO
Os montículos de terra, extremamente duros e de tamanhos variados que encontramos em pastagens são na verdade ninhos de cupins. O gênero Cornitermes abrange diversas espécies adaptadas a ambientes diversos como as florestas tropicais úmidas, o cerrado e as savanas. Estas espécies estão distribuídas da Costa Rica até as regiões centrais, e no sul do Brasil, Argentina e Paraguai.
Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).
Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados destes insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânica ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.
No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil.
De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira. |
É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem.
O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.
Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. O cupim subterrâneo, por sua vez, faz o ninho no solo, geralmente próximo a uma fonte de umidade ou alimento. Desta maneira, o cupim subterrâneo, sai do ninho em busca de alimento para sobreviverem.
Descrição
Os cupins são insetos sociais pertencentes à Ordem Isoptera, palavra que deriva do grego "isos", que significa igual e "ptera", que significa asas, ou seja os cupins pertencem à classe de insetos de "asas semelhantes".
Assim, a classificação dos cupins começa pela seguinte tabela:
Reino: Animal - Filo: Artropoda - Classe: Insecta - Ordem: Isoptera
A Família Rhinotermitidae reúne os cupins subterrâneos.
No Brasil, uma das principais espécies invasoras de estruturas são o Coptotermes havilandi Holmgren, 1911, conhecido como cupim subterrâneo da família Rhinotermitidae.
Vida Social
Cupins são insetos sociais, ou seja, como as abelhas, formigas e vespas, formam uma colônia. Esta colônia de indivíduos é caracterizada pela especialização de funções, existindo indivíduos responsáveis por tarefas específicas tais como: buscar alimento, reprodução, botar ovos, defender o ninho, dentre outras.
A especialização faz os indivíduos de uma colônia possuírem diferentes formas (morfologia diferenciada, polimorfismo), devidamente adaptadas à função que irão desempenhar. Desta maneira, um indivíduo especializado desempenha apenas um tipo de tarefa, fazendo com que exista uma completa interdependência entre os indivíduos de diferentes funções para a sobrevivência da colônia.
Existem basicamente três tipos de funções ou castas de indivíduos em uma colônia:
Operários - Soldados - Reprodutores Alados
A casta dos operários é caracterizada por indivíduos responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, tais como obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas, inclusive o rei e a rainha, construção e conservação do ninho (reparação por danos e limpeza), eliminação de indivíduos adoecidos ou mortos, cuidados com os ovos. Morfologicamente falando, os operários apresentam uma cor branco leitosa com a cabeça relativamente mais escura, não apresentando nenhum olho (tanto olhos compostos quanto olhos simples ou ocelos). Algumas espécies podem apresentar uma área pigmentada onde os olhos seriam tipicamente encontrados; no entanto todos os operários são cegos. As asas são ausentes pois não necessitam das mesmas para o desempenho das funções a eles atribuídas.
Operários de cupins são encontrados em grande número na colônia. São responsáveis por manter o ninho, alimentando as demais castas. |
A casta dos soldados, por sua vez, tem a função de guarda do ninho e proteção dos operários durante a busca de alimentos. Morfologicamente apresentam corpo de cor branco leitosa, e são caracterizados pelas cabeças escuras desenvolvidas com um par de mandíbulas também desenvolvidas (a única exceção são os soldados da espécie Nasutitermes spp, que apresentam mandíbulas na forma de um prolongamento espinhoso da cabeça). Semelhantemente aos operários, os soldados também não apresentam asas ou olhos (áreas pigmentadas na cabeça podem estar presentes na região onde os olhos estariam localizados). Como estruturas de defesa, além da potente mandíbula que pode esmagar, cortar ou golpear com enorme força e da cabeça dura e volumosa que pode obstruir passagens estreitas do ninho contra a penetração de inimigos naturais, os soldados de algumas espécies podem apresentar secreções de natureza tóxica ou viscosa e muito grudenta, através de uma estrutura na cabeça denominada fontanela (um tipo de poro que se interliga com a glândula frontal, responsável pela produção das secreções). É interessante mencionar que o formato da cabeça e das mandíbulas pode ajudar na identificação da espécie infestante.
A casta dos reprodutores alados é representativa dos indivíduos responsáveis pela reprodução. Assim, esta casta é formada por indivíduos sexualmente definidos (machos e fêmeas), com o aparelho reprodutor desenvolvido. São os famosos siriris, siri-siris ou aleluias, que saem do ninho em um vôo de dispersão com o objetivo único de encontrar um local onde possam se reproduzir, formando outro ninho de cupins. Este fenômeno de dispersão é conhecido como revoada ou enxamagem e ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas, normalmente no período da tarde, próximo ao anoitecer. Morfologicamente falando, para desempenharem a função de dispersão, apresentam dois pares de asas membranosas, úteis apenas durante o fenômeno de dispersão, caracterizadas por terem dimensões semelhantes (o que os classifica na Ordem Isoptera, como mencionamos anteriormente). Quando não estão em uso, as asas repousam sobre o abdome do inseto. A cor das asas pode variar de claras e transparentes a escuras, sendo que é através das nervuras presentes nas asas que se identificam muitas espécies de cupins. A coloração do corpo dos alados varia de um marrom claro ao preto, dependendo da espécie. Apresentam olhos compostos e algumas espécies também apresentam olhos simples ou ocelos. Da mesma forma que os soldados, apresentam fontanela na cabeça.
Após a revoada, quando pousam no solo para procurar um abrigo e formar novo ninho, os reprodutores alados forçam as asas contra a superfície e a quebram, pois já desempenharam o seu papel no vôo de dispersão. A parte basal da asa, que permanece junto ao corpo após a quebra das asas, é denominada escama alar. Se o casal não tiver se encontrado durante o vôo de dispersão, a fêmea, já no solo, libera um feromonio sexual que irá atrair o macho. Após ambos se encontrarem, partem para procurar um local seguro para o acasalamento. Após a identificação do abrigo, macho e fêmea se acasalam e iniciam a nova colônia dando início à postura de ovos. A partir daí são chamados de rei e rainha, ou casal real, da nova colônia.
Quando inicia a postura, o abdome da rainha sofre uma hipertrofia, pois todos os ovos em desenvolvimento ficam em seu interior, aumentando de tamanho à medida que a fêmea aumenta sua capacidade de oviposição com o passar dos meses. O abdome da fêmea pode, assim, alcançar vários centímetros de comprimento, apresentando uma coloração branco leitosa.
O macho permanece junto à fêmea, que necessita ser fecundada periodicamente e, por sua vez, apresenta uma leve hipertrofia em seu abdome. Dependendo da espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente no ninho ou permanece confinado em uma câmara real, de onde jamais sairá.
O ninho pode ser formado ainda por outros indivíduos ou elementos, tais como ovos e indivíduos imaturos, brancos, moles e dependentes dos operários que cuidam de sua limpeza e alimentação. Também podem apresentar reprodutores secundários ou reprodutores de substituição, indivíduos com a função de substituir o casal real no caso de algum deles adoecer ou morrer, ou até mesmo ter a função de complementar a postura de ovos na colônia. Reprodutores secundários são produzidos em colônias mais maduras e, como não têm a necessidade de sair da colônia, eles nunca desenvolveram asas podendo apresentar, no entanto, gemas alares quando são originados de ninfas. Sua coloração pode variar de leve a fortemente pigmentada.
Outras espécies de artrópodes também podem conviver com os cupins, tais como alguns pequenos besouros, miriápodes e moscas e são denominados simbiontes.
Para manter todos os indivíduos desta sociedade, o ninho desempenha um papel importante, oferecendo condições microclimáticas (temperatura, umidade, intempéries climáticas) adequadas e seguras a todos os indivíduos desta comunidade, protegendo-a contra inimigos naturais (predadores e parasitas). Ao conjunto formado pela comunidade (indivíduos) e pelo ninho (parte física), denominamos colônia. Assim, uma colônia pode ser formada de vários ninhos (ou sub-ninhos) no caso de compartilhar os mesmos indivíduos.
Ciclo de Vida
Os cupins são insetos que apresentam metamorfose incompleta. Embora cada espécie possua características de desenvolvimento diferentes, basicamente podemos resumir o ciclo de vida destes insetos em: ovos, formas jovens (ou ninfas) e adultos. A rainha coloca ovos que se transformam nas formas jovens. As formas jovens, por sua vez, podem se diferenciar em operários, soldados e reprodutores alados que, como vimos, após se abrigarem em outro local, formam o casal real da nova colônia.
Entre a forma jovem e a forma adulta, os cupins sofrem mudas para que possam se desenvolver, a este processo chamamos de ecdise ou muda.
Os operários podem ser divididos em dois tipos: operários verdadeiros, que são estéreis e operários funcionais, que são machos e fêmeas. Operários funcionais tem a habilidade de mudar de volta a ninfa, que pode então se transformar em soldados, reprodutores alados ou reprodutores de substituição, dependendo das necessidades da colônia. O último estágio ninfal pode desempenhar funções do operário no busca de alimentos e ajudam a cuidar de outras ninfas nos estágios iniciais.
Os cupins subterrâneos apresentam, em geral, as três fases do ciclo de vida descrito acima.
Em relação à longevidade dos cupins, o rei e a rainha podem viver até 30 anos. Durante todo o período de vida, a rainha irá colocar ovos e, para isso, necessita de acasalamento freqüente do rei. A colônia como um todo, no entanto, pode viver para sempre uma vez que se o rei ou a rainha morrerem ou adoecerem, são prontamente substituídas pelos reprodutores de substituição que se encarregarão das funções de fecundação, do rei, ou de oviposição, da rainha.
Formação de uma nova colônia
Novas colônias podem ser formadas a partir dos reprodutores alados (siriris ou aleluias) ou pelo isolamento de indivíduos de uma colônia grande. Na colônia formada através dos alados, é interessante notar que a maior parte das formas aladas irá morrer por serem atacadas por inimigos naturais (formigas), consumidas por predadores (pássaros, morcegos, etc), por sofrerem com mudanças climáticas ou simplesmente por não encontrarem o par ou um local seguro para fazer o ninho. Além disso, o desenvolvimento inicial da colônia é lento. A rainha coloca poucos ovos inicialmente e, ao final do primeiro ano, uma colônia de cupins subterrâneos, por exemplo, pode conter cerca de 75 indivíduos apenas, apresentando-se assim, extremamente frágil.
A formação de uma nova colônia, através do isolamento, acontece quando uma colônia identifica uma nova fonte de alimento e uma sub-colônia é formada para explorar esta nova fonte alimentar.
Se o caminho entre a colônia principal e a colônia secundária for quebrado, a população isolada pode então dar origem às formas reprodutoras, geradas através dos operários funcionais e ninfas, como discutimos anteriormente.
Desta maneira, outra principal fonte de formação de novas colônias, é através do acúmulo de madeira infestada em determinados locais (que contribuem para a formação de uma sub-colônia) e pelo uso de madeiras já infestadas por cupins.
Conhecendo o Comportamento dos Cupins Subterrâneos
Os cupins subterrâneos são assim denominados por construírem seus ninhos no solo. De fato, estes cupins também podem construir seus ninhos em vão estruturais, como: caixões perdidos em edifícios, vãos entre lajes, paredes duplas, ou qualquer outro espaço confinado que exista em uma estrutura, seja ela uma residência, indústria ou comércio.
Por esta razão, a denominação cupim subterrâneo não é a mais correta quando se trata deste grupo de cupins. No entanto, dada à universalidade da descrição (em inglês este grupo de cupins é chamado de "subterranean termite") e a familiaridade do termos entre pesquisadores da área, manteremos a mesma denominação para estes cupins no Brasil. A única restrição fica no fato de nos lembrarmos que, além do solo, estes cupins podem construir seus ninhos em vãos estruturais. Esta é uma característica que o diferencia dos cupins de madeira seca, cujos ninhos estão confinados à madeira infestada.
O sinal típico de ataque dos cupins subterrâneos são os caminhos que eles fazem sobre a alvenaria ou outro material. Feitos de terra, fezes e saliva, estes cupins constroem verdadeiros túneis que os protegem de predadores, perda de água, e outros contratempos. |
Outra diferença é que os operários destes podem transitar em outros meios que não a madeira, em busca de alimento. O cupim de madeira seca, ao consumir toda a madeira que o abriga, se não tiver acesso à outra madeira em contato com a primeira, condena a sua colônia a morte. A vida útil da colônia está, assim, ligada à duração da fonte de alimento. Os cupins subterrâneos, podendo sair da colônia em busca de alimentos, não têm este problema, dada a fartura de elementos a base de celulose que se encontra na natureza ou nas proximidades do próprio ninho.
Classificação
Família: Rhinotermitidae - Gênero: Coptotermes - Espécie: Coptotermes havilandi Holmgren, 1911.
Descrição:
O Coptotermes havilandi é uma das espécies de cupins denominados de cupins subterrâneos sendo, sem sombra de dúvida, a espécie invasora de estruturas de maior importância econômica no Brasil.
Dentro da família Rhinotermitidae encontram-se os cupins que mais prejuízos causam à madeira, em todo o mundo. Existem cerca de 45 espécies de cupins descritas e, dentre elas, o Coptotermes havilandi, que infesta estruturas no Brasil. Nos Estados Unidos existe uma espécie diferente, denominada Coptotermes formosanus, que ainda não ocorre no Brasil. Recentemente foi identificado o Coptotermes havilandi em um bairro de Miami, uma cidade portuária localizada no Estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, fato este que tem causado grande preocupação aos norte-americanos.
No Brasil, acredita-se que o C. havilandi foi introduzido em 1923, através de importações de materiais infestados que chegaram por cidades portuárias. Ou seja, da mesma maneira que ele acabou sendo introduzido nos Estados Unidos em 1996: de navio.
O soldado desta espécie apresenta a cabeça arredondada, de cor amarelo claro, com mandíbulas proeminentes e dotados de um poro logo atrás das mandíbulas que é conectado a uma glândula cefálica, chamado de fontanela. Esta glândula produz um líquido viscoso do tipo cola que é usado para defesa, sendo excretado em grande volume (proporcionalmente) quando se encontram em perigo.
O soldado possui uma cabeça mais avantajada, necessária para sustentar as mandíbulas na defesa da colônia. |
A rainha do cupim subterrâneo pode colocar cerca de 1000 ovos por dia.
A rainha e o abdome fisiogástrico: o tamanho é resultado do acúmulo de ovos em desenvolvimento dentro de seu corpo para dar conta das milhares de posturas características de algumas espécies. |
Um estudo visando quantificar o tamanho de uma colônia típica de cupins subterrâneos (C. formosanus) nos Estados Unidos, mostrou que, dentre 8 colônias estudadas em Miami, o número de cupins variou entre 1,4 a 6,86 milhões de indivíduos. Estas colônias apresentaram uma área de forrageamento (busca de alimentos) de 162 a 3571 metros quadrados, respectivamente. Operários da menor colônia viajaram cerca de 43 metros lineares à procura de alimento, enquanto da maior colônia chegaram à distância de 115 metros do ninho em busca de alimento.
Os ninhos são volumosos e, normalmente, quando não construídos no solo, são construídos em locais ocultos e úmidos tais como em porões, caixões perdidos, paredes e lajes duplas, frestas em construções, poços de ventilação e de elevadores, espaços vazios abaixo do pisos, caixas de eletricidade e telefonia, etc. Este cupim não necessita de contato com solo para se desenvolver, desde que tenha contato com a água (há casos de infestação em prédios nos andares mais altos e nos logo abaixo não). No entanto, o foco principal pode estar no próprio solo.
Uma das principais características deste cupim é que não estão restritos à peça atacada, podendo infestar domicílios, árvores ornamentais, madeiras em geral (parques, jardins). Árvores ornamentais podem servir de excelentes abrigos para cupins, contendo colônias no interior do tronco ou abaixo das raízes.
Para passar de um local a outro, a procura de alimentos, os operários fazem túneis no solo. Quando se depara com ambientes abertos, o C. havilandi usa fezes e partículas de solo cimentadas com saliva, na construção de galerias de comunicação, formando longos túneis que os protegem do ataque de inimigos naturais e da perda de umidade. Estes túneis são o principal sinal de ataque por cupim subterrâneo em estruturas e podem estar camuflados pela infinidade de espaços e frestas que permeiam as edificações, tais como juntas de dilatação, rachaduras, conduítes elétricos e telefônicos, frestas de instalações hidráulicas ou de ar condicionado e prumadas de esgoto, típicas de prédios etc.
Estes cupins são tão vorazes que chegam a fazer 30 a 50 metros de galerias à procura de alimento.Também apresentam um comportamento ávido por espaços vazios, o que facilita a infestação de grandes construções ou instalações como caixas de luz, onde a madeira que suporta as chaves elétricas ou relógios de medição ficam protegidas do ambiente externo pelo vidro colocado nas caixas. O preenchimento dos espaços vazios é rápido e mesmo que não haja frestas, se o reboque se apresentar fresco ou estiver fraco, os cupins podem remover os mesmos da parede e construir a colônia (caso localize um túnel isolado na parede experimente quebrar a parede para localizar frestas).
Os ninhos são construídos da mesma maneira que as galerias, ou seja com o uso das fezes úmidas que são colocadas uma sobre a outra, formando estruturas tipicamente do tipo cartonado, repleto de galerias internas.
O crescimento da colônia é muito mais rápido do que o crescimento da colônia de cupim de madeira seca. O ninho formado por um casal apresenta, um ano após o acasalamento, cerca de 40 indivíduos entre soldados e operários.
Da mesma maneira que os cupins de madeira seca, quando os sinais de infestação tornam-se aparentes, muitas vezes o prejuízo já é de grande monta, nada mais restando ao proprietário do imóvel que controlar a infestação e consertar os locais atacados.
Por apresentarem colônia muito grande, as revoadas dos C.havilandi são de grande porte, envolvendo centenas de indivíduos. Ocorre normalmente entre as 17 e 20 horas, no início da primavera, quando a umidade favorece (pode no entanto revoar mais tarde). Este período favorável para revoadas, em São Paulo, se estende de agosto a dezembro.
Danos
Estimativas feitas com o Coptotermes havilandi, nos Estados Unidos, indicam que uma colônia desta espécie, contendo cerca de 3 milhões de indivíduos, pode consumir madeira a uma taxa de 360 gramas por dia. Uma colônia madura de cupins subterrâneos desta espécie pode causar severos danos a uma estrutura em apenas três meses. Desta maneira é imprescindível que seja identificado o quanto antes uma infestação por cupim subterrâneo.
O montante dos danos pode ser grande não apenas pelo tamanho da colônia que está atacando uma estrutura, mas também porque nada impede que duas ou mais colônias estejam infestando a mesma estrutura.
As principais estratégias de controle de cupins serão apresentadas a seguir. É interessante frisar, neste momento, que os dados apresentados a seguir visam orientar o consumidor para que possa estar ciente do problema que está enfrentando. O uso de alguns produtos para o controle de cupins é restrito a entidades especializadas e, mesmo produtos de venda livre devem ser manipulados com segurança por profissionais que conheçam o seu ofício. Recomendamos que, após compreendido o tipo de tratamento que será necessário fazer, seja solicitado um orçamento para controle de uma empresa especializada no controle de pragas urbanas. O ponto mais importante na contratação de uma empresa profissional é a certeza de estarem utilizando as ferramentas corretas para fazer o controle, com toda a segurança para os moradores ou frequentadores da estrutura tratada e os termos de garantia de controle.
CONTROLE DE CUPINS SUBTERRÂNEOS
Como vimos anteriormente, cupins subterrâneos necessitam de umidade para sobreviver e por causa disto colônias são geralmente encontradas no solo. Os operários deixam a colônia em busca de alimentos retornando à colônia para alimentar outras castas (soldados, reprodutores alados, rei e rainha) e em busca de umidade. A necessidade de umidade é uma característica que pode, assim, ser utilizada para ajudar no controle destes insetos.
Por outro lado, locais onde pisos de madeira ou outras estruturas de madeira encontram-se em contato constante com o solo úmido, provêem fácil acesso entre o local da colônia e a fonte de alimento. Alterações mecânicas, incluindo eliminação de pontos de contato da madeira com o solo, substituição de madeira ou objetos atacados, remoção de restos de celulose e redução do excesso de umidade na estrutura podem também ajudar no controle de infestações de cupins.
Quatro estratégias básicas devem ser consideradas para se controlar cupins subterrâneos:
a. Alteração mecânica - b. Tratamento de Solo - c. Tratamento da Madeira - d. Uso de Iscas
Alterações Mecânicas
Chamamos de alterações mecânicas qualquer medida que faça com que a estrutura fique menos susceptível ao ataque de cupins. Estas medidas podem incluir:
a. Alterações estruturais feitas com o objetivo de se evitar o acesso de cupins ao alimento ou à umidade. Neste caso, assumimos que a estrutura já esteja construída, não restando outra alternativa senão corrigir situações que levem à proliferação da população de cupins, como corrigir pontos de umidade, vãos estruturais, etc.
b. Instalação de barreiras mecânicas (como chapas metálicas), para impedir a entrada de cupins.
c. Remoção de entulhos de celulose ou excesso de umidade do ambiente, corrigindo-se canos com problemas de vazamento, paredes com problema de impermeabilização, pontos de drenagem no terreno, etc.
d. Criação de mecanismos que facilitem a inspeção de áreas críticas ouvulneráveis da estrutura. Como por exemplo, portas de acesso a caixões perdidos em edifícios, porões ou telhados de casas.
Tratamento de Solo ou Barreira Química
No caso de cupins de madeira seca, sugerimos o tratamento direto da madeira atacada, procurando injetar o cupinicida nas galerias que formam o ninho do cupim que, como vimos encontra-se restrito à peça atacada. O tratamento, neste caso, é efetivo para o controle da infestação.
No caso de cupins subterrâneos, a colônia encontra-se fora do local de ataque. Desta maneira o tratamento da peça atacada não é suficiente para controlar a infestação, pois os cupins simplesmente podem passar a atacar outro local ainda não tratado.
Desta maneira, duas alternativas podem ser adotadas: o uso de uma barreira química ao redor da estrutura e o uso de iscas colocadas no solo.
A barreira química nada mais é do que o tratamento do solo imediatamente adjacente à estrutura com o objetivo de evitar com que o cupim encontre frestas de acesso à mesma, havendo necessidade de ser tratar tanto o solo abaixo da estrutura (interior) quanto ao solo ao seu redor (exterior), próximos à fundação da estrutura.
As intervenções necessárias para se fazer este tratamento em estruturas envolvem um trabalho intensivo, apresentando muitas vezes necessidade de se furarem pisos e paredes. Desta maneira, as melhores oportunidades para se tratar cupins aparecem durante as reformas de imóveis, quando se têm maior liberdade para realizarem-se as intervenções necessárias. Outra oportunidade a ser considerada é tratar o solo antes do imóvel ser construído, prevenindo-se assim futuros ataques.
Aplicações no Exterior da Estrutura
Quando o acesso ao solo é fácil, pode se fazer uma trincheira para o tratamento do exterior da estrutura. Este método envolve cavar uma trincheira ao longo do perímetro externo da fundação e então colocar a solução com o cupinicida na dose 5 litros por metro linear para cada 30 centímetros de profundidade da sapata. O solo é recolocado na trincheira à medida que é colocado o cupinicida, de modo a ser igualmente tratado. A trincheira deve ser cavada em um ângulo tal que forme uma cunha contra a fundação. Desta maneira, a solução cupinicida tenderá a se depositar próximo à estrutura e não longe dela. A largura da trincheira deve ser de cerca de 15 centímetros enquanto que a profundidade irá depender da profundidade da sapata. Uma trincheira deve ser cavada tão profundamente o possível para atingir o topo da sapata. Em alguns casos, pode ser interessante que a trincheira seja preenchida com um pouco mais de terra tratada de maneira a evitar que aja acúmulo de água próximo ao perímetro externo da estrutura.
O uso de trincheiras é limitado a sapatas com uma profundidade de no máximo 45 centímetros. Sapatas mais profundas exigem que se injete o produto no solo para que ele possa penetrar em todo o perfil a ser tratado.Esta técnica envolve a colocação do produto, sob pressão, através da superfície do solo, com um equipamento injetor direcionado ao topo da sapata. Sempre quando possível, a trincheira deve ser usado em conjunto com a injeção de solo. A trincheira ajuda a prevenir que a calda aplicada saia da área tratada. O injetor deve ser inserido cerca de 15 centímetros de distância da estrutura, formando um pequeno ângulo com o solo de modo a se aproximar da sapata. Este procedimento, assim como no ângulo da trincheira, ajuda para que o produto se mantenha próximo à estrutura da casa. O injetor deve ser inserido a intervalos regulares de 30 centímetros no solo e a solução cupinicida deve ser aplicada à razão de 5 litros por metro linear para cada 30 centímetros de profundidade. Como no método da trincheira, o solo retirado do local deve ser tratado com a solução cupinicida quando é colocado de volta.
Aplicações no Interior da Estrutura
Para se atingir o outro lado da fundação, é necessário tratar o solo abaixo da estrutura, injetando-se o produto através do piso de cimento, no interior da estrutura. O tratamento de solo no interior da estrutura só é possível com o estabelecimento de furos verticais através do cimento próximo às paredes estruturais.
O tratamento apropriado de estruturas de cimento envolvem a aplicação da solução cupinicida em áreas onde os cupins podem entrar na estrutura através do cimento, através de juntas de expansão, falhas no cimento e aberturas através de encanamentos de água ou elétricos.
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Nestes casos, a solução cupinicida é também aplicada na dose de 5 litros de calda por metro linear de perímetro, para cada 30 centímetros de profundidade da sapata. As perfurações são usualmente feitas de 30 a 45 centímetros de distância uma das outras, dependendo do tipo de solo e grau de compactação e a cerca de 7 centímetros das paredes estruturais.
O tratamento do interior de construções com estrutura de cimento envolve riscos específicos por causa da presença de encanamentos que podem atravessar o piso, tanto de gás, quanto de água ou até mesmo tubulações elétricas. Estas tubulações podem ser danificadas por ocasião da perfuração do piso para a aplicação do produto.
Por causa dos riscos inerentes ao tratamento, como mencionamos acima, o controle de cupins subterrâneos requer obrigatoriamente a contratação de uma empresa especializada para a realização do serviço. Não obstante, todos os cupinicidas registrados para este fim são de uso profissional, podendo apenas serem manipulados por empresas especializadas.
A necessidade de furos em toda a estrutura é um trabalho intensivo e muitas vezes de difícil orçamentação o que faz com que, muitas vezes, a empresa responsável não o considere como parte do tratamento de cupins subterrâneos. Este procedimento pode levar a um tratamento incompleto e posterior reincidência do ataque de cupins naquela estrutura. Assegurar-se que a empresa fará um tratamento correto da estrutura é imprescindível para o efetivo controle deste cupim, assim como selecionar uma empresa devidamente capacitada para a realização deste serviço.
Iscas
A tecnologia de iscagem para o controle de cupins subterrâneos está sendo comercializada nos Estados Unidos da América desde 1995. No Brasil ainda não temos uma isca registrada pelo Ministério da Saúde. A foto acima ilustra dois passos de uso do Sistema Sentricon*, da Dow AgroSciences: a isca, à esquerda e a estação de solo, à direita. Este é um dos sistemas registrados nos Estados Unidos. |
O uso de iscas para cupins subterrâneos é comum nos Estados Unidos, onde foram lançadas há mais de 3 anos. No Brasil ainda não existem iscas registradas para o controle de cupins. Por este sistema, os cupins operários se alimentam em um material celulósico que contém o ingrediente ativo tóxico e, sem perceberem, distribuem o produto por toda a colônia ao alimentarem outros indivíduos.
Tratamento de Madeira
O tratamento das madeiras infestadas, conforme mencionamos acima, é apenas de caráter paliativo quando se trata de cupins subterrâneos. No entanto, quando a infestação é aparente e deseja-se eliminar os cupins que circulam pelas madeiras, o tratamento através da injeção de produtos, conforme mencionamos para cupins de madeira seca, pode ser utilizado. No entanto, deve-se ter em mente que o tratamento da madeira já colocada na estrutura é sempre limitado, deixando-se sempre pontos sem tratamento que poderão ser infestados pelo cupim posteriormente.
No caso de cupins subterrâneos, o uso de madeiras já tratadas durante a construção ou reforma de uma determinada estrutura, seja ela para fins residenciais ou comerciais, deve ser priorizado como uma estratégia de prevenção dos ataques futuros. Isto não impedirá o cupim de entrar na estrutura, como já vimos. Mas com certeza diminuirá os danos que ele possa causar, evitando com que consuma a madeira tratada.
O estabelecimento de uma barreira contínua ao redor da estrutura definitivamente impede a entrada destes cupins por um certo período de tempo.
Cupins Subterrâneos: Métodos de Prevenção
Para sabermos como prevenir a infestação por cupins, devemos entender como eles entram na estrutura e o que eles necessitam para sobreviver.
De uma maneira geral, prevenir uma infestação de qualquer praga implica em se limitar o acesso desta praga ao ambiente estudado e a disponibilidade de fatores que permitam sua sobrevivência. Estes fatores são basicamente três: alimento, umidade e abrigo.
Vias de Acesso dos Cupins
Quando estudamos o comportamento dos cupins, chegamos à conclusão que eles podem penetrar em uma estrutura de várias maneiras, sendo as principais:
Os cupins adultos possuem asas e estão prontos para a reprodução. Quando encontram a temperatura e umidade adequada saem em revoada para formar um novo ninho. |
Colônias de cupins subterrâneos são formadas a partir do vôo de dispersão que caracteriza a revoada dos alados. Assim, a infestação de ambos os cupins pode ter origem da revoada. A sobrevivência deles e o sucesso na formação de um novo ninho irá depender da disponibilidade do abrigo. Os alados de cupins subterrâneos terão preferência por solo, seja ele solo de floreiras, vasos e jardins, ou então madeira, desde que esteja próxima a um ponto de umidade.
O transporte de madeira em grande quantidade, com um ataque pronunciado de cupins subterrâneos, pode fazer com que os indivíduos remanescentes formem uma outra colônia por cisão da colônia principal.
Os cupins subterrâneos, em sua busca por alimentos, entram nas edificações por rachaduras e frestas na estrutura, principalmente quando as mesmas se apresentam em uma área de contato com o solo ou próximas ao solo. Como frestas existentes na estrutura podemos citas os blocos ocos (tijolo "baiano"), juntas de dilatação, juntas frias existentes entre duas estruturas de concreto, inserções de canos hidráulicos e conduítes elétricos, rachaduras existentes em pisos de concreto, etc.
As formas aladas dos cupins também podem dar origem a uma infestação na estrutura, embora esta possibilidade seja particularmente pouco expressiva quando comparada com infestações originadas por colônias localizadas no solo. Neste particular, novamente as rachaduras e frestas na estrutura desempenham um papel fundamental na proliferação desta infestação para outros locais da estrutura.
Desta maneira, quer a infestação seja originada de colônias estabelecidas no solo ou de cupins alados que formarão seus ninhos na estrutura, rachaduras e frestas são fundamentais para que o cupim adentre a estrutura e devem ser, por este motivo, corrigidos.
Fatores que favorecem o ataque
Dentre os fatores que favorecem a intensidade de infestação por cupins em uma estrutura quando se encontram nas proximidades da mesma, podemos citar:
1. Enterro de entulhos
É muito comum em prédios, durante a construção, que restos de madeira utilizados nas formas de concreto, sejam deixados nos chamados "caixões perdidos", espaços entre um andar e outro sem função específica, a fim de diminuir custos com o descarte de entulhos. Da mesma maneira, o solo ao redor da estrutura é utilizado para o enterrio deste material, rico em celulose, que se transforma em fonte de alimento para os cupins, favorecendo a proliferação destes insetos ao redor da construção. Em sua busca contínua por novas fontes de alimento, os cupins encontrarão passagens naturais para infestarem a estrutura.
2. Espaços entre estruturas, tais como vãos livres e frestas
Estes espaços, muitas vezes pouco ventilados, permitem um abrigo útil ao desenvolvimento de uma colônia sem que seja perturbada por fatores externos. Muitas colônias em prédios são encontradas nestes espaços disponíveis na estrutura.
3. Solos orgânicos (com raízes abaixo das construções)
Da mesma maneira, raízes deixadas abaixo de construções são fonte de material celulósico, servindo de alimento para cupins.
4. Árvores cortadas ou agredidas (mal podadas)
Quando os troncos de árvores são cortadas e seus raizames são deixados no solo, eles se tornam fonte de alimento para cupins. Muitas vezes, em inspeções, encontramos ninhos de cupins associados ao raizame morto de uma árvore cortada. Nestas situações vale a pena retirá-los do solo por ocasião do corte do tronco.
Já árvores mal podadas ou agredidas, apresentam ferimentos onde os cupins alados podem se alojar e, a partir daí, desenvolverem uma colônia.
5. Condições de Umidade
Áreas mal drenadas em gramados e outras condições que favorecem a umidade excessiva em um determinado local (tal como colocar pneu em volta de árvores, áreas com torneiras gotejando, etc.), podem favorecer o desenvolvimento de cupins pelo fato dos mesmos necessitarem de umidade para sobreviver. Estas condições de umidade devem ser corrigidas para um efetivo controle da infestação.
Outras Medidas Preventivas
Existem ainda, uma série de medidas que podem ser consideradas preventivas do ataque de cupins de madeira seca, a saber:
a. Uso de madeiras tratadas durante a construção do imóvel ou montagem dos móveis.
b. Colocação de telas (20 mesh) para prevenir a entrada de alados nas áreas internas da estrutura.
d. Uso de madeiras naturalmente mais resistentes.
e. Proteção da superfície exterior das madeiras com tintas, vernizes ou outras coberturas apropriadas, com o objetivo de tapar frestas e ranhuras onde os cupins possam se alojar.
Porque são tão destrutivos ?
Você já se perguntou o que torna uma espécie potencialmente tão destrutiva? Fique ligado nas razões que tornam os cupins um grande problema para nossos patrimônios.
CUPIM DE MADEIRA SECA
Introdução
Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).
Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados destes insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânica ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.
No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil.
De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira. |
É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem. O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.
Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. Como o próprio nome indica, os cupins de madeira seca são os cupins que fazem o ninho na madeira seca, ou seja, a colônia encontra-se na madeira seca que, ao mesmo tempo, serve de abrigo e de alimento.
Cupins de Madeira Seca: Biologia e Comportamento
Descrição:
Os cupins são insetos sociais pertencentes à Ordem Isoptera, palavra que deriva do grego "isos", que significa igual e "ptera", que significa asas, ou seja, os cupins pertencem à classe de insetos de "asas semelhantes".
Assim, a classificação dos cupins começa pela seguinte tabela:
Reino: Animal -Filo: Artropoda - Classe: Insecta - Ordem: Isoptera
Estes insetos tem distribuição mundial, ocorrendo em áreas tropicais e temperadas na terra. Cerca de 2.200 espécies de cupins já foram descritas, sendo que no continente americano encontramos aproximadamente 540 espécies distribuídas em 84 gêneros e 5 famílias. Nos Estados Unidos foram relatadas cerca de 40 espécies e, no Brasil, cerca de 200 espécies, a maioria benéfica. O quadro abaixo representa esta distribuição.
A Família Kalotermitidae é a família que reúne os cupins de madeira seca.
No Brasil, uma das principais espécies invasoras de estruturas são o Cryptotermes brevis (Walker, 1853), conhecido como cupim de madeira seca e pertencente à família Kalotermitidae.
Vida Social
Cupins são insetos sociais, ou seja, como as abelhas, formigas e vespas, formam uma colônia. Esta colônia de indivíduos é caracterizada pela especialização de funções, existindo indivíduos responsáveis por tarefas específicas tais como: buscar alimento, reprodução, botar ovos, defender o ninho, dentre outras. A especialização faz os indivíduos de uma colônia possuírem diferentes formas (morfologia diferenciada, polimorfismo), devidamente adaptadas à função que irão desempenhar. Desta maneira, um indivíduo especializado desempenha apenas um tipo de tarefa, fazendo com que exista uma completa interdependência entre os indivíduos de diferentes funções para a sobrevivência da colônia.
Existem basicamente três tipos de funções ou castas de indivíduos em uma colônia:
Operários - Soldados - Reprodutores Alados
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A casta dos operários é caracterizada por indivíduos responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, tais como obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas, inclusive o rei e a rainha, construção e conservação do ninho (reparação por danos e limpeza), eliminação de indivíduos adoecidos ou mortos, cuidados com os ovos. Morfologicamente falando, os operários apresentam uma cor branca leitosa com a cabeça relativamente mais escura, não apresentando nenhum olho (tanto olhos compostos quanto olhos simples ou ocelos). Algumas espécies podem apresentar uma área pigmentada onde os olhos seriam tipicamente encontrados; no entanto todos os operários são cegos. As asas são ausentes pois não necessitam das mesmas para o desempenho das funções a eles atribuídas.
Operários de cupins são encontrados em grande número na colônia. Eles são responsáveis por manter o ninho, alimentando as demais castas. |
A casta dos soldados, por sua vez, tem a função de guarda do ninho e proteção dos operários durante a busca de alimentos. Morfologicamente apresentam corpo de cor branco leitoso, e são caracterizados pelas cabeças escuras desenvolvidas com um par de mandíbulas também desenvolvidas (a única exceção são os soldados da espécie Nasutitermes spp, que apresentam mandíbulas na forma de um prolongamento espinhoso da cabeça). Semelhantemente aos operários, os soldados também não apresentam asas ou olhos (áreas pigmentadas na cabeça podem estar presentes na região onde os olhos estariam localizados). Como estruturas de defesa, além da potente mandíbula que pode esmagar, cortar ou golpear com enorme força e da cabeça dura e volumosa que pode obstruir passagens estreitas do ninho contra a penetração de inimigos naturais, os soldados de algumas espécies podem apresentar secreções de natureza tóxica ou viscosa e muito grudenta, através de uma estrutura na cabeça denominada fontanela (um tipo de poro que se interliga com a glândula frontal, responsável pela produção das secreções). É interessante mencionar que o formato da cabeça e das mandíbulas pode ajudar na identificação da espécie infestante.
A casta dos reprodutores alados é representativa dos indivíduos responsáveis pela reprodução. Assim, esta casta é formada por indivíduos sexualmente definidos (machos e fêmeas), com o aparelho reprodutor desenvolvido. São os famosos siriris, siri-siris ou aleluias, que saem do ninho em um vôo de dispersão com o objetivo único de encontrar um local onde possam se reproduzir, formando outro ninho de cupins. Este fenômeno de dispersão é conhecido como revoada ou enxamagem e ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas,
normalmente no período da tarde, próximo ao anoitecer. Morfologicamente falando, para desempenharem a função de dispersão, apresentam dois pares de asas membranosas, úteis apenas durante o fenômeno de dispersão, caracterizadas por terem dimensões semelhantes (o que os classifica na Ordem Isoptera, como mencionamos anteriormente). Quando não estão em uso, as asas repousam sobre o abdome do inseto. A cor das asas pode variar de claras e transparentes a escuras, sendo que é através das nervuras presentes nas asas que se identificam muitas espécies de cupins. A coloração do corpo dos alados varia de um marrom claro ao preto, dependendo da espécie. Apresentam olhos compostos e algumas espécies também apresentam olhos simples ou ocelos. Da mesma forma que os soldados, apresentam fontanela na cabeça.
Após a revoada, quando pousam no solo para procurar um abrigo e formar novo ninho, os reprodutores alados forçam as asas contra a superfície e a quebram, pois já desempenharam o seu papel no vôo de dispersão. A parte basal da asa, que permanece junto ao corpo após a quebra das asas, é denominada escama alar. Se o casal não tiver se encontrado durante o vôo de dispersão, a fêmea, já no solo, libera um feromonio sexual que irá atrair o macho. Após ambos se encontrarem, partem para procurar um local seguro para o acasalamento. Após a identificação do abrigo (madeira seca) macho e fêmea se acasalam e iniciam a nova colônia dando início à postura de ovos. A partir daí são chamados de rei e rainha, ou casal real, da nova colônia.
Quando inicia a postura, o abdome da rainha sofre uma hipertrofia, pois todos os ovos em desenvolvimento ficam em seu interior, aumentando de tamanho à medida que a fêmea aumenta sua capacidade de oviposição com o passar dos meses. O abdome da fêmea pode, assim, alcançar vários centímetros de comprimento, apresentando uma coloração branca leitosa. O macho permanece junto à fêmea, que necessita ser fecundada periodicamente e, por sua vez, apresenta uma leve hipertrofia em seu abdome. Dependendo da espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente no ninho ou permanece confinado em uma câmara real, de onde jamais sairá.
O ninho pode ser formado ainda por outros indivíduos ou elementos, tais como ovos e indivíduos imaturos, brancos, moles e dependentes dos operários que cuidam de sua limpeza e alimentação. Também podem apresentar reprodutores secundários ou reprodutores de substituição, indivíduos com a função de substituir o casal real no caso de algum deles adoecer ou morrer, ou até mesmo ter a função de complementar a postura de ovos na colônia. Reprodutores secundários são produzidos em colônias mais maduras e, como não têm a necessidade de sair da colônia, eles nunca desenvolveram asas podendo apresentar, no entanto, gemas alares quando são originados de ninfas. Sua coloração pode variar de leve a fortemente pigmentada.
Outras espécies de artrópodes também podem conviver com os cupins, tais como alguns pequenos besouros, miriápodes e moscas e são denominados simbiontes.
Para manter todos os indivíduos desta sociedade, o ninho desempenha um papel importante, oferecendo condições microclimáticas (temperatura, umidade, intempéries climáticas) adequadas e seguras a todos os indivíduos desta comunidade, protegendo-a contra inimigos naturais (predadores e parasitas). Ao conjunto formado pela comunidade (indivíduos) e pelo ninho (parte física), denominamos colônia. Assim, uma colônia pode ser formada de vários ninhos (ou sub-ninhos) no caso de compartilhar os mesmos indivíduos.
Ciclo de Vida
Os cupins são insetos que apresentam metamorfose incompleta. Embora cada espécie possua características de desenvolvimento diferentes, basicamente podemos resumir o ciclo de vida destes insetos em: ovos, formas jovens (ou ninfas) e adultos. A rainha coloca ovos que se transformam nas formas jovens. As formas jovens, por sua vez, podem se diferenciar em operários, soldados e reprodutores alados que, como vimos, após se abrigarem em outro local, formam o casal real da nova colônia.
Entre a forma jovem e a forma adulta, os cupins sofrem mudas para que possam se desenvolver, a este processo chamamos de ecdise ou muda.
Os operários podem ser divididos em dois tipos: operários verdadeiros, que são estéreis e operários funcionais, que são machos e fêmeas. Operários funcionais tem a habilidade de mudar de volta a ninfa, que pode então se transformar em soldados, reprodutores alados ou reprodutores de substituição, dependendo das necessidades da colônia. O último estágio ninfal pode desempenhar funções do operário no busca de alimentos e ajudam a cuidar de outras ninfas nos estágios iniciais.
Os cupins de madeira seca não tem operários verdadeiros. Sua função é desempenhada pelas ninfas que podem se desenvolver em soldados ou reprodutores.
Em relação à longevidade dos cupins, o rei e a rainha podem viver até 30 anos. Durante todo o período de vida, a rainha irá colocar ovos e, para isso, necessita de acasalamento freqüente do rei. A colônia como um todo, no entanto, pode viver para sempre uma vez que se o rei ou a rainha morrerem ou adoecerem, são prontamente substituídas pelos reprodutores de substituição que se encarregarão das funções de fecundação, do rei, ou de oviposição, da rainha.
Formação de uma nova colônia
Novas colônias podem ser formadas a partir dos reprodutores alados (siriris ou aleluias) ou pelo isolamento de indivíduos de uma colônia grande. Na colônia formada através dos alados, é interessante notar que a maior parte das formas aladas irá morrer por serem atacadas por inimigos naturais (formigas), consumidas por predadores (pássaros, morcegos, etc), por sofrerem com mudanças climáticas ou simplesmente por não encontrarem o par ou um local seguro para fazer o ninho. Além disso, o desenvolvimento inicial da colônia é lento.
A rainha coloca poucos ovos inicialmente e, ao final do primeiro ano, uma colônia de cupins subterrâneos, por exemplo, pode conter cerca de 75 indivíduos apenas, apresentando-se assim, extremamente frágil.
A formação de uma nova colônia, através do isolamento, acontece quando uma colônia identifica uma nova fonte de alimento e uma sub-colônia é formada para explorar esta nova fonte alimentar. Se o caminho entre a colônia principal e a colônia secundária for quebrado, a população isolada pode então dar origem às formas reprodutoras, geradas através dos operários funcionais e ninfas, como discutimos anteriormente.
Desta maneira, outra principal fonte de formação de novas colônias, é através do acúmulo de madeira infestada em determinados locais (que contribuem para a formação de uma sub-colônia) e pelo uso de madeiras já infestadas por cupins.
Conhecendo o Comportamento dos Cupins de Madeira Seca
Descrição
Como comentamos anteriormente, os cupins de madeira seca são cupins que vivem em madeira com relativamente baixo teor de umidade. Eles não necessitam, assim, contato com o solo ou com outra fonte de umidade. A própria madeira e o ambiente em que vivem provêem a umidade que necessitam para sobreviver. Por viverem dentro da madeira seca, eles são freqüentemente transportados de um local a outro em móveis infestados, caixas ou "containers" de madeira, estrados de madeira, molduras de quadros, etc.
Classificação
O cupim de madeira seca economicamente mais importante no Brasil é o Cryptotermes brevis. Existem 8 espécies do gênero Cryptotermes no continente americano.
Ordem:Isoptera - Família:Kalotermitidae - Gênero: Cryptotermes - Espécie:Cryptotermes brevis (Walker, 1853)
O Cryptotermes brevis, chamado popularmente de cupim de madeira seca, é um cupim que se encontra normalmente restrito à peça atacada, não tendo capacidade de passar de uma madeira infestada para outra a não ser que efetivamente exista um ponto de contato entre ambas as madeiras. Neste caso, a colônia pode se estender e infestar todo o madeirame em contato.
O tamanho da colônia é proporcional ao tamanho da peça atacada, uma vez que se encontra restrito a ela. Por este motivo, os cupins de madeira seca normalmente apresentam colônias pequenas, com cerca de 300 indivíduos a alguns milhares. Uma colônia de cupim de madeira seca pode chegar a ter 3000 indivíduos após 15 anos.
O pequeno tamanho da colônia é, entretanto, compensado pelo grande número de colônias que podem ser encontradas em uma determinada estrutura, podendo haver centenas de colônias convivendo no mesmo ambiente. Por estarem protegidos de predadores durante a revoada (que podem ocorrer dentro da própria estrutura), não dependerem de contato com o solo e sobreviverem em madeiras com pouca umidade, muitos alados podem sobreviver por ocasião da revoada e formar novas colônias.
O seu ataque encontra-se em expansão no Brasil, onde se acredita tenha sido introduzido através de importação de estruturas de madeira infestadas. Provavelmente originado da Jamaica, este cupim vêm espalhando-se, através de navios, para o resto do mundo.
O C. brevis é típico de construções humanas, ou seja, dificilmente são encontrados em árvores ou mesmo em madeiras abandonadas no exterior de construções humanas. De fato, até agora, nunca foram encontrados nos locais e ambientes citados acima, caracterizando um comportamento estritamente antropófilo.
Estes cupins são sensíveis à umidade e, portanto, à perda de água. Esta sensibilidade é tamanha que suas fezes são formadas por pelotas fecais secas, comprimidas durante o processo de excreção, a fim de não perder água no processo de eliminação de impurezas orgânicas.
Estas fezes ficam armazenadas por um tempo em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais que eventualmente não estejam mais sendo utilizados ou para fins de defesa.
Periodicamente, por causa do acúmulo de fezes, os cupins as eliminam sob a forma de uma "chuva" típica. As fezes se acumulam, assim, logo abaixo do orifício de eliminação, ao longo da peça atacada. Este é o mais típico sinal de infestação por cupins de madeira seca. Após a eliminação das fezes, o orifício formado (de formato circular com diâmetro de cerca de 1-2 mm) é então novamente fechado.
As fezes apresentam um formato de pequenos grânulos (0,5 mm de comprimento), ovalados e, quando observados com lupa, é possível observar 6 reentrâncias causadas pela impressão dos músculos retais nas paredes das fezes.
Os orifícios de eliminação são posteriormente fechados com uma membrana fina de material lenhoso, que é periodicamente aberta para novas eliminações. Assim eles não perdem água ou tampouco permitem a passagem de invasores.
O soldado deste cupim apresenta uma cabeça dura e volumosa (do tipo fragmótica cilindróide e truncada na frente), de cor castanho avermelhada, escura a quase negra, que contrasta com o colorido esbranquiçado do resto do corpo. A cabeça é utilizada para obstrução dos canais, quando é necessário defender o ninho.
Suas revoadas são geralmente noturnas (início da noite), sendo que, pelo fato de terem poucos indivíduos, são revoadas pequenas e discretas, contendo por vezes algumas dezenas de indivíduos. Os alados saem por orifícios feitos pelas ninfas, que podem ser os mesmos feitos para eliminação das pelotas fecais.
Os casais formados após a revoada instalam-se diretamente na madeira, através de furos de prego, encaixe de peças, frestas, etc. Nas colônias maduras, a rainha é apenas ligeiramente maior que o rei.
A colônia dos cupins de madeira seca não apresentam operários verdadeiros. As ninfas de último estágio desempenham este papel na colônia. No processo de construção do ninho, as ninfas normalmente seguem os veios da madeira, construindo câmaras e galerias conectadas canais de comunicação estreitos, que podem ser fechados no caso de ataque de inimigos ou outras razões. As paredes das galerias e túneis são aveludadas, como revestidas por uma fina camada de poeira. É possível encontrar-se pelotas fecais distribuídos nas galerias e câmaras, até que sejam eliminados. No entanto, nunca se encontra solo dentro das galerias.
Uma colônia de C. brevis cresce lentamente. Para se ter uma idéia, um ninho formado por um casal de cupins, apresenta um ano após o acasalamento, cerca de 3 a 4 ninfas, 1 a 2 ovos e nenhum soldado.
Danos
Por estarem restritos à peça atacada e por terem um comportamento avesso à luz, os cupins de madeira seca apresentam sinais externos de ataque bastante discretos.
No entanto, não se deve subestimar os danos potenciais causados por este cupim, pois quando se percebe efetivamente o dano, o prejuízo já é grande. De fato, em madeiras submetidas a infestações por um tempo prolongado, restará apenas uma fina superfície externa intacta, quebradiça e outras poucas divisórias internas, separando câmaras espaçosas. É assim que muitas vigas de sustentação de telhados de residência ficam quase que totalmente ocas e sucumbem, ocasionando o desabamento do telhado.
Como cupins são espécies sensíveis, dificilmente infestam peças de madeira que apresentem movimento constante, uma vez que este movimento pode esmagá-los antes de conseguirem abrigo através de uma fresta. Assim objetos como cadeiras, portas e janelas normalmente não são atacadas pelo mesmo.
Quando infestam peças que são móveis, o ataque é discreto, podendo formar colônias completas no interior da peça, mesmo as de menor tamanho. Esta capacidade de habitar peças facilmente transportáveis, sem apresentar sinais externos de ataque, favorece sua dispersão quando as peças são transportadas a diferentes regiões geográficas.
Dentre as peças mais comumente atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e armários embutidos, rodapés e forros de madeira.
Estantes com livros que não são movimentados podem ser objeto do ataque destes cupins, sendo que um dos procedimentos aconselhados para a manutenção de acervos culturais, é a sua constante movimentação e limpeza, a fim de evitar o estabelecimento de colônias nestas peças.
Introdução
As principais estratégias de controle de cupins serão apresentadas a seguir. É interessante frisar, neste momento, que os dados apresentados a seguir visam orientar o consumidor para que possa estar ciente do problema que está enfrentando. O uso de alguns produtos para o controle de cupins é restrito a entidades especializadas e, mesmo produtos de venda livre devem ser manipulados com segurança por profissionais que conheçam o seu ofício. Recomendamos que, depois de compreendido o tipo de tratamento que será necessário fazer, seja solicitado um orçamento para controle de uma empresa especializada no controle de pragas urbanas. O ponto mais importante na contratação de uma empresa profissional é a certeza de estarem utilizando as ferramentas corretas para fazer o controle, com toda a segurança para os moradores ou frequentadores da estrutura tratada e os termos de garantia de controle.
CONTROLE DE CUPINS DE MADEIRA SECA
Os métodos de controle de cupins de madeira seca basicamente consistem basicamente de:
a. Remoção da madeira atacada - b. Fumigação - c. Tratamento da madeira
Remoção da madeira atacada
Quando a infestação é de cupins de madeira seca, a retirada da madeira atacada do ambiente ou sua destruição resolve o problema. |
Como mencionamos anteriormente, os cupins de madeira seca ficam restritos à peça atacada. No entanto, a remoção da madeira infestada elimina uma fonte contínua de novas infestações de cupins, através das revoadas, como já vimos e deve ser a primeira providência a ser tomada, quando possível.
A madeira que será colocada no lugar da anterior deve ser devidamente tratada, a fim de evitar que novas infestações por cupins ocorram. Caso contrário, a substituição da madeira passa a ser apenas uma medida paliativa de controle.
Fumigação
O tratamento por fumigação envolve o isolamento total do bem a ser tratado. No caso acima, todo um imóvel está sendo isolado para tratamento com gás. |
Nos Estados Unidos, este é o método mais comum para o controle de cupins de madeira seca onde o ataque deste inseto encontra-se disseminado de maneira extensiva na estrutura inspecionada. Trata-se da aplicação de um produto na forma de gás que penetra em todos os pontos da madeira, contaminando os cupins ou outros insetos infestantes da estrutura. Neste tipo de aplicação, a casa é coberta por uma lona plástica impermeável ao gás, sendo o mesmo aplicado apenas por profissionais devidamente treinados.
A grande vantagem do uso do gás é a sua dispersão rápida e uniforme em toda a área a ser tratada, penetrando em todos os vãos estruturais que potencialmente podem estar infestados pela praga. A grande desvantagem é que o uso de gás não deixa residual, ou seja, toda a estrutura tratada fica ainda susceptível a novas infestações externas.
No Brasil, o uso de gases para o controle de cupins ainda não é regulamentado, não havendo nenhum produto registrado para este fim. Câmaras com CO2 (gás carbônico) podem ser utilizadas para o controle de cupins de madeira seca em algumas peças específicas.
Tratamento da madeira
O tratamento direto da madeira infestada é recomendado para infestações mais restritas. Neste caso, a solução cupinicida é injetada diretamente na madeira, através de furos feitos na mesma, procurando-se atingir as galerias colonizadas pelos insetos.
Após a colocação do cupinicida, os furos na madeira devem ser fechados. Para este tratamento, normalmente são utilizadas soluções com solventes orgânicos (querosene, por exemplo) em vez de soluções com água, uma vez que a água na madeira pode criar condições para a proliferação de fungos ou, em alguns casos, danificar a madeira, como no caso de compensados.
Outras alternativas
Dentre outras opções de controle, ainda pouco desenvolvidas na prática, encontra-se o tratamento térmico da madeira. Cupins de madeira seca podem morrer se mantivermos as estruturas infestadas expostas ao calor de 66oC por 1h30min ou por quatro horas em uma câmara à 60oC. Da mesma forma, cupins submetidos ao frio podem morrer, como, por exemplo, quando peças atacadas são expostas a uma temperatura de 10oC negativos, por quatro dias.
Cupins de Madeira Seca: Métodos de Prevenção
Para sabermos como prevenir a infestação por cupins, devemos entender como eles entram na estrutura e o que eles necessitam para sobreviver.
De uma maneira geral, prevenir uma infestação de qualquer praga implica em se limitar o acesso desta praga ao ambiente estudado e a disponibilidade de fatores que permitam sua sobrevivência. Estes fatores são basicamente três: alimento, umidade e abrigo.
Vias de Acesso dos Cupins
Quando estudamos o comportamento dos cupins, chegamos à conclusão que eles podem penetrar em uma estrutura de várias maneiras, sendo as principais:
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Colônias de cupins de madeira seca são formadas a partir do vôo de dispersão que caracteriza a revoada dos alados. Assim, a infestação dos cupins pode ter origem da revoada. A sobrevivência deles e o sucesso na formação de um novo ninho irá depender da disponibilidade do abrigo. Os alados de cupins de madeira seca irão procurar por madeira para se abrigarem e formar a colônia.
A colocação de madeiras já infestadas com cupim de madeira seca, em contato com outras, permite que o ataque inicial se estenda à outra madeira.
As formas aladas dos cupins também podem dar origem a uma infestação na estrutura, embora esta possibilidade seja particularmente pouco expressiva quando comparada com infestações originadas por colônias localizadas no solo. Neste particular, novamente as rachaduras e frestas na estrutura desempenham um papel fundamental na proliferação desta infestação para outros locais da estrutura.
Desta maneira, quer a infestação seja originada de colônias estabelecidas no solo ou de cupins alados que formarão seus ninhos na estrutura, rachaduras e frestas são fundamentais para que o cupim adentre a estrutura e devem ser, por este motivo, corrigidos.
Outras Medidas Preventivas
Existem ainda, uma série de medidas que podem ser consideradas preventivas do ataque de cupins de madeira seca, a saber:
a. Uso de madeiras tratadas durante a construção do imóvel ou montagem dos móveis.
b. Colocação de telas (20 mesh) para prevenir a entrada de alados nas áreas internas da estrutura.
d. Uso de madeiras naturalmente mais resistentes.
e. Proteção da superfície exterior das madeiras com tintas, vernizes ou outras coberturas apropriadas, com o objetivo de tapar frestas e ranhuras onde os cupins possam se alojar.
Texto publicado com autorização do Eng.Agr. Marcos Potenza, Pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.
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ESCORPIÃO
Os escorpiões existem em nosso planeta há milênios, tendo resistido a diversas intempéries inimagináveis e mesmo assim não sofreram alterações muito profundas em sua estrutura corporal. Para se ter uma idéia, desde que saíram da vida aquática para a terrestre, passaram-se 400 milhões de anos.
"Somente no último milhão de anos é que o escorpião travou contato com outro animal bem sucedido: o homem". (Matthiesen, 1976)
ESPÉCIES EXISTENTES
Dentre a 1400 espécies e subespécies distribuídas em 116 gêneros diferentes, 5 espécies de importância médica são encontradas no Brasil:
Tityus serrulatus
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Tityus bahienses
De Minas Gerais à Santa Catarina, Mato Grosso do Sul.
Tityus stigmurus e Tityus metjendus
Nordeste
Tityus costatus
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rios de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em Juiz de Fora, a espécie predominantemente encontrada é o Tityus serrulatus (escorpião amarelo).
Os escorpiões segundo a espécie, têm 2 olhos localizados numa pequena depressão situada no centro da parte superior do cefalotórax, mas há os que não apresentam olhos (gênero Belisarius). Possuem também de 4 a 10 olhos localizados nas margens laterais anteriores do cefalotórax. Não obstante, tanto quanto se saiba, sua visão é pobre, especialmente se considerarmos que o escorpião é um caçador noturno e goste de viver em lugares escuros. Na verdade eles não correm atrás de suas presas, quando então dependeriam muito do sentido da visão; os escorpiões utilizam na caça, seu muito desenvolvido sentido do tato, localizado principalmente nos pedipalpos, além de orientarem-se pelas vibrações do ar e do solo, captadas por seus pêlos sensoriais (tricobótrias).
Os especialistas conseguem, até com uma certa facilidade, distinguir o sexo dos escorpiões em suas diversas espécies. É o que ocorre entre os T. bahienses (escorpião preto) onde os machos têm tronco mais delgado que as fêmeas, além de outros detalhes visíveis aos olhos dos aracnologistas. Mas, o intrigante Tityus serrulatus (escorpião amarelo) nunca teve um macho capturado e examinado pelos cientistas; todos exemplares que eram estudados mostravam-se ser fêmeas (tinham ovariúteros). Isto porque esta espécie é partenogenética, isto é, as fêmeas se reproduzem-se sem a necessidade de machos.
Falando em reprodução os escorpiões não põem ovos; o nascimento dos filhotes efetua-se por meio de um parto após uma longa gestação, algo em torno de dois meses e meio, a três meses.
O número de filhotes por ninhada varia segundo a espécie, e de fêmea para fêmea dentro da mesma espécie; para o T. serrulatus e o T. bahienses , é comum ninhadas com cerca de 20 filhotes. Na hora do parto, a fêmea ergue seu corpo do chão distendendo as patas, os filhotes são expelidos pela fenda genital, desembaraçam-se de seus envoltórios e, sem tocar no chão sobem às costas da mãe onde permanecerão por uma ou duas semanas. Nessa idade, os filhotes não têm unhas como os adultos, mas sim uma espécie de ventosa em cada pata, o que lhes permite não cair das costas de sua progenitora; se caírem, são imediatamente capturados pela mãe que alegremente os deglute sem cerimônias.
CARACTERÍSTICAS
Os escorpiões se dispersam passivamente, ou seja são transportados em toras de madeira, madeireiras, dentro de caixas e caixotes de madeiras, caminhões, no interior de vagões ferroviários etc...
Eles são dotados de glândula de veneno, e no ferrão pontiagudo, localizado no último segmento do metassoma (cauda).
Os escorpiões são classificados como animais peçonhentos, pois desenvolveram habilidade de produzir substâncias químicas poderosas e dispositivos de inoculação, sendo capazes de gerar diferentes tipos de reação orgânica no animal no qual as injetaram, geralmente acompanhadas de muita dor.
A importância do conhecimento dos hábitos de vida desse animal (artrópode), nos permite criar medidas de controle e consequentemente nos prevenirmos de acidentes escorpiônicos.
Eles rastejam para esconderijos localizados nos vãos das paredes, embaixo de caixas, papelões, tábuas, além de terrenos baldios, muros cobertos de plantas, a exemplo das trepadeiras, onde podem ficar escondidos, sem se movimentarem por 2 até 3 meses.
INIMIGOS NATURAIS
Apesar de possuirem armas poderosas, os escorpiões não estão livres de seus inimigos. Há na natureza animais que se comportam como genuínos inimigos desses artrópodos, a exemplo das galinhas, sapos, aranhas, rãs, lagartos, seriemas, coatis, sagüis, corujas, gaviões, louva-a-deuses...
Finalmente o próprio escorpião é seu inimigo, pois sob certa circusntância ele pratica o canibalismo!
ESCORPIONISMO
Apesar de todas essas características descritas, o acidente escorpiônico só acontece em circunstâncias de defesa do animal, como por exemplo, imagine um pé ameaçador, entrando no sapato onde o escorpião havia escolhido para passar o dia, ou o que representa para o escorpião uma mão descomunal de um ser humano empalmando um pedaço de madeira, justamente onde este escorpião estava tranqüilamente alojado, dormitando, aguardando a chegada da noite.
SINTOMATOLOGIA
Acetilcolina
causa aumento das secreções lacrimal, nasal, salivar, brônquica, sudorípara e gástrica, tremores, espasmos musculares, mioses e diminuição de rítmo cardíaco.
Adrenalina e noradrenalina
aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas, vasoconstrição periférica e, eventualmente insuficiência cardíaca, edema agudo do pulmão e choque.
A toxidade do veneno do escorpião está relacionada com a espécie envolvida no acidente, sendo os casos mais graves no Brasil, ocasionados pelo escorpião amarelo (T. serrulatus).
Há casos onde o escorpião pode picar pessoas e não incolar veneno, gerando os acidentes assintomáticos.
ACIDENTES E TRATAMENTO
Os escorpiões nunca atacam deliberadamente as pessoas, quando o fazem, é por simples instinto de defesa, por se sentirem ameaçados.
Há espécies de escorpiões cuja peçonha não causa efeitos maiores do que os provocados por picadas de abelhas comuns.
Se o ferrão atingir partes mais duras do corpo de uma pessoa, tais como porções calejadas das mãos, da sola dos pés dos que costumam andar descalços, o ferrão não consegue penetrar mais profundamente e os efeitos do veneno são assim minorizados.
Os acidentes podem ser classificados em :
Acidente leve |
quando praticamente só ocorre o quadro doloroso, pode haver taquicardia, certa agitação, mas tratam-se de manifestações geralmente associadas mais à dor e à ansiedade do que propriamente um efeito do veneno |
Acidente moderado |
além dos sinais acima mencionados, observam-se suores, calafrios, salivação excessiva, eventuais vômitos, taquicardia, respiração ofegante e aumento da pressão. |
Acidente Grave |
dor local, vômitos profusos e freqüentes, náusea, salivação abundante, suores, agitação intensa, queda da temperatura, taquicardia, elevação da pressão arterial, respiração ofegante, espasmos musculares, tremores e até convulsões. Esse quadro pode evoluir para estágios mais graves com edema agudo dos pulmões, até atingir o colapso cárdio-respiratório, prostação, coma e morte. |
Essas manifestações, quando presentes, aparecem nas primeiras duas horas após o acidente e, mais raramente, após a quarta hora. Felizmente, na grande maioria dos casos de escorpionismo, ocorre apenas dor local, caracterizando o caso leve.
Em linhas gerais o tratamento ao acidente escorpiônico deve-se constituir em:
Todos os casos de acidentes escorpiônicos devem permanecer em observação hospitalar por um período mínimo de seis horas, mesmo os benignos, principalmente as crianças.
O prognóstico nos casos de escorpionismo geralmente é bom. Nos casos graves, as primeiras 24 horas são críticas, pois as complicações podem surgir durante esse período, bem como todos os óbitos observados.
NOTIFICAÇÃO
Nos casos de escorpionismo ou mesmo da presença de escorpiões em nossa cidade, o Instituto de Zoonoses atende aos casos por livre demanda.
Estamos procurando ampliar este trabalho para busca ativa.
Atendemos as notificações pelo telefone: 3690-7509 ou à Rua Marechal Deodoro, 496/ 10º andar.
Em caso de acidentes procure imediatamente o Pronto Socorro Municipal à Av. dos Andradas, S/n – Setor de Soroterapia – Fone: 3690-7158
COMO LIDAR COM O ESCORPIÃO
Podemos previnir o escorpionismo através de uma série de cuidados e medidas que diminuem o risco de contato direto involuntário com um escorpião, como por exemplo:
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ESCORPIÕES 2
Escorpião - Biologia e Comportamento
O escorpião carrega o veneno em duas glândulas localizadas em um segmento extra de sua cauda anterior ao ferrão que é o órgão responsável por perfurar e inocular o veneno na vítima. O veneno contido nestas glândulas é liberado parcialmente no processo de caça dos escorpiões visando a imobilização da presa, porém em caso de defesa ocorre a inoculação total do veneno.
Os apêndices dianteiros conhecidos vulgarmente como pinças é utilizado pelos escorpiões durante a caça, prendendo e até partindo sua presa. São carnívoros e em determinadas situações ocorre o canibalismo. Possuem hábito noturno e a visão pouco desenvolvida. Orientam-se pela vibração do ar e do solo e pela pouca acuidade visual localizam suas presas pelo tato.
Curiosamente os escorpiões não colocam ovos, ocorrendo a reprodução através de uma gestação entre 2 a 3 meses e posterior parto, quando os filhotes são expelidos pela fenda genital e logo sobem ao corpo da mãe permanecendo por uma ou duas semanas neste local. O número de descendentes por fêmea varia conforme a espécie.
Comumente encontramos escorpiões sob pedras e entulhos, dormentes de ferrovias, em bromélias localizadas em árvores ou no solo, em porões de residências, cemitérios (devido a presença de baratas), sob assoalhos de madeira e próximo a córregos.
Métodos de Controle
Além das medidas preventivas o controle químico pode ser realizado empregando-se produtos de comprovada eficiência sobre os escorpiões e com ação residual.
O controle biológico pode ser realizado por galinhas que devido ao seu comportamento de ciscar acabam encontrando inúmeros escorpiões. Os sapos possuem hábito noturno semelhante aos escorpiões por isso localizam e predam estes aracnídeos. Outros animais como certos pássaros e lagartos também são predadores.
Métodos de Prevenção
Conhecendo o comportamento dos escorpiões se faz necessário eliminar os possíveis abrigos e fontes de alimento (baratas dentre outras). Não se deve colocar a mão em buracos no solo, fendas em árvores e sob ninhos de cupim de montículo, pois além de escorpiões estes locais podem abrigar aranhas, ratos e cobras. Proporcionar uma adequada conservação dos jardins não acumulando madeiras, telhas e outros materiais.
Manter sempre um controle de baratas eliminado abrigo e alimento, e quando necessário providenciar o controle químico destes insetos. Não acumular materiais e restos de construção. Em residências de campo é aconselhável sacudir roupas e sapatos antes de utilizá-los. Evitar o acúmulo de madeira para lenha e outros materiais.
Tytius Serrulatus
O gênero Tytius, entre outras características, apresenta abaixo do ferrão um espinho pequeno, cuja função é meramente ornamental. Assim, identificado o gênero, seguimos à identificação das espécies. O escorpião amarelo, como o nome já diz, possui a coloração do corpo amarelada e apresenta, no quarto segmento da "cauda", uma serrilha, facilmente visível, além de uma mancha castanho escura no último segmento anterior à glândula de veneno.
Tytius Bahiensis
O escorpião preto, além do espinho situado abaixo do ferrão, tem o corpo de coloração castanho escuro, com seus apêndices mais claros e manchas da cor do corpo, principalmente nos "braços" das pinças.
A reprodução desses escorpiões difere quanto ao tipo. No escorpião amarelo ela se dá por partenogênese, isto é, os óvulos se desenvolvem originando um novo indivíduo sem a necessidade de uma fecundação, bastando para isto que a fêmea encontre boas condições de calor e alimentação. Dessa forma, a população de escorpiões amarelos é constituída somente de fêmeas. Esta característica de reprodução faz com que essa espécie seja disseminada com maior facilidade. Nos escorpiões pretos, ao contrário, a reprodução é cruzada, havendo para isto a necessidade do encontro de machos e fêmeas em períodos determinados do ano. Em ambos os casos, o número de filhotes varia de 15 a 25. Logo após o parto, os filhotes sobem no dorso da mãe, permanecendo ali por um período de aproximadamente uma semana, tempo este necessário para que sofram a primeira muda de pele. Após isto, descem e se dispersam, começando uma vida totalmente independente.
Tytius stigmurus
O Centro de Controle de Zoonoses do município também deve ser informado da presença de escorpiões.
Caso qualquer pessoa seja acidentada por picada de escorpião, deve ser imediatamente removida para um pronto socorro próximo. De preferência deve-se coletar o escorpião em um frasco bem fechado para identificação da espécie pelo médico.
Texto publicado com autorização da Dra Silvana Campos da Rocha Calixto Pesquisadora
Científica, Museu do Instituto Biológico de São Paulo.
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ESCORPIÕES 3
Escorpiões Peçonhentos
O escorpião é o mais antigo aracnídeo da classe, data do período siluriano (438 milhões de anos). Os primeiros registros fósseis de aracnídeos terrestres apareceram no período carbonífero (320 milhões de anos).
Os escorpiões do siluriano e do Devoniano, eram aquáticos, possuíam brânquias e não tinham quelas tarsais. São mais comuns em zonas tropicais e subtropicais, foram descritas cerca de 1500 espécies. Tem geralmente os hábitos noturnos, ficando escondidos durante o dia em seus abrigos e saindo à noite para caçar, reproduzir. A menor espécie conhecida é o Microbuthus pusillus, que mede cerca de 13 mm de comprimento, e o maior é o Pandinus africano que pode medir 18 cm de comprimento.
Possui o corpo dividido em prosomo (cefalotórax) onde se localizam-se os olhos, as quelíceras, os pedipalpos terminados em quelas (pinças) e as pernas e os pentes, o mesossomo que possui sete segmentos, onde estão localizados as aberturas dos pulmões e opérculo genital e o metassomo que possui cinco segmentos, onde encontramos na extremidade, o ferrão e a glândula de veneno e o ânus. possui uma estrutura chamada de tricobótrio, com a qual percebem qualquer movimentação do ar, estão localizados nos pedipalpos.
Alimentam-se de insetos, aranhas, seus inimigos naturais são as aves, lagartixas, mamíferos. Os escorpiões tem reprodução sexuada, sendo que o acasalamento é precedido de uma dança nupcial onde o macho deposita uma cápsula contendo espermatozóides (espermatóforo) antes limpando o chão com os pentes, em seguida puxa a fêmea para cima dos espermatóforos para que ela receba-os.
Alguns escorpiões são partenogenéticos, isto é, não necessitam do macho para procriar. Os escorpiões são ovovivíparos, ou seja, incubam os ovos no trato reprodutivo da mãe e podem gerar de 6 a 90 filhotes onde a incubação demora meses. Os filhotes ao nascerem permanecem no dorso da mãe, onde irão sofrer mudas até que possam alimentar-se sozinhos, já nascem com uma reserva nutritiva que lhes permite ficar um tempo sem comer. Alcançam a idade adulta em torno de um ano.
Tityus serrulatus
Também chamado de escorpião amarelo, é um escorpião que mede entre 6 e 7 cm de comprimento, possui o tronco escuro, pedipalpos, pernas e cauda amarelos, no último segmento da cauda possui uma mancha escura. Possui no penúltimo segmento da cauda, uma série de serrilhas, por esse motivo seu nome científico é serrulatus. São encontrados em Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Paraná.
Tityus bahiensis
Possui o tronco marrom escuro, pernas com manchas escuras, pedipalpos com manchas escuras nos fêmures e nas tíbias, atingem entre 6 e 7 cm de comprimento. São encontrados na Bahia até Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Tityus stigmurus
Tem a cor amarelo escuro, apresenta um triângulo negro na cabeça e uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais no tronco. Tem entre 6 e 7 cm de comprimento. São encontrados no nordeste do Brasil.
Tityus cambridgei
Escuro, quase negro, comprimento de aproximadamente de 8,5 cm. Encontrado na região amazônica.
Tityus trivittatus
Coloração amarelo escuro, apresenta três faixas longitudinais quase negras. Encontrados no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. (Escorpiões Peçonhentos Fonte: Aquabiotech )
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ESPERANÇAS
As esperanças pertencem à ordem Orthoptera e família Tettigoniidae. Estes insetos produzem som, e são ouvidas geralmente à noite. O som produzido pelas esperanças difere da dos grilos, pois parece um som estridente e não musical. Já o canto dos grilos é musical. As cigarras produzem som semelhante ao das esperanças, porém as primeiras são diurnas.As esperanças alimentam-se de diversas espécies de plantas e não são economicamente importantes, isto é, não causam prejuízo à lavoura.As esperanças possuem antenas longas e as fêmeas possuem o ovipositor longo e semelhante a uma espada.
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FORMIGAS 1
Formiga Fantasma
Nome Científico: Tapinoma melanocephalum
IDENTIFICAÇÃO
Possui 1,3 – 1,5mm de comprimento. Um nó na cintura. As operárias são do mesmo tamanho. Possuem antenas com 12 segmentos. As pernas, cabeça e mesossoma são escuros e as pernas e gáster são amarelos.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
É poligínica e reproduz-se basicamente por fragmentação, quando uma ou mais rainhas reprodutivas migram da colônia original juntamente com as crias e operárias para novos locais. As colônias são de tamanho médio a grande e podem estar subdivididas. Gosta de alimentos adocicados quando encontradas dentro de residências. Quando encontradas fora de casa alimentam-se de insetos e da substância açucarada produzida por insetos sugadores.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
São freqüentemente encontradas nas cozinhas e banheiros. Os armários com alimento são o primeiro lugar onde procurar esta espécie de formiga. Alimentos fechados podem conter as formigas.
A formiga fantasma necessita de muita umidade para sobreviver, assim são muito observadas sob ou sobre pias de cozinhas e banheiros, tanques de lavar roupa, etc.
Vasos de flores podem abrigar ninhos da formiga fantasma, assim como debaixo de pedras, pilhas de objetos e em contato com o solo úmido.
É muito comum nos hospitais brasileiros, podendo carregar vários tipos de bactérias.
Formigas Domésticas
As construções possuem muitos locais favoráveis para que as formigas façam seus ninhos. Os locais preferidos são atrás de paredes, armários, tomadas elétricas, conduítes de eletricidade, dentro de batentes e portas de janelas, frestas nas calçadas, roda-pés e até mesmo dentro de aparelhos eletrônicos. A maioria destes locais é escondida tornando difícil sua localização.
Muitas espécies que ocorrem dentro de ambientes domiciliares são exóticas, isto é, são de outros países. Elas chegaram ao nosso país através do comércio, meio pelo qual a maioria das pragas são disseminadas. Da mesma forma que "importamos" formigas, o Brasil foi responsável por "exportar" formigas lava-pés para os Estados Unidos. Atualmente eles gastam milhões de dólares por ano na tentativa de controlar este inseto.
A maioria das formigas que ocorre no ambiente doméstico é poligínica, isto é, possui mais de uma rainha inseminada dentro do ninho. Elas reproduzem-se tanto por vôo nupcial quanto por fragmentação. Algumas utilizam somente o último método de fundação de novas colônias, não ocorrendo mais o vôo nupcial. Elas são muito agressivas com outras espécies o que faz com que, muitas vezes, ocorra a presença de uma única espécie dentro de um edifício de vários andares, pois impedem a entrada de outras espécies de formigas. Apesar de serem agressivas com outras espécies elas apresentam pouca agressividade quando ninhos da mesma espécie ocorrem em uma mesma área. Uma característica destas formigas, além das acima citadas, é a facilidade com que mudam o ninho de lugar. Isto faz com que ocupem rapidamente novos lugares dificultando seu controle.
Problemas relacionados com a presença das formigas domésticas
Em primeiro lugar as formigas domésticas causam incômodo, pois atacam alimentos deixados sobre mesas, pias e dentro de armários. Algumas podem picar e a picada pode ser dolorida e dependendo da sensibilidade da pessoa, causar alergias. Em segundo lugar elas podem danificar aparelhos eletrônicos, pois fazem seus ninhos dentro deles podendo ocasionar curto-circuitos. O problema aumenta quando as formigas ocorrem dentro dos hospitais. Por serem muito pequenas, elas têm acesso a locais proibidos como UTIs, centros cirúrgicos e berçários. Passeiam sobre materiais esterilizados podendo contaminá-los, pois elas carregam bactérias em seus corpos. Freqüentam enfermarias e quartos de pacientes andando sobre ferimentos e veiculando microrganismos. Desta forma são importantes na infecção hospitalar.
Espécies de Formigas Domésticas
Nome Comum |
Nome Científico |
Tapinoma melanocephalum |
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Paratrechina longicornis |
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Crematogaster spp. |
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Camponotus spp. |
|
Monomorium pharaonis |
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Pheidole spp. |
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Linepithema humile |
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Solenopsis spp. |
Formiga do Faraó
Nome Científico: Monomorium pharaonis
IDENTIFICAÇÃO
As operárias variam de 1,5 a 2 mm de comprimento e são monomórficas. A cintura possui dois nós. A coloração varia do amarelo ao marrom claro. Possui dois nós na cintura. A antena possui 12 segmentos sendo os três últimos segmentos maiores que os anteriores.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
Originária das regiões tropicais do continente africano. Foi introduzida acidentalmente nos outros países pelo comércio e atualmente encontra-se largamente disseminada. As colônias podem ser bastante grandes e com várias rainhas. Alimenta-se de substâncias adocicadas, mas é atraída por alimentos gordurosos. Os insetos também fazem parte de sua dieta.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
Pode ser encontrada tanto dentro quanto fora das construções. Não constroem ninhos com terra solta e habitam frestas de parede e calçadas, atrás de pias e tanques de lavar roupas, sob roda-pés e pisos. Seus ninhos podem ser encontrados dentro de aparelhos eletrônicos.
São muito comuns em hospitais, principalmente nos países de clima temperado. Podem carregar várias espécies de bactérias em seus corpos. Ninhos desta espécie já foram encontrados dentro de lençóis dobrados recém esterilizados. Os hospitais brasileiros apenas ocasionalmente apresentam esta espécie.
Formigas Cortadeiras
As formigas cortadeiras são assim chamadas por cortarem folhas e outras partes de diferentes vegetais a fim de garantirem a sua sobrevivência. O material cortado é introduzido em um ninho e fornecerá um substrato para o desenvolvimento de um fungo que servirá de alimento para a formiga.
Desta maneira, as formigas cortadeiras são responsáveis por prejuízos de grande monta na agricultura brasileira.
Espécies de Formigas Cortadeiras
Nome Comum |
Nome Científico |
Atta spp. |
|
Acromyrmex spp. |
Formiga Argentina
NOME CIENTÍFICO: Linepithema humile
IDENTIFICAÇÃO
Esta espécie é monomórfica com operárias medindo aproximadamente 2,5mm de comprimento. Apresenta somente um nó na cintura e coloração marrom escura. Assemelha-se um pouco à formiga louca, porém não tem o primeiro segmento da antena tão longo, nem círculo d.e pêlos na abertura anal.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
Esta espécie tem maior ocorrência nos Estados da região sul do Brasil. Nos países de clima temperado são muito comuns dentro das residências e hospitais.
A colônia pode conter milhares de operárias e o ninho pode ocupar vários locais. Este tipo de ninho é denominado polidômico.
As colônias são poligínicas. Alimentam-se de vários tipos de alimentos dando preferência aos adocicados.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
As colônias podem ser encontradas no solo, em floreiras ou dentro de residências, sob frestas de paredes. Preferem nidificar em ambientes úmidos, como sob pias e box de chuveiros.
Formiga Cabeçuda
Nome Científico: Pheidole spp
IDENTIFICAÇÃO
As operárias da formiga cabeçuda possuem dois tamanhos: operárias maiores (soldados) e operárias menores. O tamanho varia de 1,5 a 3,5 mm e a coloração varia do marrom amarelado ao preto A cintura possui dois nós e as antenas têm 12 segmentos com os três últimos maiores que os anteriores.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
O nome da formiga cabeçuda se refere ao tamanho desproporcional da cabeça dos soldados. É uma espécie que apenas ocasionalmente invade as estruturas humanas. Quando o fazem permanecem em contato com paredes que levam à área externa, sob batentes de portas e guarnições de janelas. Alimentam-se de uma variedade de comidas e dão preferência a proteínas. Podem alimentar-se de substâncias açucaradas. A espécie P. megacephala é exótica e quando ocorre o faz em aglomerados, isto é, o mesmo quarteirão ou bloco residencial pode estar infestado somente por esta espécie.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
Os ninhos são geralmente encontrados nas áreas externas ou nas paredes em contato com o exterior. Ocasionalmente podem entrar dentro das edificações em busca de alimento.
Formiga Acrobática
Nome Científico: Crematogaster spp
IDENTIFICAÇÃO
As espécies variam muito em tamanho, mas as operárias de uma mesma espécie são monomórficas. A cintura possui dois nós. A coloração varia de acordo com a espécie, mas normalmente são escuras. De perfil, a cintura ata-se à porção superior do gáster que tem forma de coração. O mesossoma possui um par de espinhos. A antena possui 12 segmentos.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
O nome da formiga acrobática se refere ao hábito destas formigas elevarem o gáster sobre o mesossoma quando a operária ou a colônia são perturbadas. As colônias não são muito grandes e geralmente contém uma única rainha. Não se conhece muito sobre sua biologia. As operárias podem picar dolorosamente. Alimentam-se de todo tipo de comida, tanto doces quanto ricos em proteína. Novas colônias são formadas por vôo nupcial.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
Pode ser encontrada tanto dentro quanto fora das construções. Nidificam dentro de batentes de portas e guarnições de janelas quando dentro das edificações. No campo são encontradas sob cascas de árvores e troncos caídos.
Formiga Lava-pés
Nome Científico: Solenopsis spp
IDENTIFICAÇÃO
São polimórficas, possuem dois nós na cintura e as operárias variam de 3mm a 7mm. As antenas possuem 10 segmentos sendo os dois últimos maiores que os anteriores. A coloração varia do marrom avermelhado ao preto. Picam dolorosamente.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
Monogínica e reproduz-se basicamente por vôo nupcial. Gosta de todo tipo de alimento e prefere fazer seus ninhos em locais abertos e com muita incidência de sol.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
São comumente encontradas em calçadas, gramados e canteiros. Seu ninho consta de um murundu de terra solta que quando mexido observa-se um grande número de operárias e larvas.
Formiga Quenquém
Nome Científico: Acromyrmex spp.
As quenquéns, gênero Acromyrmex, são formigas cortadeiras, ou seja, cortam material vegetal (folhas e flores). As operárias da quenquém cortam os vegetais levando os pedaços para dentro do formigueiro, onde existe um fungo que as formigas cultivam. As operárias, então, picam em pequeninos pedaços o material vegetal e o inserem no meio do fungo, que vive deste substrato. Envoltas neste fungo são encontradas as larvas que dele se alimentam.
No Brasil são encontradas as seguintes espécies de quenquéns: Acromyrmex ambiguus (quenquém-preto-brilhante), Acromyrmex aspersus (quenquém-rajada), Acromyrmex coronatus (quenquém-de-árvore), Acromyrmex crassispinus (quenquém-de-cisco), Acromyrmex diasi, Acromyrmex disciger (quenquém-mirim e formiga-carregadeira), Acromyrmex heyeri (Formiga-de-monte-vermelha), Acromyrmex hispidus fallax (Formiga-mineira), Acromyrmex hispidus formosus, Acromyrmex hystrix (quenquém-de-cisco-da-Amazônia), Acromyrmex landolti balzani (Boca-de-cisco, formiga rapa-rapa, formiga-rapa e formiga meia-lua), Acromyrmex landolti fracticornis, Acromyrmex landolti landolti, Acromyrmex laticeps. laticeps (Formiga-mineira e formiga-mineira-vermelha), Acromyrmex laticeps migrosetosus (quenquém-campeira), Acromyrmex lobicornis (quenquém-de-monte-preta), Acromyrmex lundi carli, Acromyrmex lundi lundi (Formiga-mineira-preta, quenquém-mineira e quenquém mineira-preta), Acromyrmex lundi pubescens, Acromyrmex muticinodus (Formiga-mineira), Acromyrmex niger, Acromyrmex nobilis, Acromyrmex octospinosus (Carieira e quenquém-mineira-da-Amazônia), Acromyrmex rugosus rochai (Formiga-quiçaçá), Acromyrmex rugosus rugosus (Saúva, formiga-lavradeira e formiga-mulatinha), Acromyrmex striatus (Formiga-de-rodeio e formiga-de-eira), Acromyrmex subterraneus bruneus (quenquém-de-cisco-graúda), Acromyrmex subterraneus molestans (quenquém-caiapó-capixaba), Acromyrmex subterraneus subterraneus (Caiapó).
Muitas pessoas confundem as saúvas com as quenquéns que também são formigas cortadeiras. Para diferenciá-las basta observar o número de pares de espinhos presentes no mesossoma. As quenquéns possuem quatro pares de espinhos e as saúvas três.
As operárias da quenquém são polimórficas e seu tamanho varia de 2,0 a 10,5 mm. Operárias de coloração diferente podem ser observadas dentro do mesmo ninho.
As rainhas e machos das quenquéns não têm nomes comuns como as da saúva e ambos são responsáveis pela reprodução da colônia.
A biologia das quenquéns é pouco conhecida.
Os ninhos das quenquéns não são facilmente visualizados como os das saúvas. Podem ser cobertos por palha, terra e fragmentos de vegetais. Algumas espécies fazem montes de terra solta que são bem menores que os das saúvas.
Formiga Carpinteira ou Sará-Sará
Nome Científico: Camponotus spp.
IDENTIFICAÇÃO
São polimórficas. As operárias maiores podem ser bastante grandes e são chamadas de soldados. Estas podem medir até 17mm de comprimento e as menores 3mm. As espécies variam em coloração sendo encontradas do amarelo claro ao preto. Possuem somente um nó na cintura e um círculo de pêlos na abertura anal.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
As formigas podem apresentar colônias monogínicas e poligínicas. As colônias podem apresentar milhares de operárias. A reprodução ocorre pelo vôo nupcial. Colônias satélites são comuns em todas as espécies onde apresentam larvas de estágios mais avançados, pupas e, algumas vezes, reprodutivos alados. A colônia principal localiza-se normalmente fora das edificações e contém a(s) rainha(s). Algumas espécies possuem hábito noturno enquanto outras são observadas forrageando durante o dia. Alimentam-se de uma variedade de alimentos, desde substâncias adocicadas até insetos.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
Estas formigas constroem seus ninhos principalmente em estruturas de madeira. Cascas de árvores, pilhas de madeira, batentes de portas, guarnições de janelas, forros, armários de madeira e até mesmo aparelhos eletrônicos podem abrigá-las. Apesar de fazerem seus ninhos em madeira elas não se alimentam deste material.
Formiga Saúva
Nome Científico: Atta spp.
A saúva, gênero Atta, é uma formiga cortadeira, ou seja, corta material vegetal (folhas e flores). As operárias da saúva alimentam-se basicamente da seiva que as plantas liberam enquanto estão sendo cortadas. Pedaços de material vegetal são levados até o formigueiro onde existe um fungo que as formigas cultivam. As operárias então picam em pequeninos pedaços o material vegetal e o inserem no meio do fungo, que vive deste substrato. Envoltas neste fungo são encontradas as larvas que dele se alimentam.
As formigas cortadeiras são encontradas nas Américas com exceção do Chile. No Brasil ocorrem as seguintes espécies: Atta capiguara (saúva parda), Atta sexdens (saúva limão), Atta bisphaerica saúva mata-pasto, Atta laevigata (saúva cabeça de vidro), Atta robusta (saúva preta), Atta silvai e Atta vollenweideri.
Muitas pessoas confundem as saúvas com as quenquéns que também são formigas cortadeiras. Para diferenciá-las basta observar o número de pares de espinhos presentes no mesossoma. As saúvas apresentam três pares de espinhos e as quenquéns quatro pares.
As operárias da saúva são polimórficas e são divididas em jardineiras, cortadeiras e soldados. Todas são fêmeas estéreis. As jardineiras são as menores e têm como função triturar pedaços de vegetal e colocá-los à disposição do fungo. As cortadeiras são as de tamanho médio. Elas cortam e carregam os vegetais para dentro do formigueiro. Os soldados são os maiores com a cabeça bastante grande. Cortam as folhas auxiliando as cortadeiras, porém têm como função principal proteger a colônia de inimigos naturais.
A rainha das saúvas é chamada de içá ou tanajura. Ela é muito maior que as operárias e facilmente distinguida do resto da colônia. Apenas uma saúva ocorre por formigueiro e quando esta morre em poucos meses o formigueiro se extingue.
Os machos são menores que as rainhas e são chamados de bitus. Sua cabeça e mandíbulas são distintamente menores do que as da rainha, sendo assim facilmente identificados.
A fundação de novas colônias se faz pelo vôo nupcial que ocorre nos meses de outubro a dezembro.
Os ninhos das saúvas são, na maioria das vezes, de fácil visualização. Encontram-se sempre no solo e são formados por montes de terra solta. Sobre estes montes e fora deles podem ser observados vários orifícios, denominados olheiros, por onde as formigas têm acesso ao interior do ninho.
Dentro do formigueiro as formigas escavam várias câmaras que são interligadas por galerias. Nestas câmaras podem ser encontrados câmaras com fungo e com lixo e formigas mortas. A câmara onde fica a rainha é denominada câmara real.
Repelente de Formigas Caseiras
Nesta época do ano é difícil uma casa sem formigas passeando na cozinha, no banheiro, na sala e até no quarto de dormir. Elas são infernais. Comem de tudo e não têm cerimônia para comer um bolo que está esfriando em cima da pia, sem mesmo a autorização da cozinheira.
Algumas plantas demonstram poder de repelência para insetos, dentre eles as formigas. A seguir listamos um rol delas, mas é importante trocá-las a cada duas semanas, pois perdem seu efeito.
Folha de louro - Salsinha - Casca de tangerina - Cravo-da-índia - Canela em pau. Dicas: Para que as formigas não entrem no açucareiro, faça um sachê com alguns cravos-da-índia envoltos em gase ou organza; |
Deixe algumas folhas de louro nos cantos dos armários onde são mantidos os alimentos, mas deixo-os muito bem fechados em recipientes adequados; Cascas de tangerina podem ser colocadas dentro das gavetas onde são guardados alimentos não perecíveis. Não deixe louça suja acumulada dentro da pia. Qualquer farelo de alimento é uma refeição e tanto para as formigas.
Pequena Formiga de Fogo ou Pixixica
Nome Científico: Wasmannia auropunctata.
IDENTIFICAÇÃO
São monomórficas, .possuem dois nós na cintura e um par de espinhos no mesossoma. As operárias medem 1,5mm de comprimento. As antenas possuem 11 segmentos sendo os três últimos maiores que os anteriores. A coloração varia do amarelo ao marrom dourado. Picam dolorosamente.
ASPECTOS BIOLÓGICOS
Esta espécie é muito encontrada em citrus (laranja, limão, etc), ou seja nos pomares e jardins. No entanto, em algumas regiões do Brasil podem ser encontradas dentro das edificações. As colônias são pequenas e na maioria das vezes poligínicas.. As operárias andam vagarosamente. Esta espécie alimenta-se de substâncias adocicadas, alimentando-se ainda de substâncias oleosas e ricas em proteína. Quando roupas usadas são guardadas sem lavar as formigas podem ser atraídas pelo suor e furá-las. Já foram relatados casos destas formigas sobre camas picando crianças e até mesmo adultos. A reprodução se faz principalmente por fragmentação.
ONDE ENCONTRAR SEUS NINHOS
Sob cascas de árvores, embaixo de pedras e entulhos. Quando ocorrem diretamente no solo podem ocupar vários locais pequenos formando fragmentos da colônia.
Texto publicado com autorização da Dra. Ana Eugênia C. Farinha, Pesquisadora do Instituto Biológico de São Paulo.
Formigas 2
Os insetos dominam o mundo, com a maioria das espécies e a maioria dos indivíduos sobre a face da terra. E as FORMIGAS dominam o mundo dos insetos. Não em número de espécies, mas quantidade de indivíduos. Cerca de 75% da biomassa de insetos em uma floresta são de abelhas, vespas e principalmente, formigas. Além disso, as formigas são uns dos principais animais sociais, com a maior organização conhecida...
Cultivadoras: A importância das Formigas de casa
A picada da formiga pode ser perigosa para o homem? E outros perigos? Têm benefícios?
Formigas nômades, famosas por formarem largas fileiras de caça na floresta amazônica e na África...
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GAFANHOTOS
Desde o tempo mais remoto se fala da “Praga de Gafanhotos”, sendo até relatada na Bíblia e com seu maior destaque em sua passagem pelo Egito antigo. Mas pouco sabemos sobre a origem e como se formam essas grandes nuvens de gafanhotos. Além de devastador, as nuvens de gafanhotos migratórios nos chamam a atenção pela sua agregação maciça e em alguma espécies uma grande capacidade de deslocamento. O gafanhoto peregrino Schistocerca teve sua migração monitorada no ano de 1988. Nuvens partindo das costas da Mauritânia atravessaram o oceano atlântico e em seis dias chegaram ao continente americano.
No Brasil temos o chamado gafanhoto do Mato Grosso: Rhammatocerus schistocercoides que já foi localizado na Amazônia, Rondônia, Colômbia, Bolívia, Peru, México, Costa Rica, Uruguai. A área brasileira de ocorrência deste gafanhoto é a zona da Chapada dos Parecis, com regiões cobertas de savanas herbáceas (campo) e de savanas arborizadas (campo cerrado e cerrado). Trata-se de uma espécie de tamanho grande com a coloração variável de verde a marrom, ou ambas. Durante o seu desenvolvimento (forma jovem) ocorrem de 8 a 9 estágios. O gafanhoto Rhammatocerus schistocercoides possui apenas uma geração por ano, as ninfas desenvolvem-se lentamente na estação das chuvas e chegando a fase adulta se reproduzem no começo da estação chuvosa seguinte. O comportamento gregário chama muito a atenção, onde encontramos bandos de ninfas (formas jovens) que ocupam áreas de algumas centenas a milhares de metros quadrados. O tamanho do enxame em vôo deve ser muito maior. Encontramos também cerca de 250 adultos/m2. Alguns fatores são importantes sobre o desenvolvimento das populações de ninfas jovens, como as queimada e o regime de chuvas.
Como agentes de controle biológico na cadeia alimentar temos as formigas e os pássaros. Pesquisas tem sido realizadas com fungos entomopatogênicos para o controle de gafanhotos. Os enxames de Rhammatocerus schistocercoides voam em baixa altitude (1 a 5 metros acima do solo) com uma densidade do enxame pousado em 250 a 500 adultos/m2 e em vôo não ultrapassando a 3 insetos/m3. São considerados de fraca capacidade migratória pelo baixa capacidade de vôo e deslocamento diário (50m para ninfas de 5º estágio).
Comportamento de vôo (80% em função da direção do vento)
Horário |
Atividade |
8-9 h |
Início, a área de repouso noturno se esvazia pouco a pouco, o enxame se desloca rapidamente e seu tamanho cresce consideravelmente. |
9-12 h |
Progressão, o enxame realiza a maior parte do seu desenvolvimento diário. |
12-14 h |
Repouso relativo, diminuição da atividade durante as horas mais quentes. |
14-16 h |
Progressão, retomada do deslocamento no início da tarde. |
16-17 h |
Reagrupamento, os indivíduos sobrevoam no local e se reúnem paulatinamente no sítio de pouso onde passarão a noite. |
Os gafanhotos são importantes para a alimentação dos índios Nhambiquaras e Baiquiris. Uma vez coletados estes gafanhotos, participam quase de todas as refeições diárias, torrados ou sob a forma de farinha.
A dimensão da estratégia para o controle dessas nuvens de gafanhotos, principalmente os migratórios, só é percebida quando vemos os números de sua mobilização: Na África na década de 80 foram tratados milhões de hectares de lavouras, envolvendo centenas de postos de rádio, milhares de pessoas e veículos, dezenas de aviões e helicópteros para vigilância e pulverizações, dezenas de milhares de pulverizadores e milhares de toneladas de inseticidas. Todo este arsenal utilizado em uma única invasão em um determinado período do ano.
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LAGARTAS DAS PALMEIRAS
As palmeiras são plantas altivas e cuja copa de avista de longe, se destacando entre as vizinhas árvores. Porém este destaque desaparece quando as folhas da copa da palmeira é totalmente comida por lagartas. Alimentam-se de palmeiras do gênero Euterpe, Attalea, Livistona, Phoenix, Orbignya, Bactris, Desmoncus, Achontophoeix, Copernicia e Roystonea. A lagarta da palmeira encontra-se distribuída nos países tropicais da América do Sul e no Brasil encontramos desde o Estado do Piauí até São Paulo.
Estes insetos são conhecidos como a lagarta da palmeira (Brassolis sophorae). As borboletas medem de 6 a 10cm de envergadura e tem as suas asas marrons, atravessada por uma faixa alaranjada.
As borboletas fêmeas depositam seus ovos agrupadamente sob a folha da palmeira, em quantidade às vezes superior a 100 ovos. As lagartas são de hábito noturno e gregárias, medindo de 6-8 cm de comprimento. Durante o dia se abrigam em grupo, numa espécie de ninho formado pelas próprias folhas da palmeira. Quando o ninho se torna pequeno elas constróem um outro. A noite abandonam este ninho e saem para se alimentar das folhas, restando apenas as nervuras da folha.
O ataque em plantas novas pode reduzir o seu crescimento e em plantas adultas pode prejudicar a frutificação por 2 anos.
Notamos a atividade desta lagartas pela presença de fezes escuras em grande quantidade sob a copa da planta e pelos danos causados as folhas. Ao completarem seu desenvolvimento as lagartas muitas vezes abandonam a palmeira e procuram um local protegido e sem atividade para puparem; em áreas urbanas notamos uma preferência por beirais de telhados, janelas, sob floreiras suspensas, entradas de residências com recuo, garagens entre outros. As crisálidas são de coloração verde clara e/ou marrom, medindo de 20-30 mm de comprimento por 10 mm de largura.
Em praças com grande quantidade de palmeiras, quando ocorre um surto destas lagartas (alguns milhares), ao completarem o desenvolvimento elas abandonam em fila indiana as plantas em busca de um local para puparem, atravessando a rua em direção as casas e prédios ao redor da praça.
O controle pode ser realizado localizando-se o ninho destas lagartas e removendo o mesmo. Utiliza-se muito vara de bambú com um gancho amarrado a ponta, para cortar a folha com o ninho.
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LAGARTA Mede-palmos
A lagarta mede-palmos é também conhecida por bicho-agrimensor, lagarta-marca-passo, geômetra, mede-palmo e medideira. Estes nomes vem do fato destas lagartas se movimentarem de modo semelhante ao movimento de medir com a palma da mão (palmos).
Os insetos que têm este comportamento são da ordem Lepidoptera, famílias Geometridae e Noctuidae.
s atacam o ninho de outras espécies e capturam seus ovos e larvas, criando-os como escravos...
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LESMAS E CARACÓIS
Lesmas
As lesmas pertencem à classe Gastropoda, filo Mollusca. As conchas das lesmas são reduzidas ou completamente ausentes. Elas possuem uma cabeça definida que ostenta um ou dois tentáculos sensoriais que possuem olhos, e a boca provida de uma língua raspadora, chamada de rádula. O pulmão é desenvolvido. A superfície ventral do corpo do animal é modificada em um pé largo e achatado que secreta um muco. Este muco que reveste todo o corpo do animal serve para impedir a desidratação.
As lesmas são um problema sério em várias culturas, hortas, pomares e jardins. Alimentam-se de uma grande variedade de plantas, devorando tanto as raízes quanto a parte aérea, sempre no período da noite. Sabe-se que o local está infestado por lesmas pela observação dos rastros de muco que ficam no chão cimentado e muros.
Existem alguns produtos lesmicidas no mercado bastante eficientes, mas algumas medidas alternativas podem ser tomadas como: colocar cascas de legumes e folhas de verdura sobre um jornal ao anoitecer. Durante a noite as lesmas serão atraídas para o alimento e logo ao nascer do sol deve-se retirar o jornal com as lesmas e matá-las;
Pano ou estopa embebidos em cerveja também são um bom atrativo para lesmas. O procedimento é o mesmo do jornal com legumes e verduras.
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CARACOL
Os caracóis terrestres são moluscos pertencentes à Classe Gastropoda e subclasse Pulmonata. São mais de 20.000 espécies descritas, distribuídas tanto nas regiões tropicais, quanto nas temperadas de todo o mundo. Estes animais são também vulgarmente conhecidos por caramujos.
Os caracóis são hermafroditas, isto é, possuem os dois sexos no mesmo indivíduo. Eles ficam sexualmente maduros depois de vários meses, ou anos, dependendo da espécie e a cópula pode ocorrer várias vezes ao ano, sendo que a corte pode durar algumas horas. Depois de algumas semanas após a cópula, eles começam a postura dos ovos. Os ovos são pequenos, possuem uma casca calcárea e são depositados no solo. Após alguns dias ou semanas da postura, nascem pequenos caracóis, muito semelhantes aos adultos.
Os caracóis terrestres possuem dois pares de tentáculos e os olhos situam-se no topo do segundo par. As conchas variam muito de tamanho sendo que a espécie africana Achatina achatina chega a medir 27 cm de altura. Em contraposição existem espécies cujas conchas medem menos que 1 cm.
É comum encontrarmos caracóis terrestres nos jardins, hortas e pomares, pois eles se alimentam de diversos tipos de plantas. As poucas espécies carnívoras alimentam-se de minhocas, ou de outros caracóis e lesmas. Os caracóis terrestres são encontrados em ambientes de solo úmido, não encharcado, e são difíceis de ser observados durante o dia, pois, 99% de suas atividades ocorrem durante a noite. Duas a três horas após o anoitecer os caracóis já podem ser observados em atividade.
Algumas espécies de caracóis terrestres são comestíveis. Por meio de escavações arqueológicas, foram encontradas conchas de caracóis assadas, indicando que o homem utiliza estes animais como alimento desde a pré-história. Como exemplo de caracol comestível, cita-se o escargot (Helix aspersa ou Helix pomatia), prato ainda pouco divulgado nos restaurantes brasileiros, mas de moda na França. O caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), cujos adultos chegam a medir entre 15 e 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar cerca de 200 g, é apreciado em muitos países. No entanto, essa espécie, que foi introduzida em diversos países pelo próprio homem, tornou-se uma praga de diversas culturas, jardins e hortas. O caramujo-gigante-africano, em vida livre, transmite o verme Angistrongylus cantonensis, que causa a angistrongilíase meningoencefálica, doença que acomete o sistema nervoso central.
Um outro problema ocasionado por caramujos é a esquistossomose, doença causada por um verme (trematódeo) denominado Schistosoma mansoni. O caramujo Biomphalaria, que vive na água-doce, é hospedeiro intermediário e o verme passa para o homem quando este se banha em córregos, riachos, valas alargadas, brejos, açudes, represas lagos e lagoas, onde haja pouca correnteza, infestados pelos caramujos contaminados. No Brasil a esquistossomose também é conhecida por xistosomose, barriga d’água e bilharziose. Os vermes alojam-se no homem em pequenas veias do intestino e fígado. Este, então, elimina as fezes com os ovos do parasita que, em contato com a água, rompem-se e libertam larvas chamadas miracídios, que nadam ativamente e penetram no caramujo.
No caramujo, as larvas crescem e, no período de vinte a trinta dias, as larvas atingem sua última fase de desenvolvimento. Nesta fase elas são chamadas de cercárias, quando então abandonam o hospedeiro. Elas então nadam ativamente e penetram na pele dos banhistas, iniciando uma nova fase de seu ciclo. Uma vez dentro do corpo humano, as cercárias caem na corrente sangüínea, passam pelos pulmões e coração até chegar no fígado. Todo este ciclo dura cerca de dez dias. No vigésimo sétimo dia, os vermes já estão adultos e iniciam a postura dos ovos, fase em que estes já são eliminados pelas fezes. Desta forma, entende-se que o ciclo do parasita tem duas fases, uma no caramujo, hospedeiro intermediário e a última no homem, hospedeiro definitivo. As pessoas que são infectadas pela esquistossomose normalmente não apresentam sintomas, entretanto, aquelas com sintomas podem apresentar a fase aguda ou a fase crônica. Na fase aguda as pessoas apresentam coceira no local por onde as cercárias penetraram. Febre, dores musculares, dor de cabeça, perda de apetite, emagrecimento, suor frio e dores de barriga podem ser ocasionados. O fígado fica levemente aumentado e dolorido quando se faz a palpação. Na fase crônica, o paciente pode apresentar três quadros distintos: o intestinal, com diarréia, cansaço, perda de apetite e barriga dolorida quando se faz a palpação; o hepato-intestinal os mesmos sintomas acima relatados aparecem, porém são mais acentuados, neste quadro o fígado fica com o volume aumentado e o quadro hepato-esplênico, quando fígado e baço apresentam lesões acentuadas. Este último é o quadro mais grave, onde o paciente apresenta varizes no esôfago, com sangue no vômito e nas fezes. A barriga fica aumentada e com líquido (barriga d’água).
Reconhece-se o caramujo Biomphalaria por apresentar a concha em espiral, com as voltas no mesmo plano. Os caramujos, hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni são: Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila.
As regiões endêmicas, isto é, que apresentam o problema da esquistossomose são: Minas Gerais e Nordeste do Brasil. Desta forma, antes de banhar-se em lagos, açudes, riachos e lagoas, a pessoa deve procurar saber no posto de saúde local se existem casos de esquistossomose naquela região.
LESMAS E CARACÓIS, COMO SE VER LIVRE DELES
As lesmas e caracóis são um problema para quem possui um pequeno jardim, uma horta e até mesmo para um grande produtor de hortaliças.
Quando estes animais ocorrem em pequenos espaços, pode-se utilizar das seguintes dicas:
Plante ao redor do jardim uma ou mais das seguintes plantas: uva, repolho roxo, girassol, gerânio, abóbora, alho ou menta.
Caracol: Curiosidades
"MAMÃE O QUE É QUE EU SOU....SOU HOMEM COM "H" E COMO SOU": Os caracóis são hermafroditas, mas necessitam copular com outro caracol da mesma espécie. Algumas espécies podem agir como machos em uma estação e como fêmeas em outra. Outras espécies podem exercer os dois papéis na mesma hora fertilizando um ao outro simultaneamente.
EU NÃO FALO COM ESTRANHOS: Os caracóis não gostam de copular com caracóis de outras regiões. Por exemplo, os caracóis Helix aspersa do sul da França não copulam com os Helix aspersa do Norte da França.
SUBINDO PELAS PAREDES: O caramujo-gigante-africano (Achatina fulica) apesar de grande, é capaz de subir em árvores e escalar edificações.
BICHO ESQUISITO: Caracóis do gênero Helix possuem um saco de dardos dentro da vagina. Durante a cópula, estes animais entrelaçam seus corpos sendo que um introduz um dardo na parede do corpo do outro.
POSIÇÃO INCÔMODA: Helix pomatia coloca sua cabeça dentro de um buraco no solo e deposita seus ovos pela abertura genital que fica localizada logo atrás da cabeça. O caracol pode ficar nesta posição por um ou dois dias para depositar de 30 a 50 ovos.
DIGA-ME COMO É TUA CONCHA QUE TE DIREI QUEM ÉS: Existe uma relação entre o formato da concha, o movimento e o local onde o caracol vive. Conchas com poucas voltas são mais adaptadas para o transporte quando o animal está de cabeça para baixo ou sobre superfícies verticais de rochas e vegetação. As conchas com longas espirais são carregadas horizontalmente ou mesmo arrastadas sobre fundos moles. Espinhos ou outras projeções e esculturas da concha estabilizam melhor o animal em fundos moles, ou mesmo para a aterrissagem em posição correta quando este cai de um local elevado.
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LIBÉLULAS
Libélulas: Machismo Levado ao Extremo
"Pela teoria da seleção natural, não basta apenas sobreviver. É preciso deixar descendentes. 'Entre as libélulas, essa tese é confirmada com determinação' diz o biólogo Cláudio Patto, doutorando em ecologia na Unicamp, de Campinas, SP. A fêmea armazena o esperma do macho até a fecundação, que acontece apenas no momento em que ela bota os ovos. E, na briga entre os machos para fecundar o maior número possível de ovos, valte tudo. Os machos das libélulas têm um aparato usado como espátula para raspar a cavidade interna onde a fêmea guarda o esperma. A idéia é remover o esperma de outro macho que tenha eventualmente fecundado a fêmea antes dele e, com isso, garantir que os ovos serão os de sua descendência. É também comum ele segurar a fêmea pelo pescoço com uma pinça abdominal (como na foto) até ela por os ovos. Tudo para não correr o risco de outro vir, retirar seu esperma e colocar o dele no lugar.
O professor Paulo De Marco Jr., da Universidade Federal de Viçosa, MG lembra que algumas espécies de libélulas usam uma tática ainda mais interessante: 'São machos que preferem controlar as fêmeas ovuladas voando sobre ela e permitindo-se assim 'infidelidades' como acasalar com outras fêmeas que passem por ali'."
National Geographic Brasil, Junho de 2000, página 19.
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MAMANGAVA
As mamangavas são também conhecidas por mamangaba, mangangá, mangava, mangaba, abelhão, bombolini, vespa-de-rodeio, vespão.
São abelhas solitárias ou sociais de tamanho grande e bastante peludas. Pertencem a várias famílias e os gêneros mais comuns são Bombus, Eulaema, Centris, Xylocopa e Epicharis. A maioria é preta e amarela e quando voam emitem um zumbido alto. As mamangavas são polinizadoras importantes e contribuem para a manutenção de muitas espécies de plantas nativas.
As mamangavas raramente picam, a não ser que as seguremos com as mãos. Apesar de terem o tamanho avantajado são extremamente dóceis, possibilitando que as observemos coletando o néctar e pólen das flores.
Seus ninhos são encontrados no solo ou em ocos de árvores e em algumas épocas do ano as mamangavas são observadas em grande quantidade.
Como são nativas e de grande importância nos ecossistemas a Lei no 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna estabelece a proibição da sua utilização, perseguição, destruição, caça, ou apanha.
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MANDAROVÁ (erinnys ello)
Lagartas do gênero Erinnys, que são os estágios jovens de mariposas e vulgarmente conhecidas por gervão ou mandorová. São lagartas de porte maior que amedrontam muitas pessoas.
Quando tocadas não causam queimadura nem qualquer outro dano à saúde das pessoas. As lagartas alimentam-se de folhas de mandioca e seringueira.
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MARIPOSA
Também conhecidas por bruxas, as mariposas pertencem à Ordem Lepidoptera, mesmo grupo das borboletas. A fase jovem da mariposa é a lagarta.
Diferenciamos uma mariposa de uma borboleta, pois as mariposas têm hábito noturno, corpo volumoso, quando pousam as asas permanecem abertas e as antenas são filiformes, isto é, todos os segmentos (artículos) apresentam o mesmo diâmetro, da base até o ápice, semelhante a um fio. As borboletas têm hábito diurno, quando pousam mantém as asas fechadas e as antenas são clavadas, isto é, o último artículo, o da ponta, tem forma de clava.
Algumas espécies de marimbondos sociais (veja formigas e abelhas para maiores detalhes) fazem ninhos que consistem de várias células hexagonais que ficam dentro de um envelope semelhante ao papel. Alguns ninhos localizam-se em locais abertos, presos a galhos, sob telhados ou qualquer outro local protegido. Algumas espécies constroem seus ninhos no chão.
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MARIMBONDO
Marimbondo é o nome comum para designar himenópteros (vespas) das famílias Vespidae, Pompilidae ou Sphecidae.
São várias as espécies de marimbondo, sendo a mais conhecida o marimbondo-caçador ou marimbondo-cavalo, que também é conhecido por caçador-de-aranhas, caçununguçu, vespão, entre outros. Estes marimbondos são conhecidos pelo hábito de caçar aranhas que servem de alimento às suas larvas. Os adultos alimentam-se de néctar das plantas e picam dolorosamente.
Os marimbondos (vespas) solitários fazem seus ninhos das mais diversas formas, mas a maioria caça lagartas e leva para dentro de seus ninhos para servirem de alimento às larvas. Identifica-se um marimbondo solitário, pois, na maioria das vezes, possuem coloração preta com manchas amarelas e variam de 10 a 25 mm de comprimento.
Algumas espécies de marimbondos sociais (veja formigas e abelhas para maiores detalhes) fazem ninhos que consistem de várias células hexagonais que ficam dentro de um envelope semelhante ao papel. Alguns ninhos localizam-se em locais abertos, presos a galhos, sob telhados ou qualquer outro local protegido. Algumas espécies constroem seus ninhos no chão.
As seguintes características estão presentes na maioria das vespas:
Perguntas e Respostas sobre os Marimbondos:
- O que fazer se for picado por marimbondo?
Normalmente, a limpeza com uma solução anti-séptica, e a aplicação de gelo no local é suficiente para melhorar os sintomas. Não perfurar qualquer bolha que possa surgir no local da picada - limpe-a com água e sabão neutro para evitar infecções.
Corticosteróides tópicos (cremes, pomadas, loções ou géis que, passados sobre a pele, combatem os sinais da inflamação) e anti-histamínicos (antialérgicos) orais auxiliam no controle da inflamação e do prurido local. Entretanto, não devem ser utilizados sem a indicação de um médico, pois podem causar efeitos colaterais sérios.
Se a pessoa for alérgica ou se receber muitas picadas deve procurar atendimento médico rápido e, se possível, levar consigo o animal que causou a reação. Ao ser picado, tenha cuidado em não apertar o corpo do animal ao retirá-lo, pois pode ocorrer a injeção de mais veneno.
No caso de serem muitos marimbondos atacando ao mesmo tempo, busque um local fechado ou corra o mais rápido que puder. Para prevenir a picada, evite causar qualquer perturbação ao animal e utilize sapato fechado, meia alta e luvas para proteção das mãos nas visitas ao campo ou em lugares onde exista alta incidência desses insetos.
- O marimbondo morre após a ferroada?
As vespas (marimbondos), abelhas e as formigas pertencem à Ordem Hymenoptera, Série Aculeata. Os Aculeata apresentam um oviositor modificado. Conhecido popularmente como “ferrão”. Os himenópteros ao ferroarem podem perder o ferrão, isto é, deixam o ferrão no indivíduo, como as abelhas, ou não o perdem, como as vespas, de forma que estas podem utilizá-lo diversas vezes. Sendo assim, as vespas não morrem após a ferroada.
Fonte: adaptado de Silveira & Silveira, 1994
- O marimbondo ataca também cachorros ou gatos?
Sim. Se o inseto sentir-se ameaçado pelo cão ou pelo gato ele irá atacar, buscando defender-se.
- Quais os sintomas da picada de marimbondo no homem?
Os efeitos das peçonhas dos Hymenoptera sociais (vespas) podem envolver reações inflamatórias e/ou imunológicas e outras de ordem sistêmica, tais como, pruridos locais, urticária, angiodema (similar a urticária), e em casos de maior gravidade, náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais, perda de memória e tontura, hipotensão (diminuição dapressão arterial), bronco espasmos (estreitamento da luz bronquial como consequências da contração da musculatura dos brônquios, o que dificulta a respiração), e morte do paciente por paradas cardíacas e respiratórias.
Na maioria das pessoas os componentes vasoativos da peçonha determinam reações locais tais como, vermelhidão, edema (inchaço), e, dor, e estas tendem a desaparecer em poucas horas. No entanto, podem ocorrer reações sistêmicas que podem afetar a respiração e/ou circulação. Nestes casos, os acidentes são mais graves e envolvem:
1. Queda de pressão arterial e aumento da permeabilidade vascular, que podem levar à inconsciência e desmaios.
2. Dificuldade de respirar, espirros, edema de glote, contração do pulmão, displasia (desenvolvimento anormal de órgãos e tecidos que ocasiona deformidades) e asma. Em pacientes sensíveis, pode ocorrer ainda, desordem gastrointestinal, cólica, diarréia, náusea, vômito, incontinência, dor de cabeça, calafrio e febre.
- Quais os sintomas, no cachorro, quando leva uma picada de marimbondo?
Se o animal recebe uma ou poucas picadas, pode desenvolver apenas uma reação alérgica. Após muitas picadas, pode ser observado vômito, diarréia, sinais de choque (respiração difícil, cianose - caracterizada pela coloração azul-arroxeada da pele e mucosas , espuma na boca, pressão arterial alta) e dificuldade respiratória em decorrência de síndrome da angústia respiratória aguda (SARA – lesão pulmonar). Nos cães, além dos quadros de choque e SARA, também têm sido descritos casos de crise hemolítica (destruição rápida dos glóbulos vermelhos – responsáveis pelo transporte de oxigênio às células).
- O que fazer se um marimbondo atacar um cachorro ou gato?
Lave o local atingido com água e sabão, e, em seguida, reduza o inchaço com água fria ou cobrindo-o com uma compressa fria ou gelo envolto num pano (mas nunca aplique o gelo diretamente sobre a pele). É recomendado procurar um veterinário.
- O marimbondo ataca as aves também?
Existem relatos de marimbondos que acabam ferroando beija-flores na disputa por alimento. Entretanto, isso não é caracterizado como um comportamento predatório porque o inseto sequer aproxima-se do beija-flor morto. Existem casos observados de uma espécie de “marimbondo-caçador” (Família Pompilidae) que alimenta-se de aves mortas que encontram no solo.
- O marimbondo pode atacar rebanhos?
As vespas são animais predadores peçonhentos cuja função primária da peçonha é a predação de outros insetos, tais como lagartas [larvas da Ordem Lepidoptera (borboletas e mariposas) e Ordem Coleoptera (besouros)] e pólen. As vespas individualmente ou coletivamente defendem seus ninhos de intrusos.
- O que atrai um marimbondo?
As espécies de marimbondo costumam fazer seus ninhos em troncos de árvores, presos a galhos e em beirais de casas. Alimentam-se de néctar, frutos e, principalmente, de outros insetos e larvas. São atraídos, portanto, para locais onde exista um ambiente favorável para a construção do ninho e que apresente possibilidade de alimento próximo. Os marimbondos não são animais agressivos e só irão ferroar alguém se sentirem-se ameaçados.
- Quais os locais que os marimbondos preferem para fazer ninhos?
As espécies de vespas que mais comumente constroem ninhos no ambiente urbano são a Polybia paulista, também chamada de paulistinha e a Polistes. Elas costumam fazer seus ninhos no beiral ou na varanda das casas. A maioria dos marimbondos constrói ninhos fechados (como é o caso do paulistinha) ou abertos, mas algumas espécies, como as vespas-solitárias, fazem seus ninhos no chão, como se fossem uma toca. Os marimbondos procuram lugares abrigados e onde estejam protegidos de predadores - principalmente formigas e pássaros - para fazer suas casas.
- Do que é feito um ninho de marimbondo?
Os ninhos são fabricados com fibras raspadas de troncos e galhos de madeira morta. O animal amassa a fibra com suas peças bucais e mistura com uma secreção especial, formando uma pasta que, quando seca, adquire consistência de papel.
- Os marimbondos também têm uma rainha, como as abelhas?
Sim. O ciclo de vida dos marimbondos começa quando a rainha é fertilizada e inicia a construção do ninho. Ela constrói um pequeno ninho e põe ovos dentro dele. Quando as larvas eclodem dos ovos e crescem tornando-se operárias, elas dão continuidade ao processo de construção do ninho. Os Vespidae tem 6 subfamílias: Euparagiinae, Masarinae, Polistinae,Stenogastrinae e Vespinae. Os Polistinae são cosmopolitas e os mais especiosos na região neotropical (700 espécies), sendo altamente sociais (= eusociais).
- É verdade que se nós atacarmos um marimbondo próximo ao ninho todos os outros também atacam?
Sim. Por serem insetos sociais (vivem em grupamentos divididos em castas com características morfológicas e funções definidas), os marimbondos costumam atacar em bandos quando se sentem ameaçados.
- Por que um marimbondo ataca o homem?
A vespa não ataca o homem, o que é popularmente conhecido como ataque, é na verdade um comportamento defensivo do animal. O aparelho ferrão das vespas foi evolutivamente aplicado para a defesa do animal, pois juntamente ao ovipositor modificado (popularmente mencionado como ferrão) apresenta-se uma glândula de peçonha. Quando a vespa encontra-se ameaçada, expõe o ferrão sobre o animal que representa ameaça e contrai a glândula de peçonha. A peçonha liberada pela contração dessa glândula desencadeará uma resposta imunológica no animal.
- Como acabar com o ninho de marimbondo?
Para a eliminação do ninho o ideal é entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses da cidade ou com o Corpo de Bombeiros (193). Nunca jogue nenhum produto sobre o enxame, como álcool, querosene, água ou inseticida, porque neste caso, os animais podem se sentir ameaçados e picar; retire do local ou das proximidades pessoas apavoradas, alérgicas à picada de vespas, crianças e animais; não bata, toque ou faça movimentos bruscos e ruidosos próximos ao vespeiro. Em caso de reincidência de instalação do vespeiro no mesmo lugar, devem-se tomar providências no sentido de eliminar esse abrigo, como, por exemplo: colocar algum obstáculo, vedar frestas ou buracos por onde elas adentraram, remover materiais inservíveis (caixotes, móveis, pneus, etc), renovar a pintura ou verniz, entre outros. Como insetos predadores, as vespas têm imensa importância nas cadeias alimentares e somente devem ser mortas se absolutamente necessário.
- O marimbondo ataca o homem ou animal em qual circunstância?
Dificilmente ocorrerá uma ferroada (popularmente mencionado como ataque) em um animal ou humano se a vespa e/ou sua colônia não forem ameaçadas.
- Há risco de vida ao homem atacado pelo marimbondo?
Pode haver risco de vida ao homem dependendo dos seguintes fatores: a) estado de saúde e idade da pessoa; b) hipersensibilidade individual (alergia ao veneno, podendo causar choque anafilático), c) quantidade de ferroadas d) região das picadas ferroadas (no pescoço ou mucosa bucal podem apresentar grave risco). O aconselhável é buscar atendimento médico.
- Os marimbondos se alimentam de que?
Como insetos predadores, as vespas sociais empregam várias estratégias para localizar e coletar para si e para sua prole, líquidos dos corpos de presas, néctar, frutas e açúcares. Em algumas espécies, é comum o consumo de animais mortos. Vespas adultas preferem néctar ou sucos internos de lagartas e outros insetos. As larvas das vespas se alimentam de aranhas, moscas, besouros e outros insetos capturados e preparados pelos adultos. Há espécies que regurgitam néctar, sucos de outros insetos ou açúcares para as larvas. Vespas solitárias são parasitóides, isto é, parasitam outros insetos pondo seus ovos diretamente no corpo do hospedeiro, de forma que tão logo as larvas eclodem do ovo, têm alimento fresco.
- Existe algum “inseticida doméstico” para combater os marimbondos?
Podem ser utilizadas iscas (carne, peixes, sucos de frutas e xarope de gengibre) associadas a inseticidas de ação lenta. Outro método é borrifar o ninho com um inseticida doméstico dissolvido em óleo vegetal. Entretanto, é sempre arriscado mexer nos ninhos, pois os animais podem se sentir perturbados e atacar. Por isso, devem ser tomadas algumas precauções: fazer o trabalho à noite, quando as vespas estão recolhidas ao ninho; ficar em silêncio e não usar perfumes ou produtos com cheiro forte, pois podem perturbar os animais; aproxime-se do vespeiro com roupa grossa ou vestimenta de apicultor e óculos para proteger os olhos. Após a retirada do ninho, os marimbondos podem voltar a formá-lo no mesmo local. Para evitar que isso ocorra, produtos com cheiro forte e ação repelente, como os óleos de citronela ou de eucalipto podem dificultar a instalação do novo ninho.
Os métodos “domésticos” para a eliminação de ninhos de marimbondo normalmente oferecem riscos porque costumam perturbar esses insetos, que podem se defender picando o indivíduo. Assim, a melhor alternativa é contatar o Corpo de Bombeiros ou Centro de Controle de Zoonoses.
- Atear fogo no ninho de marimbondo é perigoso?
Além de ser perigoso mexer com fogo, porque este pode se alastrar nas construções do homem, não é ético infligir sofrimento a qualquer outro ser vivo. Se a convivência com os marimbondos traz riscos à saúde do homem, utilizar produtos que tornem sua eliminação mais rápida, e, portanto, diminuam seu sofrimento devem ser preferidos. Atentar para o início de uma colônia quando esta ainda é bem pequena, é uma medida bastante desejável.
- Existe algum repelente contra marimbondo?
Muitos animais, incluindo os marimbondos, utilizam-se de uma substância química chamada feromônio para a comunicação. Essa substância funciona como atrativo entre indivíduos da mesma espécie e é secretada pelos marimbondos no momento da construção dos ninhos. Isso faz com que eles voltem sempre para os mesmos lugares, inclusive depois que o ninho foi destruído. Produtos com cheiro forte e ação repelente, como o óleo de citronela ou de eucalipto, podem mascarar o feromônio, dificultando assim a reinstalação dos ninhos.
As Respostas acima foram fornecidas por UNESP - Botucatu
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MINADOR
São várias as espécies de insetos minadores. Estes pertencem às ordens Lepidoptera, Diptera (famílias Agromysidae e Anthomyidae), Hymenoptera e Coleoptera. As lagartas e larvas destes insetos alimentam-se das células situadas entre a superfície superior e inferior das folhas deixando "minas", isto é, galerias entre a superfície dorsal e ventral da folha ou parte da planta.
Dentre os insetos minadores de importância econômica citam-se o minador-da-batatinha (Liriomyza brasiliensis), cuja larva mina tubérculos da batatinha, o minador-do-espinafre (Pegomyia hyosciami) e a mosca-minadora, também conhecida por minador-de-folha e riscador-de-folha (Liriomyza spp.).
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MUTUCA
Também conhecida por botuca, a mutuca é uma mosca que pertence à família Tabanidae. São várias as espécies e vários os nomes comuns, são elas: Mutuca-de-cavalo ou sangradeira (Tabanus modestus), mutuca-de-veado, mutuca-de-natal (Chrysops variegatus), mutuca-do-oeste, mutuca-marijoana, mutuca-maringá, mutuca-carijó.
As mutucas são moscas de tamanho grande, cujas fêmeas alimentam-se de sangue, isto é, são hematófagas. Os machos alimentam-se de pólen e néctar das flores. As larvas desenvolvem-se na água e alimentam-se de outros insetos.
A picada da mutuca é muito dolorida. No campo este inseto incomoda o gado e cavalos, pousando geralmente na região da anca, dorso do animal, pescoço e patas, locais onde o animal dificilmente consegue "espantá-las".
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MORCEGOS
Introdução
Os morcegos possuem ampla distribuição mundial com cerca de 1000 espécies conhecidas sendo 70% destas insetívoras, ou seja, se alimentam de insetos. Na verdade os morcegos são muito eficientes no controle de insetos, podendo consumir até 600 mosquitos por hora ou 3000 em uma noite. A grande maioria dos morcegos é benéfica sendo apenas alguns de importância em Saúde Pública nas áreas urbana e rural. No Brasil ocorrem cerca de 140 espécies de morcegos.
Os morcegos, dentre os mamíferos, são os únicos com capacidade de vôo. Identificamos na asa aberta do morcego o braço, antebraço e a mão. O tamanho deste animal varia de 10,0 cm a 1,70 m de envergadura, conforme a espécie. A alimentação é bem diversificada englobando frutos, sementes, néctar, folhas, insetos, escorpiões, rãs e pererecas, pequenos mamíferos e sangue. Os morcegos que se alimentam de frutos e pólen exercem um papel importante na polinização e disseminação de sementes.
Muitas espécies possuem hábito noturno saindo de seus esconderijos ao entardecer e início da noite. Algumas espécies localizam o alimento pelo olfato, e até pela visão, que ao contrário do que muitos imaginam, é funcional. São extremamente ágeis em seus vôos devido ao sistema de ecolocalização também chamado de "sonar dos morcegos". Algumas espécies utilizam basicamente a visão para se localizarem.
Os morcegos insetívoros possuem ampla distribuição geográfica e atuam no controle de insetos pragas agrícolas e espécies de importância em Saúde Pública. Os morcegos frugívoros são aqueles que se alimentam de frutos (frugívoros) e néctar (nectarívoros) sendo encontrados nas regiões tropicais e subtropicais promovendo a polinização e disseminação das sementes de muitas espécies vegetais.
Os morcegos carnívoros englobam um pequeno número de espécies que se alimentam basicamente de rãs, camundongos, peixes e outros animais. Os morcegos hematófagos incluem somente três espécies que são encontradas apenas na América Latina, sugando animais de sangue quente como aves e mamíferos.
Os morcegos são muito conhecidos como os responsáveis pela transmissão da raiva, podendo também transmitir outras enfermidades como a brucelose, quando atacam um animal contaminado são infectados e se tornam transmissores da doença.
Biologia e Comportamento
O período de gestação da fêmea varia de 2 a 7 meses conforme a espécie. Os morcegos insetívoros possuem um período de 2 a 3 meses de gestação e os hematófagos têm o período mais longo podendo chegar a 7 meses. Os morcegos são mamíferos sendo os filhotes gerados no interior do útero materno. Ao nascer o filhote fixa-se em sua mãe que o carrega durante a busca por alimento, e à medida que crescem são deixados no abrigo e começam a ingerir a mesma alimentação que os pais.
A organização social dos morcegos em muitas espécies baseia-se na presença de um macho dominante em relação a um grupo de fêmeas. A monogâmia ocorre em poucas espécies. A longevidade destes animais pode chegar a 20 anos no caso dos morcegos hematófagos e 30 anos para os morcegos insetívoros.
Os morcegos procuram abrigos que possuam condições que atendam suas necessidades de temperatura, umidade, luminosidade e acasalamento. Utilizam cavernas, frestas em rochas, forros e sótãos, porões, edificações, folhagens e copa de árvores e palmeiras para serem ocupados como abrigos.
As áreas urbanas fornecem abrigo em suas construções para muitas espécies de morcegos insetívoros e fitófagos. A arborização urbana fornece abrigo nas copas e ocos das árvores, além de alimento através de flores e frutos. A iluminação da cidade atrai um grande número de insetos que são o alimento das espécies insetívoras.
Muitas espécies de árvores fornecem alimento para os morcegos fitófagos como, por exemplo, o abacateiro, amoreira, bananeira, café, cinamomo, espatodea, ficus, goiabeira, mangueira, oitizeiro, gerivá, sapucaia e outras.
Os morcegos hematófagos voam de seus abrigos em buscas de presas para se alimentarem. O vôo pode ser realizado a uma altura de 0,5 m a 10 m de altura, conforme a espécie e a presa a ser localizada. Os bovinos, eqüinos, suínos, aves silvestres, cães e o próprio homem são fontes de alimento para estes animais voadores. Os morcegos realizam a mordedura e em sua saliva existe uma substância anticoagulante para evitar a coagulação do sangue e facilitar a sua assimilação por mais tempo. Podem ingerir de 30 a 40 g de sangue numa noite, podendo ainda reabrir os ferimentos realizado nas noites anteriores no animal, facilitando a sua alimentação.
Dentre as principais espécies não hematófagas que ocorrem em áreas urbanas podemos citar:
Artibeus jamaicensis - Artibeus lituratus - Carollia perspicillata - Eptesicus brasiliensis - Eumops auripendulus
Glossophaga soricina - Lasiurus ega - Molossus molossus - Noctilio albiventris - Nyctinomops spp
Peropteryx macrotis - Phyllostomus discolor - Phyllostomus hastatus - Platyrrhinus lineatus
As espécies hematófagas são:
Desmodus rotundus - Diaemus youngi - Diphylla ecaudata
Métodos de Controle
Os morcegos exercem um papel importante na natureza e por esta razão devemos sempre identificar a espécie de morcego presente na área para que medidas ecologicamente corretas sejam adotadas quando necessário, baseado no conhecimento do comportamento e biologia de cada espécie.
A ocorrência destes animais deve ser notificada aos órgãos competentes para que estes adotem as medidas cabíveis.
Os métodos de controle englobam medidas de restrição aos morcegos e a utilização de substâncias químicas anticoagulantes as quais são de uso exclusivo de Órgãos Oficiais.
Os métodos restritivos incluem a utilização de barreiras que protejam os animais dos morcegos. A barreira de luz pode ser eficiente, podendo ser utilizada em pequenas áreas, tendo como desvantagem o alto custo e a restrição a um pequeno número de animais.
A barreira física com telas impede o acesso dos morcegos aos animais, porém com um custo elevado conforme o material e área a ser protegida.
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MOSCAS
Introdução
As moscas pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas membranosas correspondentes às asas anteriores, daí o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). O par posterior transformou-se em duas estruturas, de tamanho reduzido, chamadas de halteres ou balancins, os quais dão equilíbrio ao inseto durante o vôo. Os dípteros pertencem a um dos quatro maiores grupos de organismos vivos existindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem somente nas regiões ártica e antártica. Os dípteros apresentam metamorfose completa, isto é, apresentam as fases de ovo, larva, pupa e adulto.
Conhecem-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se que existam mais 1 milhão de espécies viventes. Estas espécies estão divididas em 188 famílias e aproximadamente 10.000 gêneros, sendo que por volta de 3.125 espécies são conhecidos apenas por registros fósseis. O mais antigo destes data de 225 milhões de anos atrás.
Podemos reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente distinta e móvel, com dois grandes olhos facetados, isto é, como se fosse dividido em várias partes (facetas). Algumas moscas possuem o aparelho bucal com capacidade para absorver líquidos enquanto que em outras o aparelho bucal é do tipo picador.
Drosophila melanogaster
Do ponto de vista benéfico alguns dípteros são importantes para o homem, tais como as espécies de Drosophila que são utilizadas como animais experimentais principalmente para estudos genéticos. Algumas espécies são utilizadas como agentes de controle biológico de plantas daninhas bem como de insetos pragas.
Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue, como por exemplo, as mutucas, mosca-dos-estábulos, mosca-do-chifre, etc. Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas, são muito importantes na saúde pública, como a mosca doméstica e a mosca varejeira. As primeiras atuam como transportadores mecânicos de agentes patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickétsias e ovos de helmintos), as últimas causam as míiases, também conhecidas por bicheiras ou bernes.
Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas. No ambiente urbano algumas espécies adaptaram-se bem às condições criadas pelo homem, mantendo uma dependência chamada de sinantropia. Algumas espécies são altamente sinantrópicas, isto é, possuem grande adaptação ao ambiente urbanizado, enquanto outras são pouco sinantrópicas, ou seja, não apresentam tolerância ao processo de urbanização. Dentre as altamente sinantrópicas estão a mosca doméstica (Musca domestica), as moscas-dos-filtros (Telmatoscopus albipunctatus, Psychoda alternata, Psychoda cinerea, Psychoda satchelli), as mosquinhas (Drosophila spp.) e as moscas Chrysomya.
As mosquinhas ou mosca da banana (Drosophila spp.), no ambiente urbano, são atraídas por frutas maduras ou lixo presentes no interior de residências, feiras e mercados. As moscas Chrysomya foram recentemente introduzidas no Brasil. São facilmente observadas em feiras livres sobre peixes, frangos, etc. Podem transmitir parasitas intestinais, poliomielite e doenças entéricas.
Biologia e Comportamento
Acompanhe a biologia e o comportamento de cada uma das espécies mais importantes de moscas, nos textos referentes às mesmas.
A seguir estão listadas as principais moscas que causam algum tipo de incômodo ao homem:
Mosca Doméstica
CLASSIFICAÇÃO
Reino: Animal Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Diptera: Família: Muscidae
Subfamília: Muscinae Gênero: Musca Espécie: Musca domestica
A mosca doméstica (Musca domestica) é uma espécie não picadora, provida de tromba mole. Os ovos são brancos e ovóides, com uma das extremidades mais larga, medindo cerca de 1mm de comprimento. Cada fêmea coloca por volta de 120 a 150 ovos de cada vez, sendo depositados em substâncias orgânicas, como lixo, esterco ou qualquer outro tipo de matéria orgânica em decomposição. Os ovos demoram geralmente de 8 a 24 horas para a eclosão das larvas, dependendo da temperatura.
As larvas recém eclodidas são brancas e muito ativas e passam por 3 estágios de desenvolvimento, também denominados estádios ou instares. É na fase larval que a mosca cresce, assim, o tamanho da mosca adulta depende do tamanho máximo que a larva alcançar. Podem pupar na própria matéria orgânica em decomposição ou abandonam o lugar aonde vinham se alimentando e procuram um local mais seco, como a terra fofa ou arenosa, onde penetram. O pupário, no qual encontra-se a pupa, é endurecido, escuro e tem forma de um pequeno barril. No verão a fase de pupa dura de 3 a 6 dias, mas nos dias mais frios este período pode ser prolongado, chegando a várias semanas. Assim que a mosca completa sua transformação para o estágio adulto, que ocorre dentro da pupa, a mosca abre uma das extremidades do pupário com a cabeça, estende suas asas e sai.
As fêmeas copulam logo após a emergência ou 24 horas depois. Iniciam a postura dos ovos após 2 ou 3 dias, sendo que este período pode se prolongar até o vigésimo dia após a emergência. Uma fêmea pode fazer até 6 posturas, depositando a média de 400 a 900 ovos durante toda a sua vida.
A mosca doméstica encontra-se nas áreas urbanas e é atraída para os diferentes locais através do cheiro, que é disperso pelo vento.
Vários estudos demonstraram que a mosca doméstica pode levar os bacilos da febre tifóide (Salmonella typhosa) nas pernas, corpo, tromba ou expulsá-la pela regurgitação ou nas fezes. Pode transmitir ainda diarréia, conjuntivites, lepra, tuberculose, tifo, gonorréia, erisipelas, cólera, meningite cérebro-espinal, peste bubônica, entre outras.
Muitas doenças causadas por vírus também podem ser transmitidas pela mosca doméstica, tais como, varíola, poliomielite, oftalmia purulenta, etc. Veiculam ainda protozoários, podendo causar a disenteria amebiana, além de vermes, pois trazem seus ovos quando pousam em fezes humanas ou esterco de animais e logo a seguir entram em contato com o alimento humano.
Mosca Varejeira
São várias as espécies de moscas chamadas de varejeiras. São as da família Calliphoridae, dos gêneros Chrysomya e Dermatobia.
As espécies de Chrysomya foram observadas pela primeira vez no Brasil em 1975. Desde então se encontra distribuída em todo o país. São encontradas nos lixões, abatedouros, pocilgas e nas feiras livres, onde existe carne de peixe e frango expostas.
Alimentar-se de um produto onde pousaram estas moscas pode ocasionar doenças e parasitas intestinais, bem como poliomielite.
A mosca do berne (Dermatobia hominis) em muitas regiões do Brasil é chamada de mosca varejeira. Esta espécie causa no homem e animais as míiases, conhecidas como bicheiras. O adulto possui abdome azul metálico, tórax azul escuro e cabeça amarelada. Sua ocorrência é mais comum nas zonas rurais, próximo a florestas.
Os ovos podem ser depositados sobre outros dípteros e sobre animais ou o homem. A larva penetra na pele quando esta possui alguma ferida, sendo incapaz de penetrar na pele sã. A larva se alimenta das exsudações da ferida (pus e outras secreções). Uma vez madura a larva abandona o hospedeiro e cai no solo penetrando dentro da terra.
São vários os métodos para retirar a larva de dentro da pele do hospedeiro. Muitos utilizam toucinho, fumo de rolo, éter, clorofórmio. Estes métodos matam a larva que deve ser retirada espremendo-se o local afetado com os dedos.
Moscas-dos-Filtros ou Mosca de Banheiro
As moscas dos filtros são aquelas comumente encontradas no banheiro das residências. Pertencem à família Psychodidae sendo que, no Brasil, ocorrem quatro espécies Psychoda alternata, Psychoda cinerea, Psychoda satchelli e Telmatoscopus albipunctatus. Seus ovos são depositados nas paredes dos ralos, próximo à superfície da água.
Mosca Branca
Apesar de terem o nome de mosca branca, esses insetos não são moscas. São insetos sugadores da Ordem Homoptera, família Aleyrodidae.
Os adultos assemelham-se bastante a pequenas mariposas brancas, medindo de 2 a 3 mm de comprimento e com as asas cobertas com pós de cera de cor esbranquiçada, secretados pelo próprio inseto. São encontradas em várias plantas, normalmente na face inferior das folhas, formando agregados, isto é, uma grande quantidade de indivíduos em um só local.
Os jovens são sedentários, isto é, não se locomovem a grandes distâncias e assemelham-se muito a jovens de cochonilhas (ver cochonilha). Os adultos voam quando mexemos na planta, pousando logo a seguir. Muitas espécies são pragas importantes de diversas culturas e de plantas cultivadas em casas de vegetação (estufas).
As moscas brancas sugam a seiva das plantas causando o amarelecimento das folhas e sua queda prematura. Esses insetos liberam uma substância açucarada conhecida por "honeydew" que atrai formigas. No local onde cai o "honeydew" desenvolve um fungo preto chamado fumagina que piora o estado do planta.
Existem vários inimigos naturais das moscas brancas, principalmente himenópteras parasitóides, isto é, pequenas vespas que depositam seus ovos dentro dos jovens das moscas brancas, matando-os.
O controle em plantas ornamentais pode ser feito utilizando-se uma solução de água com sabão. Passa-se sobre as folhas atacadas, com um algodão, essa solução, sempre pela manhã bem cedo ou de preferência ao entardecer. Também existem vários produtos químicos no mercado para o controle das moscas brancas.
Moscas - Métodos de Controle
Os métodos de controle de moscas consistem na adoção de medidas sanitárias visando a destruição dos criadouros ou das larvas, associadas ao controle dos adultos por vários processos mecânicos e químicos.
Os processos mecânicos de controle de adultos consistem na disposição de armadilhas que podem ou não conter inseticidas. As armadilhas luminosas são bastante utilizadas, principalmente em restaurantes e açougues. Elas são munidas de luz ultravioleta com um bom refletor que aumenta a emissão dos raios atraindo moscas em uma área maior. As armadilhas devem ser limpas periodicamente.
Algumas armadilhas têm cola, onde as moscas ficam grudadas, algumas possuem grades onde os insetos morrem eletrocutados. O bastão pega-mosca é um outro tipo de armadilha que consiste em um tubo longo com cerca de 50 a 60 cm de comprimento que deve ser dependurado em local alto.
As moscas pousam no bastão que possui uma camada de cola de onde não conseguem mais sair.
É comum observarmos em barracas de feiras livres que vendem carnes e locais onde se faz churrasco ao ar livre, saquinhos plásticos transparentes, com água dependurados. Acredita-se que os raios solares que incidem no saquinho podem desorientar as moscas fazendo com que abandonem o local. Portanto os saquinhos não funcionam se colocados à sombra.
No caso de manipulação de carne para churrasco esta deve ser realizada ao ar livre e os saquinhos devem ser dependurados em varais, sobre a mesa, para que os raios solares incidam sobre estes.A palmatória é um instrumento conhecido de longa data pelos brasileiros.
Consiste de um cabo longo de madeira, ou outro material resistente, com um plástico perfurado alargado em uma de suas extremidades. Deve-se utilizar a parte alargada acertando a mosca com força quando pousada.
Garrafas pega-moscas também podem ser utilizadas. Estas podem conter ou não inseticidas. Consistem de garrafas de plástico transparente com aberturas circulares próximas da parte superior. Estas aberturas devem ser largas o bastante para que as moscas entrem na garrafas, mas não consigam sair. No fundo da garrafa pode-se adicionar iscas granuladas. Algumas garrafas são adquiridas em casas especializadas e contém feromônio sexual(muscalure).
Os métodos químicos consistem em aerossóis, iscas tóxicas, pulverizações residuais, e pulverizações espaciais.Os aerossóis são facilmente encontrados em supermercados e são para pronto uso.
Algumas precauções devem ser tomadas como: cuidado na direção do spray para que o jato de inseticida não caia no olho do aplicador, e não aplicar diretamente sobre chamas de fogão ou tomadas elétricas, pois podem ocasionar explosão ou incêndio.
As iscas tóxicas podem ser usadas no ambiente domiciliar. Existem no mercado iscas granuladas que devem ser dispostas nos locais onde ocorrem as moscas que são atraídas, alimentam-se e morrem por ingestão.As pulverizações residuais e espaciais devem ser realizadas por pessoal profissional, desta forma, uma empresa de desinsetização deve ser contratada.
As medidas culturais, tais como, colocação de telas em portas e janelas, manutenção do lixo em sacos plásticos ou latas de lixo bem fechadas, e manter os alimentos tampados são eficientes e indispensáveis.
Moscas - Métodos de Prevenção
Basicamente previne-se uma infestação de moscas adotando-se medidas culturais, tais como, colocação de telas em portas e janelas, manutenção do lixo em sacos plásticos ou latas de lixo bem fechadas, e manter os alimentos tampados são eficientes e indispensáveis.
MÔSCA TSÉ-TSÉ
Conferência discute doenças negligenciadas |
O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss, e o diretor do Centro de Pesquisas para Doenças Tropicais da Organização Mundial da Saúde, Carlos Morel, estão entre os palestrantes de um evento sobre doenças negligenciadas, que ocorrerá no dia 2 de dezembro, às 16h30 no Théâtre de la Maison de France, no Rio de Janeiro, e será aberto à imprensa. A apresentação faz parte da conferência Superando o desequilíbrio fatal - soluções para a crise de pesquisa e desenvolvimento para doenças negligenciadas, promovida pela organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteira e pelo Grupo de Trabalho de Medicamentos para Doenças Negligenciadas. O evento será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro, no Hotel Flórida. mosca tsetse (Glossina morsitans), transmissora da tripanossomíase Pesquisadores especializados no assunto e representantes da indústria farmacêutica darão destaque especial às discussões a respeito da leishmaniose, da doença de Chagas e da doença do sono, que são as mais negligenciadas dos países em desenvolvimento. Outro objetivo da conferência será promover o início da criação de uma rede nacional capaz de se articular em rede internacional para contribuir com projetos integrados de pesquisa e desenvolvimento até chegar a novos medicamentos. O desequilíbrio entre as necessidades e a disponibilidade de remédios é fatal nos países em desenvolvimento, que representam cerca de 80% da população mundial e respondem por apenas 20% das vendas mundiais de remédio. Os conferencistas esperam estabelecer um plano de ação capaz de reverter esse quadro. Serão apresentadas algumas recomendações para diminuir as falhas de mercado e a falta de políticas públicas, resultado de um estudo que procurou analisar as questões que impedem a indústria farmacêutica atual de conduzir pesquisa e desenvolvimento para doenças negligenciadas. Há anos a Fiocruz desenvolve pesquisas e medicamentos voltados para essas doenças. A Fundação é fundadora de uma organização internacional, sem fins lucrativos, que coordenará redes de pesquisa e desenvolvimento na produção de novos medicamentos para doenças negligenciadas. Além da Fiocruz, fazem parte da DND-I (a sigla em inglês para Iniciativa de Drogas para Doenças Negligenciadas) o Médicos Sem Fronteiras, o Instituto Pasteur, o Conselho Indiano para Pesquisas Médicas e o Ministério da Saúde da Malásia. Novembro/2002 Fonte: FIOCRUZ |
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MOSQUITOS
Introdução
Aedes Albopictus
Os mosquitos, também conhecidos por pernilongos, muriçocas, sovela, mosquito-prego ou carapanãs pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). São de grande importância na saúde pública, pois podem transmitir várias doenças, como a febre amarela, dengue, malária, alguns tipos de encefalite, filariose, etc. Os mosquitos são também grandes causadores de incômodo, sendo que muitas áreas de recreação deixam de ser utilizadas devido à presença destes insetos em determinadas épocas do ano. Dentre as espécies importantes de mosquitos estão as do gênero
Anopheles e Aedes.
Mosquitos - Biologia e Comportamento
CLASSIFICAÇÃO
Classe: Insecta Ordem: Díptera Família: Culicidae
Os verdadeiros mosquitos pertencem à família Culicidae. Sempre tem a tromba longa, maior do que a cabeça, e em geral pungitiva, capaz de perfurar a pele dos vertebrados para sugar o sangue. Três subfamílias (Toxorhynchitinae, Culicinae e Anophelinae) estão incluídas na família dos culicídeos. Nas duas últimas subfamílias estão incluídos os mosquitos que transmitem patógenos, isto é, responsáveis pela inoculação de vírus, helmintos e protozoários que causam doenças ao homem.
Para identificar um culicíneo de um anofelino deve-se observar a maneira como os adultos pousam no substrato. Os anofelinos pousam com o corpo e a probóscide (aparelho bucal) quase em ângulo reto com a superfície do substrato, enquanto os culicíneos pousam com o corpo quase paralelamente a este.
Dentre os anofelinos estão os mosquitos do gênero Anopheles, transmissores da malária, e nos culicíneos estão os do gênero Aedes transmissores do dengue e febre amarela e os do gênero Culex, responsáveis por doenças febris encefalites e, filariose.
Os adultos dos mosquitos têm os hábitos mais variáveis. Alimentam-se, em geral, de sangue, sendo a maioria hematófaga. Este hematofagismo obrigatório diz respeito apenas às fêmeas, visto que os machos se alimentam de suco de frutas e néctar das flores. A necessidade de sugar sangue é que resulta na transmissão de diversas moléstias.
Os mosquitos podem ser divididos em domésticos, semidomésticos e silvestres. Entre os domésticos, encontram-se os do gênero Aedes e Anopheles, que vivem nas residências urbanas, e suas larvas crescem nas águas paradas como vasos de flores, pneus velhos e calhas dos telhados. Os semidomésticos entram nas habitações para alimentar-se de sangue. Abrigam-se em ocos de pau, sob folhas, nas frestas das paredes, etc. Eles só atacam o homem quando este invade as matas. Algumas espécies do gênero Anopheles transmitem a febre amarela silvestre.
Os ovos são depositados na água e apresentam aspecto alongado, porém, na ausência desta, podem entrar em diapausa e sobreviver por períodos consideráveis. As larvas eclodem 30 a 40 horas após a postura dos ovos, em condições adequadas.
As larvas dos mosquitos são sempre encontradas na água e não possuem pernas nem asas. Em todas as espécies de mosquitos as larvas passam por 4 estágios (instares). Apesar de serem aquáticas, as larvas respiram sempre o oxigênio do ar, necessitando chegar à superfície da água. Algumas larvas apresentam uma estrutura denominada sifão respiratório, enquanto outras não (fig. 1). As que apresentam sifão situam-se quase que perpendiculares à superfície da água (fig. 2), enquanto aquelas desprovidas deste órgão dispõe-se horizontalmente à superfície. Esta característica permite uma rápida identificação do mosquito. As larvas dos anofelíneos não apresentam sifão respiratório enquanto as larvas dos culicíneos apresentam.
O aparelho bucal das larvas é do tipo mastigador-raspador e alimentam-se de microplâncton, que é constituído de bactérias, algas, rotíferos, esporos de fungos, entre outros materiais orgânicos.
As pupas, fase intermediária entre as larvas e o adulto, têm aspecto de vírgula. Nesta fase o mosquito não se alimenta e fica a maior parte do tempo parado em contato com a superfície da água. Quando a água é perturbada as pupas se mexem.
Mosquitos - Curiosidades
Mosquitos – Doenças que transmitem
Leishmaniose tegumentar americana
Transmitida pelo inseto vetor do gênero Lutzomyia, cuja fêmea pica um mamífero parasitado (animal) e ingere, juntamente com o sangue, os protozoários da leishmaniose (Leishmania braziliensis braziliensis). Esta transmite ao homem a doença inoculando as formas do parasita. O paciente infectado pode apresentar a forma benigna ou maligna da doença. Na forma benigna aparece uma lesão no local da picada com os bordos salientes. Na forma maligna ocorre a lesão primária e a lesão secundária. Nestes casos pode haver um comprometimento maior de grandes áreas de pele formando nódulos, pápulas ou crostas que podem vir a deformar o paciente.
MALÁRIA
A malária é um dos problemas mais sérios e complexos de saúde enfrentados pela humanidade no século 20. Aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo foram infectadas pela doença e aproximadamente 1 a 1,5 milhões de pessoas morrem a cada ano. A doença restringe-se atualmente a alguns países da África, Ásia e América Latina. O problema é agravado pela falta de estrutura na saúde e pelas condições socioeconômicas menos favorecidas. A situação piorou nos últimos anos, pois houve aumento na resistência dos parasitas às drogas normalmente utilizadas para seu controle.
A Malária é causada por um protozoário do gênero Plasmodium. Quatro espécies de Plasmodium podem ocasionar a doença em suas várias formas: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale e Plasmodium malaria. P. falciparum é a forma mais disseminada e perigosa das quatro. Quando não tratada pode levar a uma forma fatal de malária cerebral.
Os parasitas são transmitidos de uma pessoa para outra pela fêmea de três espécies do mosquito do gênero Anopheles. As fêmeas possuem hábito crepuscular e noturno, e depositam seus ovos em ambientes naturais onde empoçam água.
ONCOCERCOSE
A oncocercose é uma doença parasitária crônica causada por um verme (nematodo) chamado Onchocerca volvulus, transmitido por várias espécies do gênero Simulium (borrachudos). As principais manifestações são a presença de nódulos subcutâneos, lesões dermatológicas e secreções oculares que podem levar a cegueira. No Brasil a doença está restrita na área dos Yanomamis, que habitam os Estados de Roraima e Amazonas, onde vivem mais de dez mil índios.
Aedes spp
As espécies de Aedes mais importantes são listadas a seguir:
Aedes aegypti
Esta espécie é nativa da África e foi descrita originalmente no Egito. É uma das espécies responsáveis pela transmissão do dengue e febre amarela febre amarela (arboviroses). O Aedes aegypti tem a cor escura e manchas brancas pelo corpo. Utiliza recipientes artificiais com água parada para depositar seus ovos que são fixados acima do nível da água. Estes resistem a longos períodos de dessecação, o que permite que seja transportado facilmente de um local para o outro. Os locais onde normalmente são encontradas suas larvas são: pneus, pratos de vasos, latas, garrafas, caixa d’água e cisternas mal fechadas, latas, vidros, vasos de cemitério, piscinas, lagos e aquários abandonados, entre outros.
As fêmeas picam preferencialmente ao amanhecer e próximo ao crepúsculo, mas podem picar em qualquer hora do dia. Elas podem picar qualquer animal, mas o homem é o mais atacado. Esta espécie abandona o hospedeiro ao menor movimento, passando, desta forma, por vários hospedeiros disseminando-se assim a doença.
Aedes albopictus
Esta espécie foi descrita na Índia tendo sido introduzida no nosso país através do comércio. Foi descoberta no Brasil em 1986 nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Atualmente encontra-se distribuída em vários outros Estados. Diferentemente do A. aegypti, esta espécie não está tão relacionada com a atividade humana, distribuindo-se com facilidade no meio rural. A postura é realizada em criadouros naturais, tais como ocos de árvore cheios d’água, internódios de bambu, cascas de fruta, etc. Os ovos são depositados em poucas quantidades, mas em diversos locais, o que facilita uma rápida dispersão. Também possui hábito diurno, assim como o A. aegypti.
A. albopictus é vetor do dengue na Ásia, mas no Brasil ainda não existem provas de que possa estar veiculando a doença, já que não foram descobertos adultos nem larvas desta espécie em zonas de epidemia da doença.
Mosquito Pólvora
O mosquito pólvora é encontrado no interior, em matas úmidas e brejos. Possui este nome devido ao tamanho pequeno e cor que lembra um grão de pólvora. As espécies do litoral são conhecidas por maruim ou mosquitinhos do mangue.
Estes mosquitos pertencem à Ordem Diptera, família Ceratopogonidae. Suas larvas vivem na água doce ou salgada, conforme a espécie. As espécies do litoral ocorrem em grande número de indivíduos, incomodando muito os habitantes da região. As fêmeas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue. A picada é dolorosa e ficam algum tempo no local sugando sangue. No Brasil não há registros de transmissão de doenças ocasionadas pelas picadas desses insetos.
Flebótomo ou mosquito palha
Vulgarmente conhecidos por mosquito-palha ou birigui são mosquitos hematófagos, isto é, que se alimentam de sangue. Os flebótomos são vetores de várias doenças e ocorrem em várias regiões do mundo. No Brasil transmitem a leishmaniose tegumentar americana.
Mutuca
Também conhecida por botuca, a mutuca é uma mosca que pertence à família Tabanidae. São várias as espécies e vários os nomes comuns, são elas: Mutuca-de-cavalo ou sangradeira (Tabanus modestus), mutuca-de-veado, mutuca-de-natal (Chrysops variegatus), mutuca-do-oeste, mutuca-marijoana, mutuca-maringá, mutuca-carijó.
As mutucas são moscas de tamanho grande, cujas fêmeas alimentam-se de sangue, isto é, são hematófagas. Os machos alimentam-se de pólen e néctar das flores. As larvas desenvolvem-se na água e alimentam-se de outros insetos.
A picada da mutuca é muito dolorida. No campo este inseto incomoda o gado e cavalos, pousando geralmente na região da anca, dorso do animal, pescoço e patas, locais onde o animal dificilmente consegue "espantá-las".
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BORRACHUDOS
Os borrachudos ou pium são dípteros pertencentes à família Simuliidae. Em muitos lugares eles impressionam pela grande quantidade e pela picada, que pode causar alergia. São pequenos, semelhantes a pequenas moscas, ocorrendo no Brasil cerca de 40 a 50 espécies.
As fêmeas depositam seus ovos, preferencialmente, em pequenos córregos, com bastante queda, e procuram lugares onde estes formam cachoeiras, nas quais encontram-se plantas herbáceas, folhas secas, raízes e galhos. Os ovos são depositados bem acima do nível da água, de modo que, na primeira enchente, fiquem submersos, permitindo a larva cair na água.
Uma vez eclodidas, as larvas fixam-se às plantas por meio de uma ventosa. Estas fabricam fios de seda, o que permite que atinjam qualquer lugar, mesmo quando na presença de forte correnteza.
O repasto (picada) parece acontecer somente depois da cópula, sendo somente a fêmea hematófaga. O momento da picada geralmente passa despercebido, pois a picada não é muito dolorosa, porém fica sempre marcada por um ponto vermelho característico, diferente da picada de pernilongos. Rapidamente, após a picada, segue-se uma forte irritação com coceira, dor e inchaço. A reação pode variar de indivíduo para indivíduo, dependendo do grau de alergia. O borrachudo transmite a oncocercose.
Produtos de Uso Profissional indicado para o controle de Mosquitos:
-CIPERTRINE PCO - CYPERCHEM 250 BR - DEDEVAP CE 50
-DIAZINON 40 PCO - DURSBAN 4 E BR - K-OTHRINE CE 25
-RESPONSAR SC 1,25 SP - SOLFAC CE 5 - STARYCIDE SC 480
TUDO SOBRE DENGUE - (Causada pelo mosquito Aedes aegypti)
1) O que é dengue?
A dengue é uma doença febril aguda. A pessoa pode adoecer quando o vírus da dengue penetra no organismo, pela picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti.
2) Quanto tempo depois de ser picado aparece a doença?
Se o mosquito estiver infectado, o período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.
3) Quais são os sintomas da dengue?
Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas.
4) O que devo fazer se aparecer alguns desses sintomas?
Buscar o serviço de saúde mais próximo.
5) Como é feito o tratamento da dengue?
Não há tratamento específico para o paciente com dengue clássico. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.
Já os pacientes com Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente piora. Em casos menos graves, quando os vômitos ameaçarem causar desidratação, a reidratação pode ser feita em nível ambulatorial. A FUNASA alerta que alguns dos sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico.
6) A pessoa que pegar dengue pode morrer?
A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.
7) Quais os cuidados para não se pegar dengue?
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.
8) Depois de termos dengue, podemos pegar novamente?
Sim, podemos, mas nunca do mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelas outras três formas conhecidas do vírus da dengue.
9) Posso pegar dengue de uma pessoa doente?
Em hipótese alguma. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.
10) Quantos tipos de vírus da dengue existem?
São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4, sendo que no Brasil não existe circulação do tipo 4.
11) Existe vacina contra a dengue?
Ainda não, mas a comunidade científica internacional e brasileira está trabalhando firme neste propósito. Estimativas indicam que deveremos ter um imunizante contra a dengue em cinco anos. A vacina contra a dengue é mais complexa que as demais. A dengue, com quatro vírus identificados até o momento, é um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma combinação de todos os vírus para que se obtenha um imunizante realmente eficaz contra a doença.
12) Por que essa doença ocorre no Brasil?
É um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes registram a presença do mosquito e casos da doença.
Fonte - Site da FUNASA
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PAQUINHAS
As paquinhas pertencem à Ordem Orthoptera, Família Grillotalpidae. São também conhecidas por grilo toupeira. Suas antenas são longas e as pernas anteriores são mais curtas e modificadas para cavar o solo.
As paquinhas causam danos a gramados, porém infestações destes insetos não são freqüentes no Brasil. Elas cavam túneis no solo próximo à superfície. Este hábito faz com que as raízes da grama fiquem expostas levando a desidratação e morte da planta. Percebe-se o ataque por paquinhas, pois a área atacada apresenta orifícios no solo e morte da grama, geralmente em áreas concentradas.
As fêmeas depositam seus ovos em câmaras escavadas no solo logo abaixo da superfície. Cada fêmea escava três a quatro câmaras, depositando uma média de 35 ovos por câmara.
Os jovens saem da câmara de ovos e cavam um buraco na superfície do solo e iniciam a alimentação. Comem matéria orgânica e outros organismos menores incluindo insetos. As paquinhas alimentam-se no período noturno e podem ser observadas sobre o gramado após uma chuva ou irrigação. Durante o dia estes insetos escondem-se nos buracos no solo.
CONTROLE
Encharcar o gramado com uma solução de água e detergente de lavar louças é uma solução eficiente para o controle de paquinhas. Entretanto, este método só deve ser utilizado ao entardecer, quando o sol está bem fraco, pois o sabão queima as plantas. Caso, ao inundar o solo com a solução de sabão saia uma quantidade grande de paquinhas, faz-se necessário o controle químico.
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PULGÕES
Os pulgões pertencem à ordem Homoptera, família Aphididae. São de grande importância econômica, pois podem ocasionar sérios prejuízos às plantas cultivadas. São muito comuns nas plantas ornamentais, principalmente nas roseiras.
Os pulgões apresentam corpo mole, piriforme, isto é, em forma de pêra sendo encontrados em grande quantidade sobre os ramos e botões florais. Sugam a seiva das plantas eliminando uma substância adocicada denominada "honeydew". Esta substância corresponde ao excesso de seiva sugada pelo inseto, que uma vez em contato com a planta possibilita o crescimento de um fungo negro denominado fumagina. Este fungo impede que a planta exerça suas funções podendo levá-la a morte. As formigas também são atraídas pelo "honeydew".
Os pulgões provocam o enrolamento ou murchamento da planta, além de serem vetores de microrganismos que causam doenças às plantas. Alguns pulgões podem apresentar asas que, em repouso, são mantidas verticalmente sobre o corpo. Na parte posterior do abdome dos pulgões existe um par de cornículos, estruturas tubulares que funcionam como tubos secretores de cera.
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PERCEVEJO DE CAMA
Para quem pensa que dorme sozinho ou no máximo com o(a) companheiro(a), está muito enganado. Milhares de outros organismos como ácaros da poeira e até mesmo percevejos de cama podem passar a noite e se refestelar do nosso sangue ou caspas que caem por todos os lados.
Vamos falar aqui de um grupo de insetos que pode tirar nosso sono. Falaremos dos percevejos de cama. Isso mesmo. Aqueles que nossas avós contavam que habitava os colchões de alguns lares e hotéis.
O percevejo de cama, gênero Cimex, é um inseto hematófago (que se alimenta de sangue) e de hábito noturno. E apesar deste hábito alimentar, não existe registro de qualquer doença transmitida por esse inseto.
Aparentemente extinto dos lares dos cidadãos comuns, ultimamente as empresas controladoras de pragas têm atendido a chamados devido a presença do percevejo de cama.
O nosso colchão serve de habitat adequado para este intruso. Ali ele encontra abrigo, nas frestas do estrado e da cama, bem como entre as costuras do tecido do colchão. Mas não é somente aí que ele se abriga. Outras frestas, móveis, papéis de parede e tecidos para decoração também podem servir de esconderijo.
Durante o dia os insetos ficam escondidos, mas durante a noite saem a procura de um hospedeiro que servirá de refeição.
Sua presença é notada quando surgem picadas de insetos pelo corpo, principalmente na região de pescoço. Gotas de sangue de cor marrom avermelhada nos lençóis também devem ser observadas.
Deve ser realizada então uma investigação nos potenciais esconderijos destes insetos, além de tentar avaliar de onde pode ter surgido a infestação, já que os percevejos de cama podem ser transportados nas roupas de cama, malas e até mesmo nas mobílias trazidas de outros locais.
Uma boa limpeza, com aspiração do local em todas as frestas e orifícios e a verificação dos potenciais esconderijos são excelentes medidas para minimizar o problema. No entanto, uma empresa controladora de pragas idônea deve ser contactada para realizar o controle químico, que na maioria das vezes é necessário.
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PIOLHOS
Os piolhos são insetos sem asas, de coloração escura, tamanho pequeno e que se alimentam exclusivamente de sangue humano. Pertencem a Ordem Anoplura e também são chamados de piolhos sugadores. Seus ovos são endurecidos e de coloração branco perolada e são vulgarmente conhecidos por lêndias. Estas são depositadas no fio de cabelo, próximo ao couro cabeludo. Os locais preferidos para postura são no cabelo da região da nuca e próximo às orelhas, porém, as lêndias podem ser encontradas aderidas aos fios de cabelo de toda a cabeça. Após cinco a quatorze dias da postura dos ovos nascem as ninfas, que são muito semelhantes aos piolhos adultos. Estas crescem e trocam de pele três vezes, isto é, sofrem três mudas antes de atingirem o estágio adulto. Quando adultas, as fêmeas depositam de 50 a 100 ovos antes de morrer. O ciclo de vida completo de um piolho dura aproximadamente um mês.
As ninfas e adultos do piolho alimentam-se diversas vezes ao dia, isto é, sugam o sangue da pessoa infestada. Ao sugarem, injetam saliva dentro da ferida para prevenir a coagulação do sangue, por isso ocasionam a coceira. Porém, esta só se inicia após algumas semanas da picada, indicando que, quando ela ocorre, a pessoa já está com piolhos há pelo menos um mês. Os piolhos não transmitem doenças, são simplesmente um incômodo para a pessoa infestada.
É muito comum crianças serem infestadas por piolhos. A infestação ocorre através de contato direto com objetos infestados com piolhos, tais como chapéus, escovas de cabelo, pentes, travesseiros, encostos de cadeiras, assentos de carros ou contato com pessoas com piolho.
O controle convencional se faz pelo uso de shampoos, ou loções próprias para o tratamento de piolhos, que matam tanto as lêndias quanto os piolhos. Leia com muita atenção as instruções de uso ou consulte um médico antes da utilização de qualquer produto. Mulheres grávidas não devem utilizar produtos para o controle de piolhos, entretanto, o uso do pente fino para retirar os adultos e a catação de lêndias é ainda é a forma mais eficaz de se controlar esses insetos. Durante e após o tratamento, toda a roupa de cama e toalhas de banho da pessoa infestada devem ser lavados com água bem quente.
Ao notar infestação por piolhos em uma criança, esta deve evitar ir à escola até que o problema esteja resolvido. Crianças devem ser periodicamente vistoriadas para observar a presença de piolhos.
CURIOSIDADES
Cabelos limpos não: Piolhos não gostam de cabelos oleosos, desta forma, quanto mais se lava o cabelo, mais adequado este fica para os piolhos.
Cabelos lisos sim, crespos não: Os piolhos fixam-se melhor nos cabelos lisos. Desta forma, pessoas com cabelo crespo têm menor probabilidade de pegar piolhos. Na África, porém, as espécies de piolhos que lá ocorrem estão adaptadas a fixarem-se nos cabelos crespos.
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PIOLHO-DE-LIVROS (Psócidos)
Os Psocoptera ou Corrodentia são erroneamente chamados de piolho-de-livros, pois não são parasitos, nem tão pouco se parecem com piolhos. As espécies encontradas dentro de residências, raramente apresentam-se em grande número. Alimentam-se de fungos, cereais, pólen e fragmentos de insetos mortos. Ocasionalmente, ocorrem infestações mais altas em locais com grande teor de umidade, principalmente sob carpetes de madeira em contato com parede úmida. Os insetos alojam-se sob o carpete para se alimentarem do bolor que cresce ali. Os piolhos-de-livro são de tamanho pequeno (menos que 8 mm), possuem corpo mole e apresentam indivíduos com asas curtas e outros com asas longas. Quando em repouso, estas são mantidas em forma de telhado sobre o abdômen.
Os ovos dos piolhos-de-livros são depositados isoladamente ou em grupos. Muitas vezes são cobertos com seda ou detritos. Os psócidos também são encontrados nas plantas e constroem extensas teias, principalmente sobre plantas cítricas. As espécies de psócidos que vivem nas residências podem ser coletadas com um aspirador de pó ou pincel molhado.
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PIOLHO DE COBRA
Os piolhos-de-cobra ou gôngolos, são membros característicos da classe dos diplópodes, animais de corpo cilíndrico. São cerca de 7500 espécies descritas, vivendo sob folhas, pedras e troncos, de modo a evitar a luz. Alimentam-se de matéria morta animal e principalmente vegetal.
Em cada segmento existem dois pares de patas, que podem variar de 9 a 200, dependendo da espécie.
Enrolam-se em espiral se perturbados. Algumas espécies secretam, em glândulas especiais, um líquido de odor forte, contendo iodo e cianeto, que é usado para repelir predadores.
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POMBOS
Introdução
Os pombos são aves comuns em quase todas as cidades brasileiras e em todos os meses do ano. Considerados como símbolo da paz e alimentados por milhares de pessoas, poucos sabem do perigo à saúde pública que estes animais significam. Suas fezes podem conter fungos e outros microrganismos causadores de doenças graves como a criptococose, psitacose e salmonelose. Desta forma as fezes devem ser umidecidas antes de serem retiradas, para evitar a inalação de esporos de fungos e outras formas causadoras de doenças. Outros organismos, tais como, piolhos, ácaros e pulgas também podem afetar o ser humano caso esteja próximo a seus ninhos. Armazéns de alimentos humanos ou de animais também podem ser contaminados, especialmente silos que armazenam grãos e sementes. Suas fezes também sujam e destroem o patrimônio, pois são ácidas e deterioram materiais. Seus ninhos entopem calhas e quando ocorrem próximo a aeroportos podem ocasionar acidentes à aviação.
Métodos de Prevenção
Evitar alimentar os pombos é uma das melhores medidas de prevenção, pois sem este fator eles irão abandonar o local para procurar alimento; consertar falhas em estruturas que permitam a nidificação dos pombos;
Vedar as bordas entre os telhados e a laje para impedir o acesso dos pombos nos espaços;
para impedir que os pombos pousem nos parapeitos de janelas, esticar um ou mais fios de "nylon", presos por ganchos, nas bordas laterais das paredes que circundam o parapeito. Estes fios devem estar a uma altura de aproximadamente 10 cm do parapeito;
pombos não gostam de pousar em superfícies inclinadas. Construir um parapeito com inclinação de mais ou menos 45o impede seu pouso;
Existem no mercado alguns equipamentos para impedir o acesso de pombos, muitos deles são importados.
Os pombos vivem em quase todos os tipos de ambientes, especialmente onde vive o homem, pois dele depende sua alimentação e abrigo. Um pombo típico possui coloração acinzentada, apesar da cor variar do branco ao preto, pesa aproximadamente 370g e mede cerca de 28 cm de comprimento.
Possuem hábito monogâmico e depois de 8 a 12 dias após a cópula a fêmea deposita um ou dois ovos. Quatro a seis semanas após a postura os filhotes já estão aptos a sair do ninho. A reprodução se faz em qualquer período do ano, conseqüentemente as populações tornam-se numerosas.
A fêmea é sempre menor do que o macho. Caso os ovos sejam retirados do ninho e ela não esteja separada do macho, ela deposita mais dois ovos, dois dias depois. O ovo pesa aproximadamente 20 g e sua constituição é semelhante à do ovo da galinha. A casca é esbranquiçada e frágil e a clara, quando cozida, apresenta aspecto vítreo.
Os pombos jovens estão maduros sexualmente com três meses de idade.
O ninho dos pombos é feito de gravetos, capim ou qualquer outro material tal como fio de algodão. Seu aspecto é mais achatado do que os ninhos cônicos que vemos pendurados em árvores.
Na natureza os pombos vivem de 3 a 4 anos em média, mas existem registros de aves que viveram até 15 anos.
Os pombos raramente voam para muito longe do local onde costumam repousar, apesar de serem observados bandos de pombos voando sobre as cidades brasileiras, eles sempre repousam sobre construções e monumentos geralmente voltando para o mesmo local. Alimentam-se de uma variedade de grãos, sementes, lixo orgânico e plântulas.
Controle de Pombos
O potencial de reprodução dos pombos está intimamente associado à oferta de alimento. Pode-se, até mesmo, dizer que a capacidade reprodutora dos pombos é regulada pela abundância de alimentação, com influências significativas no aumento do número de ninhadas/ano de 2 ou 3 para 5 ou 6, quando a disponibilidade alimentar é alta.
A supressão alimentar torna-se fator limitante prioritário de controle, com resultados diretos na redução do potencial reprodutivo e da densidade populacional destas aves. A supressão ou redução da oferta de alimento está, no entanto, na dependência de posturas da própria população, principalmente de crianças e idosos, que representam os principais provedores de alimento para os pombos.
Por outro lado, a simbologia religiosa, de paz e de amor contida neste grupo de pássaros e que resulta em uma enorme simpatia da população por eles, dificulta a implantação de medidas de controle cultural, pois as pessoas não assumem os transtornos médico-sanitários relacionados a estas aves em grandes centros urbanos.
Somente uma campanha educativa de âmbito privado e governamental, para conscientização individual e coletiva, surtirá efeitos quanto à importância da supressão alimentar dos pombos pela população. Outras medidas de controle em situações emergenciais e de alta proliferação poderão contribuir para minimizar os desconfortos causados por pombos, embora possam apresentar, algumas vezes, limitações quanto à temporalidade dos resultados, custos financeiros representativos e resultados a médio ou longo prazo.
• MEDIDAS DE CONTROLE:
1. MEDIDAS DE MÉDIO/LONGO PRAZO:
São medidas de controle que irão interferir diretamente na redução populacional dos pombos.
· EMPREGO DE SUBSTÂNCIAS ANTICONCEPCIONAIS:
Consiste na impregnação de grãos com substâncias contraceptivas, tendo-se como agravante o custo elevado, o fato de não ser específica e atingir aves não alvo e de estar a dose efetiva muito próxima da dose letal, criando um fator de risco de mortalidade.
O produto comercial disponível no mercado externo, à base de di-hidro cloro, é um inibidor de reprodução (quimioesterilizante), que tem sido estudado para controle de pombos, devendo ser aplicado 2 vezes/ano, por 3 ou mais anos consecutivos, com alimentação seqüencial de 10 dias.
A primeira alimentação deve ser oferecida na época de queda da taxa de reprodução, em agosto/setembro. O aporte de pombos na área prejudica o programa de controle.
USO DE POMBAIS DE REPRODUÇÃO CONTROLADA:
Consiste na construção de pombais que funcionam como pontos de concentração e nidificação de pombos, onde os ovos e os ninhos passam a ser destruídos de forma controlada. É uma técnica que requer persistência, pois os ovos devem ser quebrados a cada 2 semanas, até que a mortalidade natural elimine os adultos. Leva de 3 a 4 anos e deve ser empregada junto a outras medidas de controle.
INCLINAÇÃO DE SUPERFÍCIES DE POUSO:
Representa a modificação física de superfícies de pouso, quanto ao ângulo de inclinação, tornando-as instáveis ao pouso dos pombos que se sentem ameaçados nesta situação de declive.
EMPREGO DE ACESSÓRIOS DESESTABILIZADORES DE POUSO:
Consiste no emprego de acessórios, que podem ser espículas, molas ou fios de nylon, que ao serem instalados nas superfícies de pouso causam uma sensação de instabilidade para os pombos, provocando seu afastamento. Estes acessórios devem ser instalados ao longo das superfícies e quando estas são muito largas, recomenda-se o uso de 2 ou 3 fileiras destes dispositivos
Estes desestabilizadores de pouso são comercializados em representantes do segmento e vêm com as peças próprias para fixação no local. Em pequenas áreas (por ex. parapeitos de janelas), as espículas podem ser substituídas pela planta conhecida como "Coroa de Cristo", que afasta os pombos de modo similar. A fixação artesanal de pregos com as pontas voltadas para cima e próximos uns aos outros podem surtir resultado em áreas limitadas.
No caso dos fios de nylon, pode-se optar pelo uso de fios de pescaria, presos nas extremidades por um prego. Os fios devem estar tensionados a 10 cm da superfície e afastados 3 cm entre si. Estes acessórios podem ser empregados em calhas de prédios, parapeitos, beirais e quaisquer outras superfícies a critério da situação encontrada.
VEDAÇÃO DE ESPAÇOS:
Consiste na vedação de vãos de acesso em forros de telhado, desvãos, saídas de tubulações de serviço e outros espaços, com estruturas de tela, tapumes ou argamassa, conforme a característica do local.
Os aparelhos de ar condicionado podem ser recobertos com redes de poliuretano em sua parte externa, para evitar a nidificação de pombos nos vãos. Estas redes são praticamente invisíveis, podendo ser utilizadas em janelas de prédios históricos, para prevenir a entrada de pombos.
As telas de arame galvanizado de ¾ de polegada têm maior resistência e vida útil do que as telas de plástico, sendo de custo mais elevado. Existem empresas especializadas na instalação destas telas.
EMPREGO DE ELEMENTOS ASSUSTADORES:
Os elementos assustadores podem ser de 2 tipos: assustadores visuais e assustadores auditivos.
ASSUSTADORES VISUAIS:
Significa o emprego de manequins de predadores e de estruturas refletoras.
O emprego de manequins de corujas, falcões ou outras aves de rapina, que são predadores biológicos naturais dos pombos, desencorajam sua aproximação, desempenhando a função de espantalhos.
As estruturas refletoras de luz solar, como espelhos e fitas metálicas e luzes estroboscópicas causam um incômodo visual nos pombos, afastando-os dos locais.
É importante esclarecer que as aves habituam-se rapidamente às técnicas de susto. Estas somente têm indicação como medida de impacto, complementar a uma estratégia de controle mais abrangente.
NOTA: Alguns aeroportos utilizam falcões, que são predadores naturais de pombos, para afugentá-los e minimizar os problemas causados por pássaros que podem chocar-se com flaps de aeronaves ou serem sugados por turbinas e provocar acidentes.
ASSUSTADORES AUDITIVOS:
O emprego de sons que afugentam os pombos, como explosão de fogos de artifício, chacoalhar de estruturas metálicas (latões, panelas) ultra-som, sons miméticos de predadores, ou tiros de ar comprimido são medidas de efeito bastante transitórios.
PERSUASÃO DO POUSO POR SUBSTÂNCIAS REPELENTES:
Consiste no emprego de substâncias atóxicas, sem adição de praguicidas ou repelentes químicos, que têm a função de inibir o pouso dos pombos, por causar repelência por irritação de contato.
Estas substâncias são em forma de gel, podendo funcionar por períodos determinados pelas características do ambiente. Em locais muito empoeirados ou com produção de substâncias oleosas, o gel repelente tende a ter seu efeito residual encurtado, podendo atuar por 3 a 6 meses, no máximo. Em locais protegidos de sujeiras que possam aderir ao gel, seu tempo de duração será estendido por um período mais longo. O gel perde sua efetividade não somente pelo acúmulo de pó, mas algumas marcas comerciais não resistem bem ao calor.
O gel repelente é bastante indicado para parapeitos, vãos de acesso, locais de pouso em fachadas de prédios, grades de aparelho de ar condicionado, estruturas arquitetônicas de alto relevo de prédios de construção antiga e outros.
O gel deve ser aplicado em faixas onduladas, visando aumentar a área tratada e melhor impedir o pouso dos pombos.
EMPREGO DE CERCAS ELETRIFICADAS:
Consiste na instalação de arame eletrificado como barreira de contenção da invasão de pombos. É uma medida de controle de alto custo, que requer instalação e manutenção profissional especializada.
A carga elétrica deve caracterizar-se por uma alta voltagem associada a uma baixa amperagem, visando o afastamento dos pombos por choque elétrico, mas sem sacrifícios da espécie.
As cercas elétricas são indicadas somente para áreas afastadas da população humana, pelos riscos de choque.
CAPTURA POR ARMADILHAMENTO:
Esta técnica utiliza armadilhas específicas para captura de aves, tendo como iscas grãos quebrados (trigo ou milho) e 1 a 3 pombos que estimulam a aproximação e eficiência de captura.
MANEJO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS:
O manejo de rações, guarnições, restos alimentares e o acondicionamento adequado do lixo representam medidas relevantes no controle de pombos, bem como de outras pragas urbanas (baratas, moscas, roedores).
LIMPEZA DOS LOCAIS INFESTADOS:
Considerando-se que as fezes dos pombos são elementos de alta propagação de microorganismos patogênicos, a limpeza dos locais infestados constitui medida prévia obrigatória em qualquer ação de controle.
Recomenda-se o umedecimento das fezes com água, água sanitária ou outro desinfetante, procedendo-se, então, a limpeza e descontaminação do local.
O uso de máscara protetora ou pano úmido protegendo as vias respiratórias (boca e nariz) é de extrema importância, pois a inalação de partículas de fezes ressecadas pode induzir a ocorrência de doenças como histoplasmose, criptococose e psitacose.
A destinação sanitária dos resíduos é outro passo fundamental de segurança.
A finalização do serviço requer a utilização de bactericidas específicos que melhor garantam a descontaminação.
DESINSETIZAÇÃO:
Os pombos são portadores de ectoparasitas, como piolhos, percevejos, ácaros, carrapatos e moscas que infestam seus abrigos, ninhos e podem penetrar no interior das edificações, causando dermatites e processos alérgicos, com sintomas de rinite e asma.
Após a higienização e descontaminação da área infestada é aconselhável proceder-se a uma desinsetização, com substâncias químicas dos grupos dos organofosforados ou dos piretróides, em pulverizações convencionais dos pontos críticos de infestação.
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS
O controle de pombos deve obedecer aos princípios do MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP), utilizando técnicas associadas que contemplem o saneamento do local infestado, o manejo ambiental, a conscientização populacional e as táticas de controle de baixo impacto.
O programa de manejo de pombos deve embasar-se em medidas não causadoras do sofrimento das aves, com aprovação da legislação vigente e aceitação pelas sociedades protetoras de animais.
A visita técnica para avaliação do problema e as visitas técnicas de monitoramento irão assegurar o diagnóstico e o controle ao longo do tempo. Considerando que o status dos pombos como pragas urbanas é relativamente recente, somente a prática adequada poderá aperfeiçoar as medidas de controle para o futuro e fornecer subsídios para a implementação de programas de controle.
LUCY RAMOS FIGUEIREDO BIÓLOGA/ AMBIENTAL CONSULTORIA TÉCNICA LTDA
JAULA AUTÓNOMA DE CAPTURA DE POMBOS
Enquanto que os sistemas de proteção contra aves disponíveis no mercado, unicamente impedem a sua estadia nos locais mais afetados pelos seus excrementos, monumentos, etc., esta jaula autônoma permite reduzir e controlar a população, encaminhando assim os efetivos excedentários para um destino a indicar pelo cliente final.
Este sistema permite a tranqüila captura da população excessiva, com as seguintes vantagens:
Facilidade de montagem e desmontagem, permitindo a utilização durante o tempo pretendido;
Autonomia até 11 dias, rentabilizando a mão de obra;
Resistente a todo o tipo de condições atmosféricas;
Programação digital da alimentação sem perda de memória no caso de corte de energia elétrica.
MODELO JARDIM
Painéis de ferro pintados com tinta epoxy em estufa
Painéis de 0,62m x 2,00m
Dimensões:2,35m x 2,00m
Teto metálico de cor verde
O MODELO JARDIM é uma jaula ideal para utilizar em zonas em que se deve preservar a harmonia estética com a envolvente. Perfeitamente adaptada para jardins, zonas residenciais, zoológicos, parques de atrações, parques temáticos, etc.
MODELO TOP
Painéis de ferro galvanizado
Painéis de 0,50m x 1,80m
Dimensões standard: 1,50m x 1,50m
Altura:1,80m
Teto em rede verde
O MODELO TOP
está especialmente concebido para ser colocado em terraços, zonas industriais, edifícios de interesse e monumentos. Em todos estes lugares, a jaula, graças à sua cor, passa totalmente despercebida.
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PULGAS
Introdução
As pulgas são pequenos insetos que pertencem à ordem Siphonaptera. São ectoparasitos de aves e mamíferos, principalmente destes últimos. Medem geralmente menos de 5 milímetros de comprimento e suas partes bucais são adaptadas para cortar a pele e sugar o sangue do hospedeiro. Não têm asas, mas possuem pernas extremamente fortes, especialmente o par posterior, que possibilita às pulgas moverem-se rapidamente e pularem distâncias muito maiores que o comprimento de seu corpo. Os olhos são reduzidos ou mesmo ausentes.
As pulgas não causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas também problemas de saúde, tais como, dermatites alérgicas, transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias (peste bubônica, tularemia e salmonelose). Apesar das picadas serem raramente sentidas, a irritação causada pelas secreções salivares pode se agravar em alguns indivíduos. Algumas pessoas sofrem uma reação severa resultante de infecções secundárias ocasionadas pelo ato de coçar a área irritada. Picadas no tornozelo e pernas podem, em algumas pessoas, causar dor que pode durar alguns minutos, horas ou dias, dependendo da sensibilidade do indivíduo. Em algumas pessoas não ocorre qualquer reação. A reação típica da picada é a formação de uma pequena mancha dura, avermelhada com um ponto em seu centro.
As espécies mais importantes na saúde pública são: Pulex irritans, que ataca mais o homem, podendo, no entanto, alimentar-se sobre outros hospedeiros; Xenopsylla cheopis, denominada pulga do rato; Ctenocephalides felis felis, conhecida por pulga do gato e Ctenocephalides canis, a pulga do cão.
PARA AMENIZAR A IRRITAÇÃO OCASIONADA PELA PICADA DA PULGA
Aplicar mentol, cânfora ou gelo. As pessoas muito sensíveis à picada devem consultar um dermatologista.
Biologia e Comportamento
As pulgas são insetos holometábolos, isto é, seu ciclo de vida compreende a fase de ovo, larva (3 instares), pupa e adulto (Figura 1). Este ciclo se completa por volta de 30 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade. Somente o adulto é hematófago, isto é, alimenta-se de sangue que pode ser de aves ou mamíferos. Algumas espécies de pulgas dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém, a maioria pode sugar várias espécies de animais. Por este motivo, as pulgas transmitem doenças ao homem e a outros animais.
Ciclo de Vida da Pulga: Ovo – Larva Pupa - Adulto
Os ovos das pulgas são depositados sobre o hospedeiro, em seu ninho, ou no chão.São esbranquiçados, lisos e ovais.
As larvas das pulgas não possuem pernas, são cegas e evitam a luz. Seu alimento consiste de fezes das pulgas adultas, pele, pêlo e penas. Elas não sugam sangue.
As pupas possuem um casulo de seda fabricado pela larva de último instar onde ficam aderidos pêlos de animais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a quatorze dias as pulgas adultas emergem ou permanecem em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo movimento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A emergência pode ser ocasionada também pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial de alimento está presente.
As fêmeas adultas não conseguem depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto machos, quanto fêmeas podem sobreviver de dois meses a um ano sem se alimentar. Às vezes, famílias que viajam por um período razoável de tempo, quando voltam, encontram a residência infestada por pulgas. Isto ocorre porque a casa fica fechada sem hospedeiros (cães e gatos). Assim que a família retorna, ela é atacada pelas pulgas que nasceram no período.
Após a eclosão, a larva alimenta-se das fezes das pulgas adultas. Por esta razão, os adultos ingerem mais sangue do que necessitam. Uma pulga pode alimentar-se 2 a 3 vezes ao dia e cada repasto dura cerca de dez minutos. A longevidade dos adultos varia de espécie para espécie, pois, depende da temperatura, umidade e da freqüência com que a pulga se alimenta. Em condições de laboratório, Pulex irritans pode viver até 513 dias e Xenopsylla cheopis 100 dias.
As pulgas adultas possuem coloração marrom avermelhada, corpo endurecido (difícil de esmagar entre os dedos), possuem três pares de pernas (pernas posteriores mais largas para possibilitar o salto) e são achatadas verticalmente, o que facilita seu movimento entre os pêlos ou penas do hospedeiro. São excelentes saltadoras, podendo saltar verticalmente uma altura de aproximadamente 18 cm e horizontalmente 33 cm. O aparelho bucal é do tipo mastigador.
Pulga do homem (Pulex irritans): Cientificamente conhecida por Pulex irritans a pulga do homem é uma espécie cosmopolita. Apesar de possuir o nome comum de pulga do homem ataca também outros hospedeiros, como cães, gatos e porcos. Raramente é encontrada no rato. Sua ocorrência é maior em casas muito velhas.
Pulga do gato (Ctenocephalides felis felis):A pulga do gato, Ctenocephalides felis felis, é capaz de transmitir doenças ao homem, além de alergia. A pulga do gato serve como hospedeiro intermediário de um parasita intestinal (Dipylidium caninum), que é transmitido ao animal quando este ingere uma pulga que contém o cisto do verme. Esta espécie de pulga ataca vários hospedeiros, tais como, o homem, o rato, o gato e o cão.
Pulga do Cão (Ctenocephalides canis):Cientificamente conhecida por Ctenocephalides canis, a pulga do cão não é a mais comumente encontrada neste hospedeiro. Na maioria das vezes o cão possui a espécie Ctenocephalides felis felis, também conhecida por pulga do gato.
Texto publicado com autorização do Eng.Agr. Marcos Potenza, Pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo
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R O E D O R E S
Os ratos pertencem a Ordem Rodentia, que abrange todos os roedores. Das mais de 1.700 espécies distribuídas pelo mundo, cerca de 125 estão classificadas como pragas e 3 são de grande importância para o homem. São elas: Mus musculus, Rattus norvegicus e Rattus rattus. Estas espécies costumam ocorrer isoladamente, porém em algumas situações podemos ter até duas espécies infestando uma determinada área.
Desde os tempos mais remotos do Egito e Mesopotâmia os ratos sempre conviveram com o homem tanto no campo como nas cidades, sendo chamadas de espécies sinantrópicas, devido à convivência com o homem, contra a vontade dele. A Organização Mundial da Saúde estima prejuízos na ordem de US$ 10,00 para cada roedor e pressupõe-se a existência de 3 roedores por habitante. No caso do Brasil que possui cerca de 170,0 milhões de habitantes(2004), o prejuízo anual esperado está acima de US$ 4,0 bilhões.
Estes animais competem diretamente com o homem por alimentos uma vez que atacam culturas e produtos armazenados. Estima-se uma perda anual de até 8% da produção mundial de cereais e raízes, estima-se também que cada roedor consuma por dia o equivalente a 10% de seu peso. As perdas ainda podem ser maiores se considerarmos a contaminação dos alimentos por urina e fezes e o desperdício pelo rompimento de sacarias e outras embalagens, o mesmo acontecendo com os farelos e rações animais. Países importadores com rígidos níveis de higiene podem condenar toneladas de alimentos pela simples presença de alguns poucos montículos de excrementos, acarretando elevados prejuízos.
Diversos setores da cadeia produtiva agropecuária também sofrem a ação destes roedores, como nas indústrias de aves e suínos, refinarias de óleos, usinas de álcool e açúcar, fábricas de rações, granjas, locais de armazenamento, lavouras, pequenas criações.
A presença destes roedores em nosso meio ainda pode acarretar outros problemas como os acidentes devido aos danos causados em fios e cabos de máquinas e instalações elétricas.
A presença de ruídos e chiados em ligações telefônicas se devem muitas vezes aos ratos. Cabos e fios danificados perdem a capacidade de transmissão e ficam sujeitos a umidade e ação de outros agentes, como as formigas. Diversas instituições têm pesquisado materiais resistentes a ação de roedores. O revestimento de cabos com fibra de vidro desestimula o roedor, uma vez que as farpas de fibra machucam a boca dos mesmos. Os ratos têm a necessidade de roer, para gastar os dentes que crescem incessantemente. Os ratos são ainda responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças ao homem. A Organização Mundial da Saúde já catalogou cerca de 200 doenças transmissíveis, destacando-se a leptospirose, tifo, peste bubônica, febre hemorrágica, salmonelose, nefrite epidêmica, sarnas, micoses, helmintíases entre outras. Os ratos (Rattus norvegicus e Rattus rattus) urinam várias vezes ao dia e em pequenas quantidades, aproximadamente 40 vezes. Com esta informação e estes sendo vetores de doenças, podemos calcular quantos possíveis focos de contaminação estariam disseminados pelo ambiente.
Exemplo: 10 ratos x 40 (urinadas ) x 365 dias/ano = 146.000 focos disseminados.
OS RATOS ESTÃO CLASSIFICADOS COMO:
REINO: Animal - RAMO: Chordata (VERTEBRADOS) CLASSE: Mammalia (MAMÍFEROS) - ORDEM: Rodentia (ROEDORES) SUB ORDEM: Myomorpha - FAMÍLIA: Muridae (Rattus norvegicus, Rattus rattus, Mus musculus)
Ratos e camundongos possuem uma capacidade adaptativa que os credenciam sobreviverem e proliferarem nos mais diversos ambientes, igual ao homem.
São altamente prolíficos, resistentes e possuem uma extrema habilidade corporal que permite transpor obstáculos e caminhar sobre cordas e fios.
Alimentam-se de diversos produtos de origem vegetal e animal, diariamente consomem aproximadamente um décimo do seu peso em alimento.
Possuem dois pares de dentes incisivos, que crescem até 3 mm por semana, necessitando roerem objetos resistentes como cabos elétricos, madeira, plásticos e concreto, a fim de desgastar os dentes.
Algumas espécies de roedores (Rodentia) associadas com ambientes de armazenamento, que ocorrem na América do Sul. |
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Família |
Espécie |
Cricetidae |
Akodon azarae |
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Calomys calossus |
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Calomys laucha |
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Calomys musculinus |
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Oryzomys flavescens |
Muridae |
Mus musculus |
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Rattus norvegicus |
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Rattus rattus |
PROBLEMAS OCASIONADOS PELOS ROEDORES NOS ARMAZÉNS
- Consumo direto de alimentos;
- Contaminação e danos nos alimentos.
Danos estruturais - Transmissão de doenças
Fontes de reinfestação em áreas adjacentes; Custos associados com a operação de controle.
BIOLOGIA E COMPORTAMENTO
Os roedores possuem uma grande capacidade reprodutiva, sendo limitada apenas por certos fatores como doenças, falta de alimento e abrigo. São dotados de uma série de características sensoriais e físicas. Para conhecer melhor a biologia e comportamento dos roedores, os seguintes tópicos foram selecionados:
HABILIDADES SENSORIAIS
O olfato é uma habilidade sensorial muito apurada nos roedores. Costumam marcar as trilhas, as quais percorrem podendo delimitar áreas e detectar condições favoráveis ao acasalamento. Não estranham o odor do ser humano. O tato é um dos sentidos mais desenvolvido nos ratos, principalmente devido à presença dos pêlos sensitivos, presos ao focinho, e pêlos tácteis, ao longo do corpo. Os pêlos sensitivos permitem-lhes orientar-se no escuro, enquanto os pêlos tácteis possibilita-lhes percorrer superfícies de difícil equilíbrio como o caso de fios e cabos elétricos.
A audição é muito aguçada e sensível a ruídos estranhos, habilidade muito importante devido ao hábito noturno. Os ratos podem adaptar-se aos ruídos e também aos ultra-sons. A visão é adaptada para ambientes escuros, são sensíveis as luzes e não enxergam muito bem, não percebem as cores, somente as variações de claro e escuro.
O paladar é altamente desenvolvido podendo discriminar e memorizar os diferentes gostos, rejeitando alimentos estragados e identificar raticidas misturados ao alimento.
HÁBITOS ALIMENTARES
As ratazanas e ratos-de-telhado (Gênero Rattus) analisam o alimento antes de consumí-lo. Iscas ou outro alimento colocados junto à trilha são observados cuidadosamente.
Estes ratos ao desconfiarem não devoram o alimento no aguardo de um rato mais jovem ou inexperiente consumir o alimento, caso o observador note sinais de doença no primeiro rato, este rejeita o alimento e "avisa" os demais da colônia do perigo presente.
Não acontecendo nada de anormal com o primeiro rato, os demais se aproximam e consomem o alimento junto à trilha.
Muitas vezes estes roedores levam alguns dias para consumirem alimentos estranhos. Já o camundongo é uma espécie muito curiosa a mudanças que ocorram ao seu redor.
Os camundongos necessitam de pouca água.
As ratazanas e ratos-de-telhado precisam de um bom suprimento de água, principalmente quando consomem muito alimento seco (cereais, grãos, farelos).
ESTRUTURA SOCIAL
Os ratos são animais que vivem em grupos e convivem em colônia que consiste de pequenas famílias com um macho adulto dominando uma ou mais fêmeas adultas e suas respectivas ninhadas. Os machos dominantes protegem a área pertencente à colônia dividindo-a pelo número de ninhos existentes.
O território da colônia nem sempre é uma área delimitada e fechada, sendo constituída apenas de trilhas marcadas por urina e secreções que servem de orientação. Os ratos dominantes da colônia são machos e fêmeas mais forte e em idade de reprodução, e os dominados os ratos jovens ou muito velhos.
Os machos dominantes expulsam os outros machos os quais permanecem à margem do território, alimentando-se das sobras do dominante. Porém ao identificarem uma nova fonte de alimento (iscas) no território, o dominante espera o dominado ingerir parte deste novo alimento no aguardo de sinais que indiquem que este alimento é seguro. Por isso que os raticidas que possuem efeito imediato demonstram resultado satisfatório no início do controle, e após um período reaparece a infestação com os ratos sobreviventes, ou seja, os dominantes que não ingeriram a isca e passam a rejeitá-la e o local em que se encontrava.
O comportamento social destes roedores confere a colônia um maior número de fêmeas, maior taxa de reprodução e localização estratégica dos ninhos em relação às fontes de alimento e água. A disponibilidade de abrigo, alimento e água determinam o potencial da colônia, podendo ser maior ou menor o número de indivíduos. As áreas urbanas no modelo atual propiciam condições ideais para a proliferação destes roedores. O lixo acumulado e os lixões constituem-se em uma grande fonte alimentar para estes animais. A água pode ser obtida nos alimentos, córregos, redes fluviais, vazamentos e caixas d'água descobertas. Pela facilidade em cavar e escalar estes roedores encontram com facilidade locais para construção e/ou instalação de seus ninhos.
Onde ocorre abundância de alimento podemos encontrar mais de uma espécie de roedores. No caso de limitação de alimento geralmente encontramos uma única espécie.
A alta taxa reprodutiva, rápida maturação sexual e grande número de filhotes em cada gestação são alguns dos fatores que favorecem a explosão populacional destes roedores.
Os fatores que limitam o crescimento populacional são principalmente a disponibilidade de alimentos e a ação do homem no controle destes animais.
Os cães e gatos domésticos não representam um fator eficiente no controle populacional de roedores.
A quantidade de roedores nas diferentes faixas etárias, em uma colônia varia com a taxa de reprodução, mortalidade e migração, que são diretamente afetados pela disponibilidade de alimento, abrigo e água; doenças e parasitas dos roedores e a ação do homem.
O crescimento de uma colônia ocorre lentamente no seu início e rapidamente após um certo período, até os recursos no território da colônia ficarem limitados.
O superpovoamento do espaço territorial acarreta luta entre os roedores, queda na taxa de fertilidade das fêmeas, canibalismo com os recém-nascidos e como consequência destes fatores o declínio da população.
Por último ocorre a migração para outras áreas com melhores condições de sobrevivência, podendo ser interpretada até como uma dispersão forçada, destes roedores. Após o retorno do equilíbrio no territorial da colônia, esta volta a crescer acentuadamente até esgotar novamente os recursos disponíveis e as consequências acima mencionadas voltam a ocorrer.
CONTROLE
A presença de roedores está associada à disponibilidade de alimento, água e abrigo. Acrescentando a estes fatores as características comportamentais e reprodutivas destes animais encontramos uma situação em que o controle somente alcançará o efeito desejado com a adoção de medidas integradas. O controle integrado de roedores envolve basicamente as seguintes etapas:
INSPEÇÃO COMO FATOR DE CONTROLE
A inspeção é realizada em toda área a ser protegida contra estes roedores, além de uma análise dos fatores externos (vizinhança) que podem estar contribuindo para a infestação. Um estudo das instalações se faz necessário com a confecção de um croqui para demarcação das áreas críticas, além de uma entrevista com as pessoas familiarizadas com a rotina do local e as atividades visíveis dos roedores. A inspeção fornecerá informações que ajudarão na identificação da espécie presente, nível de infestação, dimensionamento dos fatores que favorecem a presença desses animais: alimento, água e abrigo. Alguns sinais deixados pelos roedores auxiliam na sua identificação, tais como: fezes, danos ocasionados, marcas deixadas no local, trilhas, pegadas, tocas e constatação visual de roedores vivos ou mortos. A determinação do nível de infestação irá auxiliar no dimensionamento do controle a ser realizado, podendo ser realizado através de armadilhas para captura, alimento consumido, ou avaliação da presença de sinais de atividade dos roedores.
Aspectos visuais de fezes de alguns roedores:
Ratazana (Rattus norvegicus): São de pontas Rombas;
Rato de Forro (Rattus rattus): São de pontas afiladas;
Camundongo (Mus musculus): Finas semelhantes as de baratas.
ADOÇÃO DE MEDIDAS SANITÁRIAS PARA CONTROLE
A eliminação de fontes de alimentos e higiene é essencial para o controle.
MANEJO DO AMBIENTE
Envolve medidas que mantenham os roedores do lado externo da construção, requerendo, às vezes, alterações na edificação.
CONTROLE QUÍMICO
Atualmente é o método mais utilizado para eliminação de infestações existentes. Consiste na utilização de substâncias tóxicas incorporadas a iscas que serão oferecidas em locais de trânsito ou de visitação destes animais. As substâncias contidas nas iscas também são tóxicas para outros mamíferos como gatos, cães e o próprio homem. As principais categorias de produtos rodenticidas são a de produtos de contato corporal, iscas raticidas de ação aguda, iscas raticidas de ação prolongada com anticoagulante de dose única ou dose múltipla.
O anticoagulante é uma substância química que impede a coagulação normal do sangue, podendo provocar hemorragia e causar a morte quando ingerida por um animal acima de uma determinada dose.
FORMULAÇÃO DE ISCAS:
Pós de contato, iscas, blocos parafinados.
Iscas: tem a função de atrair o roedor (olfato) e induzí-lo a consumir de forma contínua (paladar), de forma até desestimulá-lo a consumir seu alimento habitual em função da isca.
Algumas iscas são constituídas de cereais quebrados, farinhas ou peletizadas.
A escolha do componente atrativo da isca deve levar em consideração os hábitos alimentares da população de roedores que se pretende controlar. São realizados testes de preferência entre diferentes tipos de formulação objetivando-se aquela de maior aceitação. Os roedores preferem partículas de tamanhos maiores, que permitem uma mastigação consistente, rejeitando muitas vezes os farelos. A coloração da isca é determinada por fatores de segurança para os seres humanos e principalmente crianças, onde a cor não deve ser um fator de atração.
Muitas iscas possuem a coloração azul ou verde. Um componente amargo chamado Bitrex é incorporado em muitas iscas visando afetar a palatabilidade para crianças e animais domésticos, causando uma rejeição a isca. Os roedores não possuem sua palatabilidade afetada com esta substância, porque estes animais apreciam gostos extremos (muito doce, muito amargo).
Segundo algumas testes as iscas farináceas são menos preferidas que as peletizadas que por sua vez são menos preferidas pelas de grãos integrais; porém não devemos esquecer um fator importante, os roedores possuem olfato e paladar apurado escolhendo seu alimento. Se houver grande disponibilidade de alimento na área, as iscas terão dificuldade em atingir o controle desejado por uma questão de competição.
Pó de contato:
É formulado com um pó muito fino para ser polvilhado na soleira de tocas, ao longo de trilhas e demais pontos freqüentados pelos roedores. Ratos e camundongos ao entrarem em contato com o pó, carregam este aderido ao corpo até o ninho. Uma vez no ninho estes animais realizam a limpeza habitual de seus corpos lambendo o pelame, ingerindo então forçadamente o pó. Esta formulação não tem caráter de atratividade, uma vez que o contato é desapercebido pelos roedores, não competindo com o hábito alimentar já estabelecido destes animais. Esta formulação não deve ser aplicada próxima a alimentos e em locais de trânsito de animais domésticos e pessoas, sendo de venda exclusiva para empresas especializadas.
Blocos parafinados: também são iscas, porém recebe uma substância impermeabilizante, geralmente a parafina. Esta impermeabilização confere uma maior durabilidade da isca em condições de chuva, excesso de umidade e calor, fatores estes comuns em países de clima tropical. Possuem uma vantagem que é a de fácil fixação.
P R E C A U Ç Õ E S
CONTROLE MECÂNICO
Consiste na utilização de sistemas de proteção física contra a entrada de roedores na área, e sistemas de captura para remoção e posterior eliminação destes roedores. Devemos eliminar aberturas ou frestas maiores que 0,5 cm impedindo a passagem dos ratos, instalar mecanismos para impedir o refluxo de efluentes nos vasos sanitários, colocação de dispositivos impedindo a escalada em fios, paredes, tubulações, encanamentos e até mesmo em palmeiras localizadas nos jardins. Dispositivos de captura podem ser distribuídos estrategicamente pela área, como ratoeiras, armadilhas adesivas e gaiolas com entrada única. O tamanho do dispositivo deve ser proporcionalmente resistente à espécie que se pretende capturar. Utilização de barreira elétrica tem como limitante o custo, manutenção e riscos de acidentes.
ARMADILHAS ADESIVAS
Vantagens:
Desvantagens:
RATOEIRAS
São dispositivos para ferir mortalmente o roedor e cujo mecanismo consiste numa alavanca mantida sob tensão por uma mola. É uma alternativa em situações de restrição ao uso de raticidas químicos. As ratoeiras devem ser colocadas na trilha ou pontos de passagem dos roedores, indicadas também para pequenos ambientes com baixa infestação. Deve-se distribuir várias ao mesmo tempo para que o controle seja realizado em poucos dias e cobrir parte do mecanismo com papel ou pano para não assustar os roedores. Inspecionar diariamente removendo os roedores capturados rearmando os gatilhos das ratoeiras.
CONTROLE FÍSICO
A utilização de aparelhos que emitem ultra-som segundo diversos autores devem ser melhor estudadas para uma conclusão definitiva sobre esta técnica. Porém os mesmos autores apresentam algumas limitações dos aparelhos de ultra-som com relação a sua eficiência no controle de roedores.
MÉTODOS DE PREVENÇÃO
As medidas preventivas englobam todos os mecanismos mecânicos de controle e medidas de higienização. Alimento e abrigo são os fatores essenciais para promover a infestação destas pragas numa determinada área, eliminando-se estes fatores podemos evitar a presença indesejável destes roedores. Algumas medidas devem ser empregadas na rotina diária como, por exemplo: remover diariamente o lixo, acondicionar corretamente os alimentos, não jogar lixo em terrenos ou córregos, manter os jardins em bom estado de conservação, remover os entulhos, vedar devidamente esgotos e canais efluentes desativados, não acumular materiais em locais como depósitos e garagens. A presença de ratos em nosso meio se deve muitas vezes as condições favoráveis fornecidas pelo próprio homem.
RATAZANAS:
Rato de esgoto, gabirú, rato pardo (Rattus norvegicus)
O gênero Rattus abrange 56 espécies sendo que somente algumas poucas causam problemas ao homem. Estes roedores são tipicamente generalistas, exibindo ampla preferência por habitats e alimentos. São as espécies em maior número dentre os mamíferos presentes em várias regiões do planeta.
O adulto possui corpo robusto com 18 a 25 cm de comprimento podendo pesar de 250 a 600 gramas. Com pêlos ásperos, orelhas pequenas e arredondadas, olhos de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas possuem calos lisos e membranas interdigitais. A cauda é grossa e peluda medindo 15 a 21 cm. São de hábito noturno e transitam com extrema cautela sendo difícil visualizar suas atividades. Possuem um raio de ação de 30-45m em relação ao abrigo.
Possui uma vida média de 02 anos sendo sexualmente maduro entre 60-90 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 22 a 24 dias com 08 a 12 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 08 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Vivem em colônias que agregam até algumas centenas de indivíduos em territórios definidos, e com a presença de dois grupos distintos, os dominantes e os dominados.
Em caso de competição com outras espécies (Rattus rattus) a espécie Rattus norvegicus geralmente predomina pelo maior porte e agressividade.
Devido à falta de alimento pode ocorrer competição entre colônias. Seus ninhos geralmente se localizam em tocas ou galerias escavadas no subsolo, onde encontramos pêlos, fezes, restos de alimentos e outros detritos. Fazem suas trilhas ao ar livre formando sulcos no solo e desgastando a vegetação rasteira, buscando água e alimento.
A planta dos pés é estreita e sem estrias. Encontramos mancha única de atrito corporal junto ao solo, paredes e muros.
As fezes são em forma de cápsulas com extremidades rombudas. Pode-se encontrar sinais de roedura em alumínio, chumbo, argamassa, madeiras próximas ao solo.
São animais onívoros e consomem diariamente 20 a 30g/dia de alimento, que pode ser lixo orgânico, cereais, raízes e carne. Consomem de 15 a 30 ml de água/dia.
São excelentes escavadores construindo galerias no subsolo com várias saídas. Devido ao hábito noturno deve-se remover diariamente o lixo e indisponibilizá-lo no período da noite evitando suas visitas ao local. Esta espécie é freqüentemente encontrada em beira de córregos e rios, terrenos abandonados, jardins sem manutenção adequada, rede de esgoto e galerias fluviais, depósitos de lixo e entulhos diversos, próximo às linhas férreas.
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RATO DE TELHADO:
Rato preto, rato de paiol, rato de forro, rato de navío (Rattus rattus)
O adulto possui corpo esguio com 16 a 21 cm de comprimento podendo pesar de 80 a 300 gramas. Com pelagem delicada e dorso preto ou cinza, orelhas e olhos grandes e salientes em relação à cabeça.
As patas possuem calos estriados e sem membranas interdigitais. A cauda é fina em chicote com poucos pelos medindo 19 a 25 cm.
São de hábito noturno e escalam com extrema facilidade. Possuem um raio de ação de 30-60m em relação ao abrigo.
Possui uma vida média de 18 meses sendo sexualmente maduro entre 60-75 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 20 a 22 dias com 04 a 08 ninhadas por ano.
Cada ninhada possui de 07 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano.
Os ninhos são geralmente acima do solo nos sótãos, forros das casas, arbustos, sacarias, frestas de muros, armazéns, porões de navios e nas áreas portuárias.
Junto aos muros e madeiramento do telhado encontramos, muitas vezes, fezes e manchas de gordura causadas pelo atrito do corpo nestes locais.
Em locais elevados, junto a vigas, canos e colunas encontramos mancha dupla nos locais de manobra, para contornar obstáculos.
As fezes são afiladas. De hábito onívoro consomem diariamente de 15 a 30g de alimento/dia, concentrando sua dieta em legumes, frutas, cereais, raízes e pequenos insetos. Consomem de 15 a 30 ml. de água/dia.
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CAMUNDONGO
Catita, ratinho caseiro (Mus musculus)
O adulto possui corpo delgado com 8 a 9 cm de comprimento podendo pesar de 10 a 21 gramas. Com pelagem delicada e sedosa, orelhas grandes e salientes em relação à cabeça afilada, olhos pretos e salientes de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas são escuras e sem membranas interdigitais.
A cauda é fina e sem pelos medindo 8 a 10 cm. São de hábito noturno e escondem-se com extrema facilidade em locais estreitos e de difícil acesso. Possuem um raio de ação de 03 a 09 m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 12 meses sendo sexualmente maduro entre 42-45 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 19 a 21 dias com 05 a 06 ninhadas por ano.
Cada ninhada possui de 4 a 8 filhotes com uma média de sobrevivência de 30 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente terrestres e acima do solo, geralmente no interior de residências.
Realizam seus ninhos em guarda-roupas, frestas de rodapés, prateleiras de livros e móveis em geral, onde notamos a presença de pêlos, restos de alimentos, fiapos de pano, papel e outros detritos.
Escalam com facilidade abrigando-se em despensas, armários, espaços internos nas paredes e depósitos. Alimentam-se de cereais, farelos, pão e queijos (3 g/dia) e possuem pouca exigência quanto ao consumo de água. As fezes são em forma de bastonete. As roeduras são delicadas, geralmente grãos parcialmente roídos e abandonados.
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SERRA PAU
Estes insetos são besouros (coleópteros) que medem cerca de 30 mm de comprimento com coloração parda. As fêmeas e machos serram os ramos de arbustos e árvores e após a queda destes, realizam a postura de seus ovos sob a casca. As larvas ao emergirem se alimentam do lenho do ramo caído. O ciclo de desenvolvimento destes insetos é longo, podendo atingir 370 dias conforme a espécie. Encontramos muitas vezes em nossos pomares ramos de laranjeiras e abacateiros caídos devido ao ataque destas pragas. Prejudicam plantios de eucaliptos, mogno, árvores frutíferas e outras plantas. Os ramos caídos devem ser removidos e queimados para evitar a emergência de novos insetos.
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TATURANAS
Lonomia obliqua
As lagartas taturanas (tata = fogo; rana = semelhante) são também conhecidas por lagartas urticantes e lagartas de fogo. Pertencem à Ordem Lepidoptera, grupo que abrange as mariposas e borboletas.
As taturanas têm grande importância médica, pois, o contato das cerdas (pêlos) de algumas espécies com a pele humana pode causar lesões graves. Estas cerdas possuem glândulas na base ou no ápice, que produzem toxinas que causam as irritações. Seis famílias de lepidópteros são urticantes. São elas: Arctiidae, Limacodidae, Limantriidae, Megalopygidae, Notodontidae e Saturniidae.
Da família Arctiidae somente uma espécie tem importância médica, a Premolis semirufa, vulgarmente conhecida por lagarta pararama. A lagarta pode atingir até 40 mm de comprimento, possui coloração escura com manchas esbranquiçadas e a parte ventral vermelha. Estas lagartas ocorrem normalmente em plantios de seringueira ocasionando danos aos trabalhadores desta cultura. A pessoa acidentada apresenta inchaço, dores e imobilidade das articulações.
Da família Limacodidae as espécies Sibine spp. são as mais importantes do ponto de vista médico. No Estado de São Paulo, a espécie S. nezea é bastante comum. Nos Estados do sul do país a espécie S. barbara se destaca. As lagartas apresentam pêlos curtos, com comprimento de aproximadamente 20mm. As cerdas de veneno restringem-se às regiões da cabeça e anal. São comuns em limoeiros e erva-mate. Locomovem-se por meio de ondulações da parte ventral.
No Brasil as espécies de Limantriidae e Notodontidae não têm importância médica. Os acidentes com as espécies desta família não são graves, pois suas cerdas são frágeis.
Algumas espécies de taturanas são especialmente bonitas e atrativas, o que faz com que as pessoas, principalmente as crianças passem a mão sobre a lagarta. Espécies de megalopigídeos podem ter coloração que varia do cinza ao vermelho e os pêlos são sedosos que lembram um cachorrinho. Alguns nomes vulgares são dados para estas lagartas como taturana-cachorrinho, taturana-de-flanela, taturana-gatinho, chapéu-armado e bicho-cabeludo.
Outras espécies possuem cerdas endurecidas sobre o corpo que lembram pinheirinhos de natal. A coloração normalmente é esverdeada com manchas brancas ou amarronzadas. As lagartas que possuem estas características são da família Saturnidae e uma espécie é muito perigosa, a Lonomia obliqua, pois causa hemorragias graves no acidentado podendo levar à morte. Caso ocorram acidentes com lagartas urticantes o melhor é procurar um médico rapidamente. Coletar a lagarta também é importante, pois facilita a identificação e conseqüentemente o tratamento.
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TATUZINHO-DE-JARDIM
Os “tatuzinhos” encontram-se comumente associados a plantas de hortas, jardins e sementeiras. Como perdem água para o ambiente com facilidade, possuem algumas adaptações comportamentais, morfológicas e fisiológicas que evitam a perda excessiva de água. Assim, tendem a ser noturnos e vivem por baixo de rochas e em outros ambientes úmidos. Em geral são fotonegativos (fogem da luz e claridade) e podem diferenciar pequenas alterações na umidade, razões pelas quais buscam abrigos protetores durante o dia. Comumente, pode-se observar a agregação de tatuzinhos sob determinadas pedras ou madeiras. A agregação diminui a evaporação de água dos indivíduos e é um comportamento resultante, além de uma resposta comum para as mesmas condições ambientais, da atração de um animal pelo odor corporal de outros indivíduos de sua própria espécie. Algumas espécies possuem a capacidade de enrolar-se como uma bola (capacidade volvacional), o que também pode auxiliar na redução da quantidade de água perdida. são muito eficientes como decompositores.
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TESOURINHAS
Tesourinhas, também conhecidas como tesoura, bicha-cadela, rapelho e earwigs (nome comum em inglês), são insetos facilmente reconhecidos por apresentarem seis pernas e estruturas rígidas na extremidade posterior do corpo que se assemelham a pinças. Estas são utilizadas na busca de alimento (predação), na limpeza do corpo, na corte (reprodução), na acomodação física de outras estruturas (dobrar asas posteriores sob as anteriores) e na defesa. Essas pinças variam no tamanho e na forma, sendo geralmente maiores nos machos, com os ramos mais longos, recurvados e fortemente denteados, enquanto nas fêmeas os ramos são mais curtos, paralelos ou retos, e inertes. As pinças dos machos de algumas espécies podem-se mostrar bastante variáveis no tamanho e na forma, o que constitui um polimorfismo sexual (diferenças físicas encontradas numa mesma espécie entre indivíduos de sexos diferentes).
CONTROLE:
Devido a sua inofensividade à sociedade humana e a representatividade do grupo na manutenção da dinâmica ecológica, há ainda poucos estudos sobre como controlar sua população. Entretanto, sua utilização como agente em controle biológico está em grande prospecção. Têm-se como exemplos as espécies de Doru spp., que se alimentam de ovos das lagarta-do-cartucho (S. frugiperda) e lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) em cultura de milho, de ovos e lagartas de lepidópteros em cultura de soja, de ovos de lepidópteros em cultura de algodão e a F. auricularia contra os pulgões em culturas de ameixeiras e macieiras dos países do hemisfério norte.
CURIOSIDADES:
Popularmente, dizem que os earwigs (“cabelo de orelha”, traduzido para o português) entram na orelha das pessoas, mas esta é uma informação considerada sem fundamento científico. No Brasil, a utilização do termo “tesourinha” deve-se à presença dos calípteros (estrutura semelhante a pinças localizada na extremidade do corpo do inseto). Também é popularmente sabido que as tesouras podem “pinçar”, mas este comportamento ocorre somente quando eles sentem-se ameaçados por estímulos externos, isto é, é uma forma de defesa utilizada pelos dermápteros.
Um estudo norte-americano observou um comportamento reprodutivo considerado não típico: o comportamento homossexual de algumas espécies de tesourinha. Isto é, um macho corteja naturalmente outro macho. Este, por sua vez, quando não aceita o flerte, reage de forma agressiva utilizando as pinças na tentativa de se proteger e de atacar o cortejador. Em outras situações, há machos que reconhecem e aprovam a cortejo do parceiro, agindo da mesma forma que uma fêmea, podendo, até mesmo, ocorrer a cópula macho-macho.
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T R A Ç A S
Introdução
Pelo nome comum de traça são listados alguns grupos de insetos, variando desde espécies de tisanuros (traças dos livros) até lepidópteros (insetos da mesma ordem das borboletas e mariposas) que atacam grãos armazenados e roupas, sendo chamadas de traças das roupas.
Biologia e Comportamento
Traça dos livros
Classificação Filo: Arthropoda - Classe: Insecta - Ordem: Thysanura
Estes insetos são desprovidos de asas, apresentam o corpo alongado e com apêndices caudais longos, filiformes, muito característicos. O nome da ordem significa: thysanus (do grego, franja ou fimbria) e oura (do grego, cauda).
Os tisanuros possuem espécies onívoras (que se alimentam de todo o tipo de substrato) e algumas espécies vegetarianas. Estas últimas podem ser encontradas sob folhas, cascas de árvores, madeiras podres ou em ninhos de formigas e cupins. Estas espécies não são economicamente importantes (do ponto de vista de prejuízos econômicos ou à saúde). Algumas espécies freqüentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros e outros materiais.
Em relação ao seu desenvolvimento, os jovens assemelham-se aos adultos, exceto por serem menores, apresentando ametabolia, isto é, desenvolvem-se diretamente sem que sofram metamorfose. Do ovo sai uma forma jovem que cresce,
sofre muda várias vezes, até atingir a fase adulta. Após sair do ovo, há, no mínimo, seis instares. O tempo de desenvolvimento, em nossas condições climáticas, é de aproximadamente um ano.
As traças apresentam hábitos diurnos e noturnos, sendo ativas à noite e escondendo-se durante o dia, evitando contato direto com a luz. Assim, ao acender-se a luz de um aposento, as traças procuram se esconder em frestas ou atrás de móveis e quadros.
Existem poucos estudos sobre a biodiversidade deste grupo de insetos. As espécies mais comuns encontradas no Brasil são Acrotelsa collaris (Fabricius) e Ctenolepisma ciliata (Dufourd).
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TRAÇAS DAS ROUPAS
Classificação Filo: Arthropoda - Classe: Insecta - Ordem: Lepidóptera - Família: Tineidae
As traças das roupas possuem coloração clara e medem aproximadamente 1,2-1,5 cm de comprimento. Apresentam na cabeça tufos de pêlos avermelhados e as antenas são um pouco mais escuras do que o restante do corpo.
As traças das roupas voam pouco e não são atraídas pela luz, sendo encontradas em locais escuros, tais como armários e gavetas. Seu desenvolvimento é influenciado pela umidade, sendo o ambiente ideal aquele com umidade relativa próxima a 75%, aquecido e escuro.
As fêmeas depositam uma média de 40 a 50 ovos em um período de 2 a 3 semanas, morrendo logo após a postura. Os ovos, que possuem uma secreção adesiva, ficam aderidos às fibras dos tecidos das roupas. As larvas sofrem de 5 a 45 mudas, dependendo da temperatura ambiente e do tipo de alimento disponível. As larvas são de coloração esbranquiçada com cabeça escurecida e tecem um casulo, em forma de losango, enquanto se alimentam, podendo ficar parcialmente cobertas por ele. A alimentação consiste de lã, penas, pêlo, cabelo, couro, poeira, papel e ocasionalmente de algodão, linho, seda e fibras sintéticas.
Roupas usadas sujas de bebidas, alimentos, suor ou urina, além daquelas guardadas por muito tempo, são as mais atacadas. As fezes das larvas das traças das roupas apresentam a mesma coloração das fibras dos tecidos. Quando as larvas estão prontas para pupar, elas migram à procura de frestas.
Métodos de Controle - Traças dos Livros
Ao constatar-se uma alta infestação de traças, o uso de produtos químicos devidamente registrados podem ser necessários. Existem várias formulações inseticidas que podem ser utilizadas para este fim, principalmente formulações líquidas para pulverização de ambientes. Nestes casos, recomenda-se aplicar o produto em frestas e outras fendas onde o inseto possa se esconder (em paredes, batentes de portas e janelas ou suas molduras, etc.), ao redor de estantes, interior e exterior de armários, despensas e outras áreas infestadas ou possíveis de serem infestadas. Formulações em pó podem, por sua vez, ser aplicadas em áreas onde o resíduo na superfície não cause nenhum problema de exposição ao produto, tais como sótãos, porões ou mesmo em frestas.
Métodos de Controle - Traças das Roupas
Para se obter um controle efetivo das traças das roupas, faz-se necessário localizar a fonte de infestação antes do tratamento. Faça um exame minucioso dentro de armários e objetos guardados por longos períodos e procure os casulos em forma de losango das larvas ou os danos em roupas, tapetes, etc. Verifique colchões e travesseiros de penas e feltros que cobrem teclados de pianos. Para facilitar a visualização das traças nos locais de difícil acesso, tais como sob rodapés, nas costuras de estofamentos de sofás, cadeiras e poltronas, em dutos de ventilação e nos cantos de paredes próximos a carpetes, utilize uma lanterna e uma lixa de unhas para facilitar o trabalho.Tratar as roupas com inseticida não é uma boa tomada de decisão, pois os tecidos podem ser danificados. No entanto, as frestas dos locais infestados devem ser tratadas com um inseticida residual. O uso do frio pode ser um bom controlador das traças de roupas. Coloque as roupas em sacos de polietileno, retirando o ar e armazene-os no freezer por 3 dias.
Métodos de Prevenção
Traças dos Livros
Para prevenir o ataque destes insetos ou evitar que sua população aumente, as seguintes medidas devem ser tomadas:
Traças das Roupas
Manter a casa sempre limpa é a forma mais adequada para prevenir e controlar as traças das roupas. Nunca deixe roupas e tapetes empilhados em locais escuros por longo tempo. Retire-os periodicamente para banho de sol ou lavagem. Nunca guarde roupas usadas dentro do guarda-roupas. Lave-as sempre antes de guardar e passe-as com ferro quente, pois os ovos serão mortos. Passe sempre o aspirador de pó, utilizando o bico adequado para frestas, nos locais de difícil acesso para a vassoura ou espanador. Desta forma, os casulos são aspirados evitando danos e reinfestações.
CURIOSIDADES
Traças dos Livros
MASCOTE DA FAMÍLIA
Espécies do gênero Lepisma podem viver de dois a três anos e meio enquanto espécies de Ctenolepisma apresentam uma longevidade de 7 a 8 anos, ou seja, as traças podem fazer parte da família por um bom tempo.
NOVOS VIZINHOS
As traças podem botar de 1000 a 3500 ovos durante sua vida depositando dois a três ovos por dia.
DIETA PREFERIDA
Lenço de papel e papel celofane fazem parte da dieta preferida da traça, enquanto papel jornal ou papel de embrulho são os menos preferidos. No entanto, o manjar dos deuses para as traças são as letras douradas de livros encadernados.
ÁGUA, NEM MORTA
Algumas espécies de traça, tais como a Ctenolepisma longicaudata, nunca bebem líquido, retirando a água através de oxidações metabólicas dos alimentos que consomem.
Traça das Roupas
As traças das roupas pertencem à Ordem Lepidoptera, particularmente à família Tineidae, e são microlepidópteros que atacam roupas de lã, tapetes, peles de animais, etc. As formas jovens destas traças são lagartas e, em algumas espécies, como a Tineola uterella Walsingham, podem ficar protegidas por um estojo chato em forma de losango, sendo encontradas aderidas a superfícies tais como paredes, móveis, etc. Este estojo, aberto em ambas as extremidades, permite a movimentação da lagarta, nas superfícies em que está aderida.
As traças dos livros, também chamadas de traças prateadas, pertencem à Ordem Thysanura e são insetos que se alimentam de substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido, sendo muito comuns em residências, onde podem causar danos pelo ataque aos cereais, farinhas de trigo (úmidas), papéis que contenham cola (papel de parede, livros encadernados em brochura, etc), roupas engomadas e tecidos de "rayon". Raramente atacam roupas de lã e outros produtos de origem animal.
Seu aspecto lembra um peixe prateado, daí um de seus nomes em inglês ser "silverfish". As espécies encontradas nas residências têm coloração cinza prateada. Seu tamanho varia de 0,85 a 1,3 cm, dependendo da espécie e do instar (estágio de desenvolvimento).As traças dos livros podem ocasionar enormes danos às roupas e papéis. Quando presentes nas bibliotecas, há necessidade de controle periódico (anual).
Biologia e Comportamento
Estes insetos são desprovidos de asas, apresentam o corpo alongado e com apêndices caudais longos, filiformes, muito característicos. O nome da ordem significa: thysanus (do grego, franja ou fimbria) e oura (do grego, cauda).Os tisanuros possuem espécies onívoras (que se alimentam de todo o tipo de substrato) e algumas espécies vegetarianas. Estas últimas podem ser encontradas sob folhas, cascas de árvores, madeiras podres ou em ninhos de formigas e cupins. Estas espécies não são economicamente importantes (do ponto de vista de prejuízos econômicos ou à saúde). Algumas espécies freqüentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros e outros materiais.
Em relação ao seu desenvolvimento, os jovens assemelham-se aos adultos, exceto por serem menores, apresentando ametabolia, isto é, desenvolvem-se diretamente sem que sofram metamorfose. Do ovo sai uma forma jovem que cresce, sofre muda várias vezes, até atingir a fase adulta. Após sair do ovo, há, no mínimo, seis instares.
O tempo de desenvolvimento, em nossas condições climáticas, é de aproximadamente um ano.As traças apresentam hábitos diurnos e noturnos, sendo ativas à noite e escondendo-se durante o dia, evitando contato direto com a luz. Assim, ao acender-se a luz de um aposento, as traças procuram se esconder em frestas ou atrás de móveis e quadros.
Existem poucos estudos sobre a biodiversidade deste grupo de insetos. As espécies mais comuns encontradas no Brasil são Acrotelsa collaris (Fabricius) e Ctenolepisma ciliata (Dufourd).
Métodos de Controle
Para prevenir o ataque destes insetos ou evitar que sua população aumente, as seguintes medidas devem ser tomadas:
Limpar periodicamente livros e outros materiais estocados que podem servir de alimento.
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Tripés ou (lacerdinha)
Thysanoptera |
Thysanoptera |
Sub-ordens e Famílias |
Sub-ordem Terebrantia Adiheterothripidae Phlaethripidae |
Além do tamanho diminuto, que nos adultos varia de 0,5 a 14 mm de comprimento, os tripes caracterizam-se por apresentarem um aparelho bucal do tipo picador-sugador assimétrico, formado por uma única mandíbula, a esquerda. A coloração dos adultos é muito variável. Existem espécies de cor escura, castanha, amarela, alaranjada e também esbranquiçada.
Outras características dos tisanópteros são: a presença de um arólio adesivo e eversível na extremidade tarsal e também uma metamorfose intermediária entre a simples e a completa. As asas, que podem estar presentes ou não, são em número de quatro, cada qual apresenta uma longa franja de cerdas, de onde se origina o nome da ordem (do grego thysanos = franja e pteron = asa). Porém esta última característica também é compartilhada por outros grupos de insetos (p.ex. Coleoptera).
Os tripes podem ser fitófagos, predadores, ou ainda alimentarem-se de pólen, esporos e hifas de fungos. Certas espécies podem eventualmente, utilizar exsudatos de Lepidoptera, succionar sangue ou serem ectoparasitos de outros insetos.
Devido a essa plasticidade no seu hábito alimentar, estes insetos ocupam um número variado de hábitats, tais como: flores e folhas de inúmeras espécies vegetais, folhedo, cascas de árvores, em galhas produzidas por eles ou por outros insetos. Podem também estar associados à ninhos de pássaros e mamíferos, ou ainda à formigueiros e cupinzeiros.
Os insetos pertencentes à ordem Thysanoptera reúnem cerca de 5.500 espécies descritas, embora este número possa chegar a 10.000. Os tisanópteros estão agrupados em duas subordens:
São reconhecidas nove famílias para esta ordem, oito destas estão incluídas em Terebrantia (Adiheterothripidae, Aeolothripidae, Fauriellidae, Heterothripidae, Melanthripidae, Merothripidae, Thripidae, Uzelothripidae), e apenas uma em Tubulifera (Phlaeothripidae). As famílias Thripidae e Phlaeothripidae, que constituem os grupos mais derivados da ordem, compreendem cerca de 90% do total de espécies descritas de Thysanoptera.
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Mound, L.A. 2005. "Thysanoptera: diversity and interactions." . 50:247-269.Annu. Rev. Entomol.
Mound, L.A. & R. Marullo. 1996. "The thrips of Central and South America: an introduction (Insecta: Thysanoptera)". Mem. Entomol. Inter. 6: 1-488.
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Lacrainhas (tesourinhas)
Os tripés ou lacrainhas são insetos de tamanho pequeno que pertencem à Ordem Thysanoptera. Possuem aparelho bucal do tipo raspador. Alguns tripés alimentam-se somente de outros insetos e ácaros, entretanto, a maioria é fitófaga, isto é, alimenta-se de plantas. São pragas importantes de diversas culturas e quando presentes em grandes populações causam danos consideráveis às plantas. Plantas atacadas pelos tripés ficam com coloração prateada, as folhas ficam retorcidas e caem prematuramente. Além do dano direto que provocam pela alimentação os tripés também podem transmitir vírus para as plantas, o que causa, muitas vezes, sua morte.
Os tripés adultos possuem poucos milímetros de diâmetro e asas estreitas com longas franjas em suas margens. A coloração é normalmente amarelada ou preta brilhante. As ninfas, fase jovem dos tripés assemelham-se muito aos adultos com o corpo bastante alongado, porém não apresentam asas. Quando perturbadas, muitas espécies de tripés podem curvar a ponta de seu abdome para cima.
Os tripés são encontrados dentro de folhas enroladas ou na superfície inferior destas.
O ciclo de vida dos tripés inclui o ovo, dois estágios de ninfa que se alimentam, um estágio de pré-pupa e pupa que não se alimentam e o adulto. Os ovos são muito grandes em relação ao tamanho da fêmea e são depositados dentro do tecido da planta.
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São Paulo, 01 de Julho de 2012.
F I M
★ Bill Andersen ★ Especialista em Pragas Urbanas ★ São Paulo ★ 2012 ★ |
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